Análise: Turn – Temporada 1

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Turn – 10 episódios

1 temporada: 2014 – presente

Estado: licença foi renovada para uma segunda temporada em 2015

Baseado em: Washington’s Spies: The Story of America’s First Spy Ring (2007) por Alexander Rose

Sendo eu um interessado por história mundial e também um apreciador de teorias da conspiração e de ficção, não podia deixar que esta série me passasse ao lado. Turn conta a história do primeiro espião Americano e dos fundadores dessa primeira organização. A acção começa em 1776 e prolonga-se até 1777, durante a guerra entre os casacos vermelhos e azuis. Se não perceberam esta última, os vermelhos correspondem aos continentais, ou seja, aos aliados do rei do Reino Unido, e os azuis aos colonos que lutam pela sua liberdade da coroa.

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Durante a revolução Americana existiam cidades que estavam sob o comando dos soldados da coroa e outras sob o comando do General Washington. A narrativa começa em Long Island, onde um agricultor,  após alguns eventos pouco fortuitos, acaba por se tornar num espião do primeiro grupo dedicado a espionagem da América do NorteAbraham Woodhull, que virá a ser conhecido durante a primeira temporada como Mr. Culpeper.

Abraham Woodhull tem mulher, um filho e o pai, que é bem mais do que um simpatizante da coroa e para além de magistrado é também o intermediário entre as decisões do general e a população da pequena cidade.

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Estas personagens que o rodeiam acabam por criar uma história secundária que, apesar de ajudar a desenvolver as personagens e de lhes fornecer o lado humano, atrasam a história que realmente interessa. Todos queremos saber como é que Abraham vai conseguir uma dada informação, ou como vai passar a mensagem, mas Turn insiste em prolongar estes momentos por demasiado tempo, afastando assim qualquer espectador que não tenha interesse em aspectos do quotidiano da época.

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Turn é sem dúvida a história do primeiro espião Americano que, num dos maiores clichés da ficção, não quer ser um espião. Compreensivelmente, ele tem família, amigos e sobretudo o pai à perna, mas isto não justifica todo o atraso que existe em avançar a história. Existem episódios dedicados a problemas que não o da espionagem, atirando migalhas apenas para manter o espectador interessado enquanto observamos dilemas que até à data realmente importavam, mas não para a história central. Estes episódios são exclusivamente dedicados à história secundária. Como já referi, eu aprecio este tipo de episódios não só pela profundidade que transmite mas também pelo meu interesse nestes costumes, mas caso não tivesse interesse, então eu teria deixado Turn por virar.

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Alguns dos eventos históricos de Turn não correspondem à completa verdade, muitos deles são reduzidos a escalas menores ou prolongados de modo a fortalecer a narrativa. Quanto ao guarda roupa e ao ambiente estes estão muito bem conseguidos, algo que não deixei de poder sorrir e comparar a Nova Iorque. Dado o período em que a acção decorre estamos bastante perto da altura em que Assassin’s Creed 3 decorreu e sendo Nova Iorque uma das cidades que podemos explorar nesse jogo, devo dizer que foi absolutamente avassalador conseguir reconhecer a cidade tal como a vi em Assassin’s Creed 3, em Turn, desde a cor e à sua disposição até aos mercados e os habitantes. Apesar de poder dizer que se nota o que é real do que é CGI, a qualidade dos ambientes computorizados é bastante alta para algo produzido para TV.

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Turn é uma série que captará o interesse mas está longe de agradar a gregos e troianos. Da minha parte posso dizer que espero ansiosamente pela segunda temporada, pois adorei esta primeira.

Positivo:

  • Ambiente da série
  • Desenvolvimentos da personagem principal
  • Antagonistas bem trabalhados
  • Personagens secundárias ajudam a dar profundidade à série…

Negativo:

  • … o que não agradará a todos, visto que alguns episódios são dedicados ao assunto
  • História secundária tem mais tempo de antena do que a primária
  • Alguns métodos empregues por Abraham funcionam porque dão jeito aos guionistas

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Alexandre Barbosa
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