Quando Dragon Ball FighterZ foi lançado, escrevi na nossa análise que este era para mim dos melhores jogos de Dragon Ball, lado a lado com Dragon Ball Bodukai 3 e outro jogo que a maioria nem deve saber que existe.
Esse jogo é Dragon Ball Z The Legend, um “pequeno” projecto lançado para a PSone e Sega Saturn em 1996 e que fazia o esforço colossal de cobrir toda a saga de Dragon Ball Z, desde a chegada de Vegeta à terra e culminando com o combate contra o Kid Buu.
Acontece que quando este jogo chegou à Europa apenas um ano depois de Dragon Ball ter estreado em Portugal, o que quer dizer que ainda estávamos no início da série original e já existia um jogo que nos mostrava como Son Goku ia crescer e ficar muito mais poderoso. Para todos os portugueses que seguiam Dragon Ball (quase toda a população na verdade), isto é o melhor exemplo de indução de spoilers por vontade própria.
Apesar de estar longe de ser perfeito, Dragon Ball Z The Legend levou a saga para um outro patamar. Além de recriar a história, havia uma percentagem de “veracidade” que era feita se seguissemos a história à risca. Havia uma catrefada de personagens para desbloquear e um modo especial para criar combates de “sonho” entre várias personagens de arcos diferentes.
Nem o facto do jogo ter sido editado em Portugal completamente em francês escrito (as vozes estavam no japonês original), foi um impeditivo para que todos quisessem jogar Dragon Ball Z The Legend. Ainda me recordo dos loadings que diziam “Chargement…” e os nomes que deram aos diferentes Buus (como Horrible para o Buu Buu magrinho e Giga Buu para o Kid Buu).
Outra coisa fantástica que Dragon Ball Z The Legend era a banda sonora e a forma como esta se encaixava perfeitamente nos momentos chave do jogo. As músicas não eram retiradas da série, mas soavam sempre a Dragon Ball. Entre todas as mais conhecidas estavam a do início de cada arco, a música de abertura e a do menu. De qualquer forma, existe uma música que ficará para sempre marcada como uma das músicas mais badass consrtuída para um videojogo. Uma música que marca alguns dos momentos chave de viragem de Dragon Ball.
Imaginem o Daniel com 8 anitos a jogar Dragon Ball Z The Legend e tentar descobrir como se fazer 100% a toda a história. Como sempre nestas alturas, havia alguém ou alguma revista que dava uma ajuda. Supostamente havia um momento no combate contra o Freezer em que tínhamos de deixar morrer o Krillin para recriar a história. Após isso acontecer, surge o menu de selecção de personagens com Son Goku em superguerreiro pela primeira vez e a música muda para isto:
É um dos momentos mais arrepiantes de que tenho memória e uma música que diz claramente que agora a coisa é a sério e que está na altura de resolver o combate de uma vez por todas. Esta música também surge no combate contra o Cell quando Son Gohan se transforma e contra o Kid Buu quando o Son Goku volta ao estado normal.
Por muito imprecisa que a jogabilidade fosse na altura, por muito limitado que fosse o multijogador (que bloqueava os jogadores numa tela apenas), Dragon Ball Z The Legend recriava a experiência a sério pela primeira vez e ao mesmo tempo, permitia jogar toda a história que ainda não tínhamos visto em Portugal. Qualquer miúdo na escola era o maior ao saber todas estas coisas de ante-mão.
Comparando directamente com jogos como Dragon Ball Xenoverse e Dragon Ball FighterZ, Dragon Ball Z The Legend está bastante ultrapassado e envelhecido, mas continua a ser um dos melhores jogos da série. Durante anos fiquei triste por não ter hipótese de jogar Dragon Ball GT Final Bout por ser exclusivo da PSOne. Anos mais tarde quando pude finalmente saber o que tinha “perdido”, fico contente por ter tido uma Sega Saturn e este jogo. Foi mesmo o verdadeiro jogo de Dragon Ball Z dos anos 90.
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