Análise – Gardens (Board Game)

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Gardens foi uma experiência de análise e tanto e tantos anos depois, ainda continua a ser uma grande surpresa. Por isso vale a pena relembrar este grande jogo.

Ainda me lembro quando abri a encomenda mandada na altura pela Devir e vi o nome do jogo. Fiquei curioso e receoso de igual forma, afinal, um jogo chamado Gardens com uma imagem de um jardim podia significar várias coisas, mas nenhuma delas me parecia extremamente apelativa, ainda para mais quando comecei a ler que se tratava de um jogo de jardinagem.

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Okay, as coisas não estavam a correr bem para Gardens e ao contrário de tantos jogos de tabuleiros que já me passaram pelas mãos, não fiquei muito entusiasmado ou com grandes expectativas. Ainda bem que o ditado “não se deve julgar o livro pela capa” se pode aplicar a este jogo de tabuleiro, pois a experiência superou as expectativas.

Tudo bem, Gardens não é realmente um jogo de jardinagem, mas sim um jogo de estratégia e gestão com uma componente competitiva bastante forte. Dentro da caixa podem encontrar os peões de cada uma das 4 cores para quatro jogadores, uma série de peças de terreno, pontos e um terreno central.

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Qual objectivo de Gardens? A início tudo parece muito confuso, mas a ideia é até bastante simples. O objectivo passa por retirar uma peça de jardim aleatória no nosso turno e tentar encaixar a mesma num caminho que seja válido. A parte inteligente é que só podem encaixar numa zona onde o vosso jardineiro tenha acesso. Cada uma das pontas da peça, tem uma das quatro cores, ao juntar as peças, os cantos vão formar canteiros e é aqui que os pontos são ganhos, pois o jardineiro que tenha mais flores nesse canteiro ganha um ponto.

Como podem imaginar, isto faz com que o jogo se transforme num verdadeiro quebra cabeças, tentando somar pontos, sem colocar peças que possam favorecer um dos adversários. Demos por nós a demorar vários minutos a colocar uma peça apenas para ter certeza que não beneficiávamos alguém.

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Cada jogador precisa de somar um certo número de pontos para ganhar, pode jogar com até duas peças de jardineiro da sua cor e ainda podem usar uma peça especial com as quatro pontas da sua cor. São trunfos que podem criar algumas grandes reviravoltas.

Como disse, embora pareça complicado a início, demorou apenas uma partida até que as regras fossem interiorizadas e percebidas e o interesse de jogar mais persistiu após a primeira partida, saltando logo de seguida para uma segunda ou terceira.

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O design do jogo em si é bastante bom. As peças incluídas vêm bem acomodadas e são incluídos sacos para organizar tudo à nossa maneira. A caixa em cartão é maior e menos prática de mover ou guardar como a de metal da Ilha Proibida, mas não é um grande matacão. A arte da caixa é apelativa, mas engana um pouco na complexidade do conteúdo incluído. Confesso que nunca o compraria na loja se não o conhecesse e não soubesse que era assim tão bom.

No que toca a tabuleiro, as peças parecem um autêntico puzzle, e quando o jardim começa a expandir, é algo digno de ver. Os peões em formato de jardineiro também são engraçados e no geral, o visual agradou a todos. Um ponto positivo vai também para as regras que conseguem resumir bem as mecânicas do jogo e estão em português.

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A melhor parte de Gardens é que exige muito mais a nível de estratégia e pensamento do que a maioria dos jogos, pois não é preciso ler nem ter conhecimentos de cultura geral para se poder desfrutar deste jogo. Além do mais, é um jogo que surpreende pela positiva. Quando o mostrei, até se fizeram piadas, mas quando começamos a jogar, ninguém nos tinha preparado para a complexidade e veia competitiva deste jogo, e a atitude mudou do dia para a noite.

Se gostam de jogos de tabuleiros em que precisam de dar muito uso à massa cinzenta, então Gardens é uma grande aposta. É verdade que não é muito mutável (além de ser possível jogar de em equipas). Mas para uma sessão semanal ou mensal, vale bem a pena. Só precisam de convencer os vossos amigos que o tema do jogo esconde algo mais do que uma guerra de jardineiros.

Positivo:

  • Estratégico e desafiante
  • Podem jogar sessões curtas ou longas
  • Visual apelativo das peças
  • Pode ser jogado por qualquer um

Negativo:

  • Primeiro contacto duvidoso
  • Regras confusas a início
  • Arrumação da caixa podia ser melhor

Daniel Silvestre
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3 Responses

  1. Silver4000 diz:

    Pelo titulo e imagem pensei que fosse um jogo de labirintos x)

    Mas é engraçado algo de gestao num jogo de tabuleiros, sem contar com o monopolio que… nao chega bem a ser gestao…

    PS: primeira linha da terceira imagem, a conta com a de abertura ”A início tudo pareDe

    • Daniel Silvestre diz:

      O monopólio é mais o jogo de quem consegue esfolar os outros jogadores mais depressa xD

      Gostei bastante deste jogo. A capa e o nome enganam muito : )

      • Silver4000 diz:

        Jà agora, a jogar em grupo é como?
        2 pessoas por cada cor, ou 2 pessoas de cor diferente contra as outras duas ?
        Secalhar até é das duas maneiras…

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