Análise – Sin City: A Dame to Kill For – Sin City: Mulher Fatal

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O Verão de 2014 não tem sido famoso para os filmes ornamentados com estrelas. Que o diga Stallone e os Mercenários 3, e mais recentemente, o supostamente antecipado Sin City: A Dame to Kill For, um  inesperado flop nas bilheteiras mundiais (o realizador Robert Rodriguez tem de ir à bruxa).

Recuando até 2005, Sin Ciry incutiu no panorama cinematográfico uma nova roupagem artística, aproveitando a fase intermédia da consolidação dos super-heróis – o êxito da Marvel ainda estava a caminho –, mas perfilava o “Lado B” do género, com a ascensão dos graphic novels, e os inexplorados anti-heróis que resolvem os problemas com violência e tiques grotescos (como vimos em 300Watchmen e Kick-Ass). O matrimónio do género com a película foi positivo e com isso surgiu uma nova concepção visual e narrativa, caprichosamente explorada na Cidade do Pecado.

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Sin City: A Dame to Kill For mantém a dinâmica do antecessor, ou seja, o protagonismo pertence à Cidade, um espaço além da nossa realidade, com regras bem definidas, enriquecida com personagens mórbidos e violentos, que insistem em escarniar os pecados da sociedade moderna, nomeadamente: droga, jogo, álcool, tabaco, sexo, traição, mentiras, violência, homicídio e impunidade jurídica.

Marv (Mickey Rourke), Nancy (Jessica Alba) Dwight (interpretado desta vez por Josh Brolin), Gail (Rosario Dawson), Hartigan (Bruce Willis), Wendy (Jaime King), Miho (Jamie Chung) e Senator Roark (Powers Boothe) estão de regresso para gáudio dos fãs do primeiro filme e fazem-se acompanhar na sequela por Marcie (Julia Garner), Ava Lord (Eva Green) e Johnny (Joseph Gordon-Levitt). Há ainda a registar os cameos requintados de Christopher Lloyd, Ray Liotta e Lady Gaga.

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A realização esteve à responsabilidade de Frank Miller e Robert Rodriguez, que proporcionaram uma versão 2.0 do antecessor. A mistura entre a linguagem gráfica, desenhada à mão, e a linguagem cinematográfica resulta, proporcionado a experiência que rasga a banalidade, tendo como ponto alto o preto e branco.

Nos domínios técnicos, há a realçar cenários exclusivamente gerados por computador, restando aos aderecistas, guarda-roupa e actores, o pingo de humanidade que resta no cenário. A direcção de fotografia consegue ressuscitar as pranchas da banda-desenhada, mantendo os contrastes radicais e, pontualmente, elementos coloridos em evidência. Não é relevante, mas os efeitos visuais estão em formato low-cost.

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Sin City: A Dame to Kill For está na linha do esperado, o cinema passava bem sem um regresso a Sin City, no entanto, é um desvio que não embaraça o legado positivo do primeiro filme (ficando uns furos acima das escusadas sequelas de 300: Rise of an Empire e Kick-Ass 2).

Sin City 2 é o que é, talvez os mais conservadores fiquem ofendidos com a violência gratuita sem qualquer lampejo de criatividade, mas o universo construído é original e deliciosamente sórdido. Os demónios de cada um vão degustar a construção imaginária com prazer.

 

Positivo

  • A Cidade
  • Narrativa não-linear
  • Gore com estilo
  • Direcção de fotografia
  • Christopher Lloyd

 

Negativo

  • Desgaste da imagem de Eva Green
  • Josh Brolin ou Clive Owen?
  • Sensação de déjà vu
  • Jessica Alba em sub-rendimento

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