Análise – Salem T2

Salem t2 PN ANA 1

Salem, a série sobre a caça às bruxas na cidade homónima voltou e encantou com a segunda temporada, ou terá sido feitiço? Vamos ver o que aconteceu.

Começamos mais ou menos onde a 1ª temporada deu o seu ponto final, no entanto e desde logo erguem-se novas ameaças para os planos das bruxas. No fim da primeira temporada é revelado à protagonista, Mary Sibley (Janet Montgomery), que o filho está vivo e este torna-se uma personagem central nos desenvolvimentos desta temporada.

Deverão também lembrar-se que John fica um pouco maltratado e é por aí que a história de John Alden (Shane West) recomeça. John está a ser curado por uma tribo indígena e após a descoberta da identidade de algumas das bruxas e bruxos de Salem, decide que é altura de alguém livrar a cidade destas criaturas diabólicas. Assim e através do poder da tribo, John recebe dois objetos, um punhal e um espelho, estes objetos são encantados pela tribo. O punhal consegue matar qualquer bruxa e o espelho oculta a sua presença. No entanto quanto mais usa estes objetos mais próximo da morte fica.

Esta mudança nas personagens é bem-vinda e ajuda-nos a envolvermos-nos mais com estas, por outras palavras, enquanto na primeira temporada fiquei com a impressão de existirem algumas personagens mal trabalhadas. A grande maioria estava bem construída e nesta segunda temporada de Salem o facto do destaque rodar um pouco mais em volta de outras personagens ajuda a dar uma maior profundidade à história.

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Outra personagem a ocupar um lugar central na narrativa é Anne Hale (Tamzin Merchant), a outrora rapariga singela que no fim da anterior temporada nos deixou perplexos, regressa e aprende os custos de ser bruxa. Esta personagem mostra um lado que acredita que a bruxaria pode ser usada para o bem, e ao mesmo tempo mostra alguns dos rituais de iniciação em maior detalhe. Já quanto à sua evolução é uma personagem quase previsível, digo quase pois as suas últimas acções na temporada surpreenderam-me.

Juntamente com Anne Hale vem também Cotton Matter (Seth Gabel) que nesta temporada tem um papel mais versátil.

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Finalmente resta-me falar da grande antagonista da série, a Condessa Marburg (Lucy Lawless). Esta personagem é uma bruxa bastante imponente que acaba por trazer muitas mudanças à série. Desde a sua apresentação às suas acções todas as personagens acabam por interagir com a antagonista. Eu gostei bastante da sua prestação mas devo dizer que existem aqui muitos pontos na sua história que são capazes de enlouquecer tanto o espectador mais distraído como o mais atento.

Esta temporada tem como objectivo o completar do grande ritual que culmina com a chegada do senhor das trevas. Para lá chegar foi-nos apresentada uma história bastante interessante e que me foi surpreendendo aos poucos. É uma narrativa mais direccionada do que a primeira temporada e também mais apelativa. Ainda assim existem momentos em que o fio narrativo precisaria de mais cenas, pois muitos dos acontecimentos contêm pequenos pormenores que deixam que seja o espectador a sub-entender o que se passa.

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Nesta segunda temporada, Salem continua a encruzilhada das bruxas para dominar o mundo e contra estas apenas os mais ridículos dos oponentes, cujo poder reside no facto de ocuparem posições importantes na sociedade.

Como devem calcular, quando se fala em bruxas, fala-se também em feitiços e esta temporada revela alguns bastante peculiares, mas existe uma grande inconsistência, como se o espectador devesse conhecer os feitiços existentes. E tal como me questionei na primeira temporada, se o sangue é a chave para quase todos os feitiços, se têm as mãos atadas que tal morder a língua? Afinal por vezes não é preciso sangue? Nem gestos? Só o pensamento chega? Então porque é que algumas personagens morrem ou são capturadas de uma maneira tão parva?

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No fundo são estas inconsistências de Salem e mesquinhices minhas que me impedem de dar a esta série uma melhor conotação. É uma série que poderá interessar aos apreciadores do género mas pouco mais, não existe aqui uma forte história romântica ou esquemas mirabolantes que atraiam outro tipo de público.

Ainda assim para quem gosta do tema esta é uma grande série a não perder uma vez que troca as magias de Harry Potter por algo mais próximo do folclore tradicional do termo bruxa.

Positivo

  • Anne Hale surpreende
  • Efeitos especiais
  • História
  • A nova vilã entra a matar…

Negativo

  • … mas o seu desenvolvimento deixa a desejar
  • Continuamos com as mortes e capturas parvas

pn-bom-ana

Alexandre Barbosa
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