Control é bom, mas onde anda o novo Alan Wake?

Como devem saber, Control é criado pela Remedy Entertainment, os mesmos criadores de jogos como Max Payne e Quantum Break. No entanto, é também a equipa que lançou em 2010 Alan Wake, um exclusivo Xbox 360 que viria depois a ser lançado no PC.

Embora não esteja totalmente confirmado e Sam Lake da Remedy até tenha dito que os jogos não fazem parte do mesmo universo (até tudo mudar recentemente), está confirmado que Control faz parte do universo de Alan Wake e até certo ponto, também Max Payne e Quantum Break, embora as referências nestes sejam menos prevalentes e mais apenas pequenas indicações.

Control tem vários momentos onde Alan Wake é mencionado, assim como os acontecimentos do jogo, personagens e o Dark Place. Existem momentos onde determinados elementos são os mesmos de Alan Wake, o que levava a crer que fossem apenas referências simpáticas. O DLC AWE veio mudar tudo por completo e acelerar a ligação de forma directa.

Depois de 10 anos e um jogo mais ou menos decente pelo caminho (Alan Wake American Nightmare), parece que tanto a Remedy como a Microsoft se esqueceram de continuar a história de Alan Wake, o que é efectivamente uma pena e até estranho. Por muito que o jogo não tenha sido um sucesso estrondoso, criou uma grande base de fãs.

Se não jogaram Alan Wake, então preparem-se para uma história que tem tanto de confuso como de simples. Alan Wake é o protagonista que sofre de bloqueio criativo. Ele e a mulher vão para uma cidade no meio do nada e a dada altura a mulher desaparece. Alan descobre que existe uma ligação entre o espaço onde estão e um mundo de sombras (Dark Place) e que muito do que escreveu está relacionado com o que está a acontecer. Não vou continuar por muito mais, pois a história vale a pena ser vista e descoberta.

A jogabilidade não é nada de outro mundo, imaginem um Silent Hill menos tenebroso e com mais acção. Alan precisa de usar a luz para combater as sombras e consegue carregar algumas armas de fogo. Uma das partes importantes do jogo é a forma como a aldeia e as personagens que lá vivem ajudam a construir o universo, mas também a torna-lo ainda mais confuso.

O interessante é que existe verdadeiramente “algo” em Alan Wake. A história não vai muito além do típico thriller tenebroso e existem muitas coisas que são exactamente o que parecem, mas a forma como as coisas vão acontecendo, os mistérios que são levantados e as ligações entre o mundo real e o Dark Place levam a uma sequência final onde cada peça começa a encaixar e começamos a antever um final bastante épico com algumas surpresas e momentos muito bem pensados.

Curiosamente, apesar de ser um jogo bastante bem recebido e com uma grande legião de fãs, é estranho que alguém esteja a segurar o regresso de Alan Wake. Especialmente numa altura em que a Microsoft precisa certamente de ter mais exclusivos na sua nova plataforma (o que acaba por chegar também ao Game Pass). Recentemente Control recebeu a expansão AWE que confirmou a ligação dos universos (contra aquilo que tinha sido dito há alguns anos), mas acabou por não esclarecer muito e deixou um grande teaser para um possível segundo jogo.

Control é um bom jogo e bastante bem sucedido, mas estando agora terminado, nunca se sabe para que zona a Remedy irá navegar a seguir. Alguns rumores foram surgindo e apontando para que Alan Wake seja apenas uma questão de tempo e que existe interesse, mas até agora nada aconteceu além de vários teasers em outros jogos da companhia.

Se tiver de apostar em algo, acredito que com a Xbox Series e com a vontade de ter exclusivos, a Microsoft vai finalmente dar luz verde a Alan Wake, seja através da própria Remedy ou de um dos vários estúdios que acabaram por adquirir. Não nos podemos esquecer que Perfect Dark estava literalmente em hibernação até ter sido confirmado recentemente para um novo jogo.

Control é um bom jogo, mas tal como Quantum Break, todos estes jogos acabam sempre for me fazer lembrar de Alan Wake e de como existe ainda muita história para contar. Até lá, pode ser que exista um Remaster ou algo do género para ajudar a reavivar a memória, mas aquilo que eu e muitos querem é ver o que será feito num verdadeiro Alan Wake 2.

Caso queiram jogar Alan Wake, podem encontrá-lo no Steam ou através da Xbox Store ou Game Pass.

Daniel Silvestre
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