Review – Final Fantasy XVI [PC]

Final Fantasy XVI, lançado inicialmente para PlayStation 5, chegou ao PC como com alguma antecipação, afinal, tinha sido um exclusivo da Sony até agora. Desenvolvido pela Creative Business Unit III da Square-Enix, o jogo oferece uma nova abordagem ao universo Final Fantasy, a qual não foi exactamente do agrado de todos, focando numa narrativa mais sombria e personagens no formato mais ocidentalizado.

A história de Final Fantasy XVI decorre no mundo de Valisthea, uma terra embrenhada na luta entre nações e a influência dos Eikons, entidades poderosas que podem ser invocadas por humanos. O enredo gira em torno de Clive Rosfield, o primogénito da Casa Rosfield, que se vê envolvido em intrigas políticas, traições e guerras, após uma grande tragédia que nos leva ao enredo principal.

A narrativa é complexa em temas como poder, vingança e sacrifício. O desenvolvimento dos personagens é um dos pontos altos, com Clive, Joshua (seu irmão) e outros protagonistas, como Jill Warrick e o novo Cid . As interações entre eles são bem escritas e parecem saídas em muitos momentos de um Game of Thrones, fazendo o jogador sentir o peso das escolhas e das consequências, por vezes até exageradas pelas suas inspirações.

Se leram a nossa análise original da PS5, sabem o que vos esperar, mas se estavam à espera da versão PC, então existem boas notícias no geral. A versão para PC de Final Fantasy XVI mantém os gráficos impressionantes da versão de consola, com várias possibilidades de melhorias caso tenham uma boa máquina. Os cenários são variados e ricamente detalhados no geral, existindo alguma identidade visual. A utilização de iluminação dinâmica e efeitos climáticos também contribui para a imersão, dando um pouco mais de profundidade ao mundo de jogo. Jogando no meu PC equipado com uma 4080 Super e um Ryzen 7 da geração anterior, consegui manter o jogo em 4k e boa fluídez sem grandes comprometimentos.

Por esta altura também já devem saber que Final Fantasy XVI é um dos mais significativos desvios da tradição da série. Em vez do combate baseado em turnos, o jogo adota um sistema de ação em tempo real, que muitos comparam logicamente a jogos como Devil May Cry ou até Bayonetta. Os jogadores controlam Clive diretamente, utilizando uma combinação de ataques corpo a corpo, habilidades mágicas e invocações de Eikons. Isto produz algumas batalhas épicas, mas também vários combates contra inimigos que mais parecem esponjas de dano, o que se torna um pouco frustrante. Cada Eikon oferece habilidades únicas que podem ser usadas em combate, adicionando uma camada de profundidade tática. Os combates contra bosses são também um dos pontos altos em termos cinemáticos e alguns dos momentos altos do jogo.

A banda sonora, composta por Masayoshi Soken, também é um dos pontos altos do jogo, aglomerando vários temas épicos e emocionais que complementam perfeitamente os vários momentos do jogo. As composições variam de melodias suaves durante momentos introspectivos a temas grandiosos durante as batalhas, criando uma experiência auditiva envolvente. Os efeitos sonoros também são bem implementados, contribuindo para a imersão geral do jogo. As vozes foram gravadas num estilo europeu medieval, por isso parecem (novamente) saídas de um Game of Thrones ou algo do género.

Voltando a falar do ponto central desta versão, a passagem de Final Fanatsy XVI para o PC foi otimizada para tirar partido do hardware moderno, com opções gráficas ajustáveis que permitem aos jogadores personalizar a experiência de acordo com a máquina que usam. O desempenho é geralmente estável, com tempos de loadings reduzidos se o instalrem num SSD e gráficos que até ficam bem mesmo em configurações mais baixas. A presença de suporte para várias resoluções e taxas de framerate também enriquece a experiência.

Resumindo, Final Fantasy XVI chega ao PC com bastante força e com motivos para compensar a espera dos jogadores desta plataforma. Embora não seja exactamente aquilo que os fãs esperam de um Final Fantasy, não deixa de ser um jogo muito bom que tem os seus pontos fortes. A versão para PC é uma excelente oportunidade para explorar Valisthea com toda a sua profundidade e complexidade, dando ainda mais motivos para que veteranos e novos jogadores o experimentem na sua melhor vertente.

Positivo:

  • Corre bastante bem no geral
  • Opções visuais
  • Consegue ser épico
  • Boas vozes
  • Banda sonora

Negativo:

  • Não simpatiza com todas as resoluções de ecrã
  • É uma pena que não seja mais Final Fantasy
  • Inspirações ocidentais em demasia

Daniel Silvestre
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