Até agora, as análises de UFC nunca me tinham vindo parar as mãos e para dizer a verdade, nunca tinha feito questão, pois UFC não é de todo um dos meus desportos favoritos. Qualquer desporto onde as pessoas batam umas nas outras debiberadamente até haver sangue espalhado pelo ringue é algo bastante bárbaro.
Claro que existe uma grande diferença entre o mundo real e os videojogos e quando passamos esta acção para o mundo virtual, UFC 5 que está agora a ser lançado, estamos mais próximos de um jogo de luta com base em UFC, havendo espaço para a recriação sem grande parte da dor.
Não quero com isto dizer que UFC 5 não recria bem o desporto, aliás, recria até bem demais, pois é visualmente impressionante em todos os aspectos. Seja no detalhe das arenas, a iluminação usada, o trabalho feito nos lutadores e lutadoras, as suas roupas, tatuagens e animações, estamos perante um jogo que parece efectivamente um jogo de nova geração. A isto não faltam os típicos sons da arena, os gritos dos fãs e as entradas triunfais.
UFC 5 é claramente destinado a ser aprendido, pois não é tão simples de jogar como um jogo de luta mais directo. Existe aqui um jogo constante do gato e rato onde os bloqueios são tão importantes como o ataque e toda a acção está apoiada em redor da performance, golpes bem encaixados e resistência. Cada acção e reacção mexe com a barra de Stamina e esta vai acabando por gastar à medida que a partida avança, dando a pressão extra necessária para cometer erros ou tentar aproveitar para a derradeira abertura.
Algo novo que UFC 5 faz e faz muito bem (um pouco como aconteceu com NHL deste ano), foi a introdução mais realista de efeitos reais de danos ao adversário. Um murro bem encaixado na cana do nariz pode colocar o adversário a respirar pior, assim como as feridas abertas acabam por ser alvos mais fáceis para aproveitar. Se conseguirem por um adversário a sangrar da testa, podem ter a vantagem de lhe prejudicar a visão, criando ainda mais pressão e vantagem. Este sistema é muito bem-vindo e faz com que um combate possa mudar de rumo tal como acontece no mundo real.
Algo que a EA podia aproveitar de UFC para os seus restantes jogos de desporto passa pelas animações dos lutadores. Estas são algumas das mais suaves e bem feitas dos jogos EA Sports até hoje. Não só os contactos entre o corpo são vastamente superiores, como até as transições são muito menos estranhas entre animações de combate e a passagem para celebrações ou animações fora de combate. A isto juntamos também o detalhe das movimentações que mostram os músculos a face e outras partes do corpo a contorcer com os impactos, sendo muito mais impressionante.
Para combater, UFC 5 tem um rol bastante grande de lutadores oficiais de vários escalões e com vários estilos, havendo presenças como Conor McGregor, Ronda Rousey, Anderson Silva e até clássicos como Muhammad Ali e Mike Tyson que surgem como extras, que embora algo deslocados, não deixam de fazer algum sentido dentro deste universo. Existe uma grande diferença entre lutadores rápidos e mais pesados, com as vantagens esperadas de cada um deles.
UFC 5 tem vários modos de jogo para lutas directas ou treino, mas o foco principal é sem dúvida o modo carreira, no qual podemos criar o nosso lutador que podemos usar tanto online como offline. Offline, temos toda a campanha de começar do zero até chegar ao estrelato onde vamos competir contra os campeões e conhecer várias personalidades da indústria. O treino e melhorias que vamos fazer à nossa personagem podem continuar a brilhar nas partidas online onde podem levar pancada (tal como eu), de outros lutadores online. Há que dizer que as ligações são bastante boas e as partidas que fiz tinham desde pouco a nenhum lag.
No que toca a microtransacções, UFC 5 até nem é dos piores dos últimos tempos. Praticamente tudo o que existe está ligado apenas a opções cosméticas e os créditos para isso podem ser ganhos em jogo ou comprados. Só existe necessidade de o fazer se quiserem algo muito mais rápido, por isso é possível jogar sem pensar muito nisso. Existe uma espécie de Battle Pass com missões e experiência que dão alguns elementos de personalização ou versões de outros lutadores.
Apesar de vários elogios, UFC 5 também tem os seus problemas. Para começar, grande parte dos cenários que não sejam as arenas ou lutadores criados parecem muito mais fracos. Por exemplo, as arenas de rua estão rodeadas de espectadores com pouco detalhe e muitos deles copiados várias vezes em nosso redor. Os NPC que nos acompanham nas entradas também parecem estar a léguas de distância com os seus olhos sem vida e muito menos detalhe. A carreira também não evoluíu muito dentro do género e a interacção entre os lutadores e os fãs parece bastante vazia. Por fim, também senti que sessões mais longas de UFC acabou por se tornar extenuantes e cansativas, dado o contexto e pressão longa dos combates.
Feitas as contas, UFC 5 entra no ringue com confiança e consegue fazer uma partida quase imaculada. Não existe competição real no mundo dos videojogos para ele, mas isso não o impede de ser ao mesmo tempo uma boa recriação do desporto (que me obrigou a ir ver umas partidas para comparar) e um bom jogo de luta por mérito próprio. Se a EA Sports aproveitar algumas das ferramentas desenvolvidas aqui para outros jogos, será um lançamento ainda mais produtivo. Por isso se gostam de UFC, então vão adorar este novo jogo.
Positivo:
- Visual muito forte e detalhado em quase todos os elementos
- Boa ambiente do ringue
- Campanha funciona muito bem
- Muitos lutadores com diferenças entre eles
Negativo:
- Elementos da campanha não servem de muito
- Modelos de espectadores repetidos
- Arenas de rua com pouco detalhe
- Lutadores convidados são aparições algo estranhas
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