Análise: Edge of Tomorrow – No Limite do Amanhã

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Tom Cruise é um caso único no panorama Hollywoodesco. Se existem personagens que “agem de acordo com as próprias regras”, Tom Cruise é o caso do actor que só faz o que quer. Verdade seja dita, já atingiu o estatuto de estrela, mas falta “qualquer coisinha” que catapulte para a piscina dos grandes. Não haja dúvidas, o moço sabe representar (Magnólia e Nascido a 4 de Julho), mas as escolhas do actor (maioritariamente filmes de acção) e os sucessivos one man shows têm castrado a possibilidade de Cruise explodir os dotes representativos (os actores são sujeitos a maior exigência quando dividem a cena com actores do mesmo calibre), como se viu em Entrevista com o Vampiro (contracena com Brad Pitt), Top Gun (Val Kilmer) e Uma Questão de Honra (Jack Nicholson).

Curiosamente, desde o início do projecto PróximoNível, analisámos todos os filmes de Cruise, desde o assim-assim Oblivion, ao mauzinho Jack Reacher, portanto, Edge of Tomorrow criou alguma resistência. Em que medida uma mistura de Elysium e o Feitiço do Tempo resulta num bom filme? Está na hora de Hollywood arriscar na inovação e deixar de lado reboots, remakes e clichés.

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No Limite do Amanhã conta a história de Cage (Tom Cruise), uma patente do exército norte-americano nomeado para o campo de batalha. O inimigo é a mesma raça de extraterrestres que aterroriza todos os filmes de Hollywood (seres arraçados com o monstro de Alien e os robots de Matrix), que infernizam e ameaçam a humanidade. Durante o combate, Cage adquire o poder de recomeçar o dia, e com isso adquirir conhecimento e competências para evitar a vitória dos extraterrestres. Para alcançar o objectivo, Cage irá contar com a ajuda de Rita Vrataski, interpretada por Emily Blunt.

O elenco conta ainda com Brendan Gleeson, Jonas Armstrong, Tony Way, Kick Gurry, Franz Drameh, Dragomir Mrsic, Charlotte Riley,  Masayoshi Haneda, Terence Maynard e Noah Taylor. Quase irreconhecível, e hilariante, está o actor Bill Paxton, claramente estimulado por um registo diferente. O actor desfruta do personagem a cem por cento e enche o ecrã em cada cena.

EDGE OF TOMORROW

A realização à responsabilidade de Doug Liman (The Bourne Identity) está de acordo com o modelo standard dos filmes de ficção-científica/aventura, ou seja, com muita acção, explosões… e pouco mais. Apesar da experiencia do realizador, não há nenhum momento memorável ou digno de apontamento.

Devido à história, a produção está encolhida a meia-dúzia de cenários, limitando visualmente a experiencia cinematográfica. Aliás, são sempre as mesmas coisas, desde o guarda-roupa, à maquilhagem, até a direcção de fotografia. Fora de série está o trabalho de edição, estabelecendo dinamismo e ritmo, mantendo sempre o interesse, mesmo com acontecimentos fora de cena.

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Edge of Tomorrow é, apesar de tudo, um bom filme. Talvez as expectativas rasteirinhas tenham beneficiado com um universo bem “construídinho” (apesar das inverosimilhanças e clichés) e uma narrativa superiormente aplicada. Devido à aprendizagem, ficamos realmente investidos no arco do personagem principal, mantendo sempre a expectativa no que irá acontecer na cena seguinte.

Edge of Tomorrow não inventa a pólvora, nem é um marco, mas deixa ficar mal os restantes filmes (recentes) do género na arte de contar uma história. É uma brisa fresca, que entretém e não ofende a inteligência humana, apesar da premissa rocambolesca.

Positivo

  • Ritmo
  • Emily Blunt
  • Clímax
  • Arco do personagem principal
  • Bill Paxton

 

Negativo

  • Previsibilidade dos acontecimentos
  • Vilão genérico
  • Romance com pouca química

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