What If? – Primeiras Impressões (Com Spoilers)

(Nota: O artigo contém spoilers do primeiro episódio da série)

Já foi há algum tempo que dediquei um artigo somente para What If? Nele, demonstrei a minha esperança quanto ao potencial que a série tinha para agradar e surpreender os fãs. E foi mesmo isso que aconteceu, pelo menos com base no primeiro episódio. Alias, até superou as minhas expectativas, mas vamos ao que interessa.

Esta série de animação vai buscar uma abordagem conceituada das comics, que é a de (re)imaginar cenários hipotéticos, quer quanto ao destino de personagens, de eventos marcantes ou simplesmente de pontos cinzentos do universo Marvel.

Assim consegue aproveitar o embalo do desfecho da série do Loki, que abre as portas ao multiverso da Marvel, canonizando-o no MCU. Ao mesmo tempo que se descompromete da continuidade dos filmes e séries live-action, para observar as várias histórias de outra perspetiva diferente da habitual. Logo de início, há uma pequena introdução que sintetiza rapidamente aquilo que é o multiverso e qual a temática da série, tornando-a muito acessível para quem não está familiarizado com este tipo de contexto.

Usa a personagem de Uatu, também conhecido como Watcher, que por sinal foi uma ótima escolha, como narrador de cada episódio. Seja como for, o primeiro episódio de What If?, de subtítulo ‘What If? Captain Carter Were The First Avenger?‘ chega em boa hora, visto que a atual produção em destaque no Disney Plus, o Star Wars: The Bad Batch chega ao fim esta semana.

Aqui o episódio gira em torno de recontar os eventos de Captain America: The First Avenger (2011), sob a ótica de outra personagem. Onde, ao invés de Steve Rogers ser o primeiro super soldado americano, devido a um incidente, é Peggy Carter que toma o seu lugar, mudando assim todos os eventos daí adiante.

Como a escolha de longevidade dos episódios ronda os trinta minutos, é natural que o ritmo seja um tanto acelerado, priorizando as consequências desviantes deste universo, deixando de lado a construção de uma história coesa e mais consonante com o MCU. Gostei desta decisão, pois foca naquilo que o espectador quer ver, dando uma experiência sólida de volta.

É divertido ver o que mudou, e ir encaixando as informações gradualmente. Tal como, Steve se ter tornado no sidekick de Captain Carter, em invés de Bucky Barnes, que acaba por não sofrer o tal acidente fatal onde é capturado pela Hydra. A restante narrativa acaba por seguir os mesmos moldes do filme de há dez anos, mesmo que no final, Carter derrote uma criatura, estilo H. P. Lovecraft com ajuda de uma espada. E ao invés de ser descongelada umas boas décadas depois, vai parar a partir do Tesseract, aos eventos iniciais de Avengers (2012).

Também a organização da Hydra, liderada por Red Skull tem algum destaque, embora como referi, tudo é feito num ritmo de progressão rápida. Inclusive há espaço para Howard Stark e outros cameos do MCU. Fora isto, a história termina sem grande compromisso com continuidade geral, pois já no próximo episódio, o cenário será outro.

Um aspecto que ajuda a criar empatia com o espectador, é o trabalho de vozes, que vai buscar em grande parte, ao elenco de atores live-action.  Neste caso temos Dominic Cooper (Howard), Samuel L. Jackson (Nick Fury), Toby Jones (Armin Zola), Jeremy Renner (Hawkeye), Sebastian Stan (Bucky Barnes) e até Hayley Atwell (Peggy Carter).

Por outro lado, em termos de animação, foi outra surpresa. Apesar de nos trailers já dar uma boa ideia daquilo que estaria por vir, no episódio em si, o visual é ainda melhor. O estilo cel-shading acompanhado por um traço tipo comicbook, ajuda a criar uma tonalidade única e muito bem conseguida, que pessoalmente adorei.

No geral, foi um ótimo pontapé de partida. What If? mostrou para o que veio. Com elevada certeza digo que os episódios seguintes vão ser ainda melhores, pelas ideias que estão por vir. Alias, tenho tanta certeza quanto ao sucesso da série, que aposto que terá muitas mais temporadas periódicas no Disney Plus ao longo dos anos.

Seja como for, há muito ainda por explorar, e mesmo só esta temporada, irá tocar na ponta do icerberg. Como o último episódio só estreia em Outubro, irá ser uma boa jornada semanal até lá chegar. Estarei assim a par da série, para quando terminar, a análise sair em boas horas aqui no site.

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