Análise – Trek to Yomi

O estúdio Flying Wild Hog tem alguns jogos na manga para este ano de 2022 e Trek to Yomi é um dos um dos mais badalados da companhia Polaca. Não só o jogo apela aos fãs da cultura medieval japonesa como também ganhou destaque por ser um jogo que está disponível no Game Pass da Xbox desde o seu lançamento. Veremos então como está o novo jogo do estúdio de Varsóvia.

Neste novo jogo iremos conhecer Hiroki, um jovem que sofre um grande revés na sua vida depois do seu mestre ser assassinado e sua aldeia ser destruída por um grupo de bandidos. Movido pelo sentimento de vingança, Hiroki fará de tudo para conseguir justiça pelas suas próprias mãos e acompanhado pela sua katana.

Um dos aspectos que salta rapidamente à vista é a fantástica apresentação. Inspirado na cinematografia nipónica do início do século 20 e de grandes contemporâneos como Akira Kurosawa, toda a estética do jogo e até planos de câmera são inspirados em filmes desse gênero. Técnicas como aproximações na cara de alguns dos protagonistas ou até personagens a andarem lentamente às escondidas nas zonas mais escuras do cenário são usadas e que realmente encaixam muito bem neste jogo.

Dado ao facto do jogo puxar pela estética do cinema mudo, todo o jogo encontra-se a preto e branco com uma ligeira estética típica do cinema antigo. Sendo assim existe uma utilização eficaz e inteligente do sistema de iluminação que irá ajudar o jogador com pontos de destaque como os caminhos a percorrer ou até os extras para coleccionar.

Palmas para o responsável por todo o planeamento no que toca cenários e planos de filmagem, isto porque existem vários momentos que me deixaram bastante deslumbrado e que marcaram certos combates ou até situações em específico. Seja no topo de casas, cidade a arder de fundo ou até zonas com muita densidade florestal, o jogo oferece-nos bons momentos que nos enchem a vista.

O sistema de combate lembra-me um pouco de alguns clássicos como Prince of Persia 1 e 2, onde existe um grande enfoque em combater um inimigo de cada vez bem como bloquear e deferir golpes rapidamente, mas isso leva-nos a um caminho que se torna aborrecido rapidamente e isto porque a maneira de combater é praticamente igual durante todo o jogo. Os bosses requerem um pouco de concentração para serem derrotados mas não introduzem nada de incrivelmente diferente ao jogo no que toca ao combate.

Existem também ligeiros elementos RPG pelo jogo, onde será possível aumentar a nossa stamina, vida e leque de combos que podemos desbloquear. Com o simples apanhar de alguns items pelo cenário podemos então aumentar as nossas capacidades. Não ficamos também limitados a usar uma katana para o combate, sendo possível usar armas de arremesso como shurikens e que nos darão uma maior vantagem em combate.

Para além do combate pouco impressionante, todo o resto da jogabilidade pouco aprofundada não me impressionou. Todo o jogo é bastante linear, com alguma possibilidade de exploração em certas alturas e até ataques alternativos a grupos de inimigos, mas no geral existe pouco que nos apele aos sentidos ou que nos deixe intrigados.

Trek to Yomi é um daqueles jogos que se acaba uma vez mas que depois iremos rapidamente esquecer, e isto por ser uma experiência bastante repetitiva. Apesar de não ser tecnicamente impressionante, soube explorar muito bem toda a estética usada em filmes antigos de samurais.

Trek To Yomi é uma autêntica carta de amor para os fãs de filmes de samurais da parte de Akira Kurosawa ou Kenji Mizoguchi, mas que infelizmente peca na jogabilidade demasiado simplista e que torna o jogo demasiado repetitivo. Caso para dizer: luzes, câmera e pouca acção.

Positivo:

  • Apresentação impressionante
  • Bom trabalho com a cinematografia
  • Boas actuações de voz
  • Banda sonora

Negativo:

  • Jogabilidade pouco aprofundada
  • Combate demasiado simples
  • Torna-se repetitivo rapidamente
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