Apôs os três primeiros episódios eis que chega a vez de o quarto ser analisado, e por alguém que não tem conhecimento prévio sobre a série Game of Thrones para além dos mais óbvios spoilers. A “adaptação” que a TellTale Games tem andado a fazer tem sido motivo de conversa e não pelo melhor assunto, refiro-me claro, à ilusão de escolha e história linear.
Iron from Ice abriu a série da TellTale numa história capaz de envolver qualquer pessoa, mesmo que não tenha conhecimento prévio sobre a série em geral, algo que foi uma boa jogada e que cativou jogadores tal como eu que apesar de não apanhar certas referências e de não conhecer tão bem algumas personagens importantes, não foi difícil entender a situação da história e as personagens presentes.
The Lost Lords e The Sword in the Darkness foram de certa forma mais calmos em comparação à mensagem enviada no primeiro episódio, estando assim a estufar a trama que ainda não está pronta, no entanto não foram desprovidos dos seus momentos de acção e tensão e até mesmo de jogos políticos.
O quarto episódio, Sons of Winter continua no mesmo caminho dos anteriores, tendo agora a situação desenvolvida o suficiente, e posto as cartas na mesa, começam as preparações finais para uma ultima tentativa de arranjar ajuda para a situação da família Forrester.
A esta altura do campeonato já está mais do que explícito que a história de Game of Thrones da TellTale Games está definida, não havendo assim escolhas que influenciem os grandes momentos da mesma, ou pelo menos, até agora.
É certo que tem sido impossível evitar os acontecimentos, tampouco mudar algo, havendo até certas situações que tornam momentos dos anteriores episódios desnecessários. Algo que tenho vindo a reparar é que em vez de interagir com a história em si, a série tem estado focada na interação com as personagens.
Tendo em conta a situação da casa de Forrester, é natural que a ajuda de aliados seja bem vinda, e é sobre isso que a série tem girado, enquanto vai lançando alguns acontecimentos que nos fazem pensar novamente sobre as nossas escolhas. Tenho notado que a maior parte dessas escolhas mais importantes envolvem sempre entre estar do lado da família ou de outra pessoa com o intuito de cair nas suas graças.
A meu ver todas estas escolhas deverão ter o impacto desejado no último episódio, mas já estamos algo vacinados contra a nossa amiga TellTale.
Pegando a oportunidade, passo do tema da história linear para o das escolhas com ilusão, algo que a TellTale tem feito muito bem, e que era capaz de me iludir sempre, não tivesse eu jogado os seus mais recentes jogos e já saber o que a casa oferece certa vezes. Vindo a discutir as minhas escolhas, é fácil de notar que a ilusão é facilmente quebrada ao explorar-mos as decisões de outra pessoa, ao contrário de Tales from the Borderlands onde as mudanças são significativas.
Centrando-me neste episódio em particular, tal como no anterior, temos vindo a saltar cada vez mais entre os quatro membros da família Forrester, no entanto, devido ao build up que a história tem vindo a sofrer, algumas das situações têm sido demasiado lentas e desinteressantes, ganhando momentos de interesse com breves ocasiões de acção.
O elemento mais fraco, na minha opinião, tem sido Garred e a sua missão, que continua a desenrolar-se de forma lenta. Já Asher continua a ser uma das melhores personagens, contando com os momentos de acção, que vão quebrando o ritmo por vezes monótono, sendo assim uma boa transição para manter o interesse durante o episódio.
Devo dizer que achei fácil criar empatia com Rodrik neste episódio, sendo a única personagem onde as escolhas não caem entre terceiros e sim o que o jogador está a sentir durante o decorrer do acontecimento, teve alguns dos momentos altos que me deram prazer neste episódio. O mesmo não posso dizer do final que a meu ver foi anti-climático devido a acontecimentos que estão supostos para acontecer mo próximo episódio.
Falando sobre a parte técnica, em termos de gráficos e som continua igual aos anteriores, tanto nas partes boas como nas partes más, no entanto presenciei alguns erros de animação não presentes nos episódios anteriores.
Sons of Winter continua com o processo lento de criação de um confronto final que tem vindo a ser prometido desde o segundo episódio. A ilusão de escolha é algo bom, visto a narrativa de Game of Thrones se centrar nas relações com personagens, como é demonstrado com Mira e os seus jogos políticos, no entanto pode ser facilmente quebrada, o que estraga a emersão no episódio. Só resta esperar que todas estas amizades tenham influência no fim, e que o próximo episódio arranque de vez para o final.
[Todas as imagens foram captadas durante as nossas sessões de jogo.]
Positivo
- Asher
- Momentos de acção continuam bons
- Finalmente a história começa a oferecer alguns resultados
- Boa ilusão de escolha…
Negativo
- …que pode facilmente ser quebrada
- Momentos com Garred são arrastados
- Alguns problemas gráficos e de som
- Final anti-climático
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