Análise – The Legend of Nayuta Boundless Trails

Apesar da série The Legend of Heroes já estar a ficar bastante extensa, existem vários jogos que não fazem exactamente parte da saga principal. Jogos das sagas de Gagharv ou os jogos originais não fazem parte da saga que começou com Trails in the Sky.

Entre todos os estes jogos com foco nos turnos, existe um jogo de The Legend of Heroes que foge a tudo isto, sendo um spin-off que até ver, não estará ligado à história principal da saga. Isto, pelo menos, é o que se pode dizer de The Legend of Nayuta: Boundless Trails.

Não deixa de ser curioso que The Legend of Nayuta: Boundless Trails tivesse de ser localizado para o ocidente, especialmente por nunca ter tido uma versão em inglês. Mas também por não ser exactamente “importante”. Felizmente o facto de não ter sido ignorado, faz com que o jogo da PSP tenha uma nova vida e possa chegar a muito mais pessoas. Para minha surpresa, ainda bem.

The Legend of Nayuta: Boundless Trails é um jogo complicado de vender para jogadores mais novos, visto que cruza a linha entre o remaster e um remake ligeiro, pois a base é a mesma, mas muitas coisas foram aprimoradas, mesmo mantendo o visual quadradão das personagens e cenários pixelizados do original. Isto faz com que seja na verdade um doce para os mais velhos ou retrogamers.

Como jogo, temos em The Legend of Nayuta: Boundless Trails uma aventura claramente dividida em duas partes, uma delas é a de explorar a aldeia, falar com os seus NPC e realizar missões, a segunda e a maior de todas, é o explorar dos 4 continentes de Terra, o mundo escondido onde Nayuta encontra Noi, uma fada protectora que está a enfrentar um vilão que está a destruir todos estes mundos com uso de uma roda dentada mágica.

Em termos de combate e exploração, este jogo é muito mais Ys do que Legend of Heroes, pois o combate é feito com acção em tempo real, com direito a combate directo contra os inimigos que surgem nos cenários, várias zonas de plataformas e puzzles que são necessários resolver para passar às zonas seguintes. Além da personagem atacar com a sua espada, somos acompanhados pela Noi que é a fonte de magia, sendo possível trocar as suas habilidades mágicas para ajudar a atacar em combate. Os inimigos são muitos e bastante variados, mas começam a repetir à medida que progridem na história.

Os cenários estão cheios de Mira (dinheiro) espalhada pelo caminho e além de pudermos evoluir Nayuta com o combate, também podemos encomendar cozinhados da irmã ou criar os nossos com o que vamos apanhando para ganhar mais experiência extra. Além disso, existem várias peças de armadura que podemos equipar para dar mais poder ou defesa, o que altera não só a aparência de Nayuta, como da própria Noi.

Embora só existam 4 regiões, The Legend of Nayuta: Boundless Trails incorpora uma mecânica muito interessante de estações. Estas mudam os cenários de cada região e abrem novos caminhos. Isto é especialmente explorado no New Game+, o que abre imenso a longevidade do jogo no global, sendo necessário completar o jogo pelo menos duas vezes para experimentar quase tudo o que existe para fazer aqui.

Voltando ao visual, é óbvio pelas imagens e pelo vídeo de lançamento que The Legend of Nayuta: Boundless Trails é um jogo com um visual já bastante ultrapassado. Claro que isso é um resultado do facto de ter sido lançado na PSP, porém, apesar disso, o visual que melhorado para este remaster até que acaba por ser bastante apelativo e por vezes, artístico, quase como se fosse um estilo próprio. Claro que é altamente polígonal e tem vários modelos que parecem “deslavados”, mas não é nada mau de ver em movimento. A isto juntamos uma banda sonora bastante divertida e de qualidade, assim como um bom elenco vocal, embora que pudesse ter muito mais vozes para os diálogos mais importantes.

Como é óbvio, sendo grande fã de Trails, estava intrigado e com vontade de jogar The Legend of Nayuta: Boundless Trails, mas tinha receio que a sua chegada a uma nova audiência o fizesse sentir datado. O resultado final é altamente positivo e uma excelente experiência que embora tenha os seus problemas e um visual algo datado, corre com uma boa fluídez e é altamente divertido do início ao fim.

Positivo:

  • Acção frenética e divertida
  • Bastante profundidade
  • Boa longevidade
  • Jogabilidade envelheceu bastante bem

Negativo:

  • Visual sofre com falta de detalhe
  • Podia ter mais trechos de voz
  • História mais simples do que o esperado

Daniel Silvestre
Share

You may also like...

error

Sigam-nos para todas as novidades!

YouTube
Instagram