Análise – Quantum Break

Com o lançamento de Alan Wake para a Xbox 360, todos os olhos ficaram focados na Remedy Entertainment. O jogo teve uma recepção muito boa e ficou destacado por ser diferente de grande parte do catálogo da consola da Microsoft. Com uma narrativa muito forte e um sistema de jogabilidade para acompanhar, os fãs ficaram a salivar por mais deste estúdio.

Não foi preciso muito tempo para descobrirmos que a Remedy estava a trabalhar num novo jogo que iria abranger a nova consola da marca Estadunidense, a Xbox One. Assim sendo, Quantum Break foi o jogo revelado, passando do tema mais sobrenatural de Alan Wake para algo mais focado na ficção-científica.

Quantum Break conta a história de uma experiência em manipulação do tempo que corre mal e consegue desequilibrar todo o balanço temporal do nosso planeta. Temos então duas personagens em destaque, que foram expostas a esta má experiência, ficando com poderes sobrenaturais. Jack Joyce é o protagonista desta história, o qual consegue feitos especiais como deslocar-se a velocidades estonteantes, manipular os ambientes e até causar dano considerável aos inimigos. Paul Serene é o antagonista e líder de uma gigantesca companhia de nome Monarch, sendo que este consegue ter visões do futuro o que lhe dá uma certa vantagem frente ao inimigo.

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O jogo foca-se muito na narrativa que irá colocar as personagens em viagens no tempo e requer uma certa atenção do jogador para não ter que rever acontecimentos anteriores. É interessante ver as motivações de cada uma das personagens com este acontecimento trágico e os seus dramas, sendo um dos pontos fundamentais que nos agarram até ao fim.

A história não passa apenas por uma luta de bons contra maus, havendo também lutas pessoais e dramas mais profundos que dão uma maior credibilidade a toda a história. Na sua íntegra é uma história muito bem contada deixando pouca margem para pontas soltas ou partes por explicar. Podemos também escolher o desenrolar da mesma sendo que o próprio antagonista é uma personagem jogável, mas já lá vamos.

Quantum Break é um jogo de acção cuja jogabilidade é focada em Jack Joyce e nos seus poderes sobrenaturais. Joyce vai descobrindo as suas capacidades com o passar do tempo sendo possível evoluir e melhorá-las ao género RPG. Sendo assim, Joyce irá usar a sua capacidade de manipular o tempo para derrotar os inimigos no ecrã, seja com a criação de barreiras especiais, deslocações pelo cenário ao estilo Flash e até parar o tempo para deferir um ataque físico mortal sem que o inimigo se consiga defender.

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Como a Monarch tem acesso à tecnologia de manipular o tempo – sendo eles os inimigos neste jogo – vão também aparecer novos soldados com o passar do tempo que irão também ter quase as mesmas capacidades que Jack Joyce, tornando a jogabilidade interessante nesse aspecto. Infelizmente este é apenas um dos pontos mais inovadores no jogo que não chegam para suportar a grandiosidade da narrativa.

Grande parte da jogabilidade passa bastante depressa de acordo com a dificuldade, mantendo um padrão um pouco repetitivo e previsível passado algum tempo. Apesar de irmos saltando convenientemente entre Jack Joyce e Paul Serene, existe uma sensação de padrão que não nos surpreende passado algum tempo. Isto fica mais assente com o estilo de jogabilidade que poucas vezes varia entre as personagens, mas isso não quer dizer que seja má, mas que apenas podia ter arriscado um pouco mais.

O jogo chega quase a ser uma aventura interactiva também dada à quantidade de cut-scenes que iremos ter pelo caminho, isto um pouco em jeito de comparação com Metal Gear Solid 4: Guns of Patriots, que está carregado de cut-scenes, mas ao contrário do jogo da Konami, a jogabilidade por vezes falha em garantir um equilíbrio.

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Deixando um pouco a parte mais negativa, jogar com Jack Joyce não deixa de ser uma experiência alucinante. A personagem tem todo um arsenal de poderes para usar e isso consegue transmitir um sentimento de poder e divertimento que no fundo funciona e ajuda muito bem no combate sem tornar o jogador super poderoso.

Já com Paul Serene existe um elemento de votação online que torna o sistema de escolhas e moralidade mais interessante, onde basicamente podemos ver a percentagem de pessoas que escolheram as opções que nos são impostas no final da cena em particular.

A apresentação neste jogo é estrondosa. Apesar de haver uma pequena falha na definição, talvez induzida pela resolução do jogo, a Remedy Entertainment trabalhou arduamente para conseguir criar um ambiente bastante convincente. Sempre que a Fracture afecta o mundo do jogo, todo o cenário ganha uma apresentação quase surreal e por vezes um pouco glitchy dado aos efeitos das paragens temporais.

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O jogo tem também um elenco bastante forte de actores com Aidan Gillen (Peter Baelysh em Game of Thrones) ou até Lance Reddick e não só. Não só as personagens dão o litro nas cinemáticas que complementam o jogo, como também têm um tipo de presença que encaixa perfeitamente nos papéis que estão a cumprir.

Quantum Break é um jogo que apesar de apresentar um ligeiro desiquilíbrio no que toca à jogabilidade e narrativa, é uma experiência muito boa que mantem a fasquia de qualidade da Remedy Entertainment. Não só conseguiram mais uma vez introduzir uma história interessante como também criaram um jogo de acção sólido e com grande potencial para melhorar.

Se gostam de jogos de acção com uma história muito boa, então não vão sair desapontados com Quantum Break, garanto-vos!

Positivo:

  • Uma narrativa bem conseguidapn-recomendado-2016
  • Jogabilidade com muita acção
  • É interessante usar os poderes de Jack Joyce
  • Poder jogar com o vilão
  • Apresentação surreal e interessante
  • Actores tiveram uma boa prestação

Negativo:

  • Narrativa afoga um pouco a jogabilidade em termos de qualidade
  • Um pouco curto

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