Lembro-me da primeira vez que peguei num jogo da Telltale e tal como muitos outros jogadores, tudo começou com The Walking Dead. Eventualmente apanhei o comboio e joguei mais uns quantos jogos da produtora até à altura de Game of Thrones e Tales from the Borderlands. Foi nessa altura que a magia dos jogos da Telltale começou a desvanecer para mim; aliás, fiquei farto. Sempre os mesmos truques baixos, com falsas escolhas e uma falsa sensação de liberdade, eventualmente tudo o que fica é a história e essas até acabam por ser bastante interessantes. Anos volvidos e aquela que outrora se parecia afirmar como a dona do género, acabou por ruir, não será novidade para ninguém que a Telltale faliu e a conclusão desta última temporada ficou suspensa durante algum tempo até que a Skybound decidiu terminar aquilo que a Telltale havia começado e a história de Clementine pode finalmente chegar ao fim.
Desde os primeiros minutos que The Walking Dead: The Final Season se esforça por mostrar que evoluiu. Os encontros com Walkers são mais dinâmicos e em vez de recorrer a simples QTE, é nos dada alguma liberdade sobre como e quando os executar. Isto criou de imediato um problema que outrora não existia, pelo menos de forma tão proeminente. Controlar uma personagem tendo em conta a câmara e inimigos a dirigirem-se para nós de várias direcções acaba por não correr muito bem. Ainda assim acaba por ser algo diferente e que permite um ritmo diferente daquele que encontramos nas secções pré determinadas.
Uma outra diferença que está ligada à jogabilidade e história em simultâneo é AJ, este permite uma nova abordagem a algumas situações, representando também uma vulnerabilidade e uma oportunidade. Um pouco à imagem do que aconteceu entre Lee e Clementine na primeira temporada mas com um maior ênfase em extremos. AJ acaba por representar uma nova geração que nunca viu o mundo sem “monstros”, como ele lhes chama, acabando por ser um ponto de vista extremamente interessante e que contrasta bastante com o factor humano que está em constante luta em todos os episódios.
No que diz respeito à narrativa são utilizadas frequentemente duas medidas já habituais. Podem fazer o que quiserem desde que termine da mesma maneira. Esta falsa liberdade é uma quezília constante com estes jogos, por muito boa que seja a história a limitação da escolha acaba sempre por vir trazer algo negativo, e quanto mais jogos destes tiverem jogado, maior o cansaço.
As vozes estão bastante boas e representam bastante bem o momento, no entanto existem vários momentos em que as animações não correspondem ao que está a ser dito.
No geral os primeiros três episódios da temporada final são bons episódios. Contam uma história competente e para quem acompanhou a evolução de Clementine, ao longo dos restantes jogos da série, estes são momentos bastante especiais.
Positivo
- Protagonistas bem desenvolvidos
- Exploração do conceito “humano”
- Exploração e combate mais dinâmico
- Bom ambiente…
Negativo
- … mas com um aspecto datado e gasto
- Vários momentos com más animações
- Não surpreende e acaba por ser mais do mesmo
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