The Shawshank Redemption – Os Condenados de Shawshank: 20 anos depois da estreia

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The Shawshank Redemption é um caso singular na história do cinema. Para muitos (basta pesquisar o site imdb.com), o Melhor Filme de Sempre, no entanto, nem todos os momentos no processo de consolidação da obra são açucarados. Existiram solavancos, injustiças e a redenção final… tal como o enredo.

Nomeado para 7 Óscares da Academia – entre os quais: Melhor FilmeMelhor Actor (Morgan Freeman) e Melhor Argumento Adaptado – The Shawshank Redemption não levou nenhuma estatueta dourada para casa, estabelecendo uma sensação de estranheza, apenas comparada com o não reconhecimento de Citizen Kane. Verdade seja dita, o pote de nomeados de 1995 é dos mais fortes da história da Academia. Entre os nomeados: Pulp Fiction e Forrest Gump.

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Orçamentado em 25 milhões de dólares, The Shawshank Redemption pagou-se à justa nas bilheteiras norte-americanas, com uma receita de 28 milhões de dólares. Parte da receita, alimentada por segundas exibições. Segundo os relatos da época, o filme não cativou as grandes massas devido à intriga violenta e crua, elenco dominado pelo sexo masculino, título com conotação religiosa e uma intriga difícil de promover. A receita e o apreço chegaram depois, com os elogios de toda a crítica, reconhecimento da Academia (acabou por pender para o filme mais “americano”), recomendação de boca à boca e liderança no top de filmes alugados em 1995 (um mercado forte na altura).

Na realidade actual, um filme que não pode ser rentabilizado com sequelas, manifestamente caro no processo de produção e sem garantias de retorno financeiro, nunca seria produzido. Felizmente, Frank Darabont levou o projecto em frente e convenceu a Warner Bros..

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A história, adaptada da obra “Rita Hayworth and Shawshank Redemption” de Stephen King, narra a jornada de Andy Dufresne (interpretado por Tim Robbins), um homem injustamente condenado à pena de prisão para vida por alegado homicídio da esposa e do amante. Na prisão, Andy conhece Ellis Boyd ‘Red’ Redding (interpretado por Morgan Freeman), o único homem confessamente culpado em Shawsnahk, e adquire competências de sobrevivência numa realidade dura, injusta e violenta, conquistando o melhor possível de um meando que oscila de forma sórdida entre o repugnante e o confortável.

O elenco conta ainda com Bob Gunton, William Sadler, Clancy Brown, Gil Bellows, Mark RolstonJames Whitmore e Jeffrey DeMunn. A maioria dos actores não atingiu o estrelato, mas garantiram a qualidade do filme e, volvidos 20 anos, carreiras interessantes.

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A realização de Frank Darabont  (responsável pelo primeiro episódio de The Walking Dead) não é de encher o olho, mas seria complicado melhorar com malabarismos visuais um texto rico e emocionalmente intenso. De todo o modo, o realizador soube explorar os tempos dramáticos, potenciando a profundidade dos personagens em momentos sem falas.

A produção de Os Condenados de Shawshank não esteva para meias medidas. As filmagens ocorreram num estabelecimento prisional em Ohio (hoje é visitado devido ao legado do filme), numa infraestrutura perfeita para a atmosfera do filme. Além da grandeza real do filme, a história é alimentada por um guarda-roupa de época, incolor e triste, e um banda-sonora fabulosa.

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Evidentemente que a chancela de Melhor Filme de Sempre varia de pessoa para pessoa. Para alguns será O Padrinho, para outros o Pulp Fiction, ou A Aldeia da Roupa Branca, mas existe algum consenso na eleição de Os Condenados de Shawshank enquanto um dos filmes mais marcantes da história do cinema, cujo twist eleva a força gravitacional a incidir com maior intensidade sobre o nosso queixo.

Por que motivo o filme Os Condenados de Shawshank é brilhante? Na prática o filme tem duas linhas narrativas, que decorrem em simultâneo e encontram-se pontualmente para alimentar e preparar o desfecho. Quando julgamos que se trata de um bom filme sobre sobrevivência num cenário adverso, o filme atinge-nos com um soco no estomago, que serve de puxão de orelhas para quem acredita que o menos mau é suficientemente bom. Além das cenas emocionalmente fortes, e a amizade entre os dois protagonistas, o filme alcança a derradeira recompensa para o espectador, que, tal como o protagonista, sentiu e vive(u) a injustiça e as adversidades do universo criado.

Positivo

  • Clímaxpn-recomendado-ana
  • Twist
  • Frases que fogem aos lugares comuns
  • Noção de que a vivência é uma experiência perigosa
  • Filme intemporal
  • Bob Gunton vende bem o personagem

 

Negativo

  • Na Short Story original de Stephen King, Andy é judeu, pequeno, frágil e gordinho

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