Análise – The Legend of Heroes: Trails to Azure

O lançamento de The Legend of Heroes: Trails to Azure vai passar ao lado de muita gente, mesmo até dos grandes fãs de RPG, mas para quem conhece a série, este é um dos lançamentos mais desejados em muito tempo. Com ele está concluído o vazio deixado em termos de localizações da saga (não contando com o spin-off Legend of Nayuta: Boundless Trails que vai sair no final do ano).

Com os primeiros jogos e sequelas localizadas para o ocidente e com o lançamento de The Legend of Heroes: Trails From Zero no ano passado, a história fica completa e o caminho aberto para a NIS America localizar os próximos jogos. Mas existem mais razões para este jogo ser importante.

A história de Loyd e dos SSS é uma das histórias que liga não só a saga de Trails in the Sky e Trails of Cold Steel, como vai ser extremamente importante para dar corpo e conhecimento a Trails into Reverie, onde a história vai puxar pelas personagens de Crossbell, por isso é bom ver que valeu a pena esperar todo este tempo pela localização.

Acima de tudo e igualmente importante, é ver que a expectativa levantada em redor do jogo é mais do que real e embora não seja o meu preferido da série, é um dos melhores e um JRPG fantástico que vale muito a pena ser jogado por quem gosta do género.

Tal como os jogos anteriores, é preciso que se preparem para mais umas boas horas de história com muita narrativa a ser exposta de tempos a tempos, The Legend of Heroes: Trails to Azure tem muito para contar e fica ainda mais interessante à medida que a acção vai desenrolando e alguns elementos começam a ligar até aos eventos de Erebonia que podem ser vistos em The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel. Novas personagens aparecem e coisas especiais acontecem que vão deliciar os fãs da saga. Como sempre, a exposição não é para todos, mas por esta altura, porque motivo estaria alguém a jogar o segundo jogo no meio de sagas?

The Legend of Heroes: Trails to Azure também acaba por ser um pouco mais focado que o primeiro jogo, estando mais ligado ao enredo central e saíndo muito menos vezes em direcção a coisas que não interessam assim tanto. Claro que existem missões secundárias para fazer à mesma e existe até muitas situações onde temos de camihar os mesmos caminhos, mas nada de alarmante, especialmente por estar muito bem encadeado.

Em termos de jogabilidade e combate, The Legend of Heroes: Trails to Azure está muito igual ao primeiro jogo. O combate continua a acontecer ao entrar em contacto com um monstro no cenário e somos transportados para uma arena própria onde nos movemos em grelha e atacamos os inimigos com foco nas áreas de influência do ataque e a posição em que eles ou as nossas personagens estão situadas. As Arts e Crafts estão de regresso e existe também os finishers especiais. A grande novidade é o Burst Gauge que vai enchendo em combate e quando activado permite que as personagens sejam curadas e que turnos consecutivos possam ser usados. É uma mecânica que pode ser uma mudança enorme em combate e fazer toda a diferença.

Em termos de equipa, também existem algumas novidades, pois novos elementos foram adicionadas à equipa, aumentando as hipóteses de equipa, claro que muitos vão sendo alterados consoante a história assim o exige, mas é sempre bom ter mais hipóteses de elementos para escolher os tipos de jogabilidade que preferimos. O aumentar do elenco também permite mais interacções, mas dilui um pouco do sentimento inclusivo dos quatro elementos principais do primeiro jogo.

The Legend of Heroes: Trails to Azure é um jogo longo e com muito para fazer. Quem conhece a série, sabe que isto é apenas a ponta do iceberg, pois cada grande acontecimento abre portas para novos diálogos com NPC’s e mais missões secretas. É bom ver que a adaptação da localização foi bem aproveitada com base nas traduções originais do Geofront e adaptadas para estar mais próximos dos elementos oficiais.

A versão que tivemos acesso para análise foi da Nintendo Switch e é sem dúvida uma óptima experiência. Esta é uma das versões que foram totalmente trabalhadas para ter um visual mais actual e menos esboarratado. Jogar este jogo na Nintendo Switch tanto em modo doca como na TV é uma boa experiência retro, com boa fluídez, sprites bem-definidos e a funcionar tal como deveria ser. Caso optem pela versão PS4, vão ter a adaptação da versão orginal lançada no Japão sem algumas das melhorias essênciais, incluíndo a visual.

Sonoramente, temos aqui um dos jogos com melhor banda sonora da saga, tendo músicas que complementam bem muitos dos elementos de narrativa e outras que entram facilmente para o meu leque de favoritas da série. Quanto às vozes, só existe possibilidade de jogar com as vozes japonesas, mas não há muito a apontar de negativo, pois temos um leque de vozes impressionante que dão uma grande atmosfera e vida ao jogo.

Reunindo todos os elementos que fazem dele um jogo mais do que recomendado, The Legend of Heroes: Trails to Azure é ao mesmo tempo um excelente JRPG com todos os conteúdos que os fãs da série querem. Este é o ponto em que já não vai ser preciso voltar ao passado e a direcção é “em frente sem parar”. Por outro lado, é também altura de celebrar a preserverança dos fãs, da própria NIS America e disponibilidade da Falcom para completar um ciclo que estava aberto e que agora fica completo.

O futuro parece cada vez mais positivo e completo para a série The Legend of Heroes. Mesmo que este não seja o jogo para começar como novato, agora é a altura ideal para entrar na série.

Positivo:

  • Conclusão de um ciclo
  • Narrativa mais focada e directa
  • Ligação aos outros jogos
  • Combate ainda mais profundo
  • Melhorias das versões remasterizadas

Negativo:

  • Exploração um pouco mais repetitiva
  • Picos de dificuldade inesperados
  • Versão PS4 inferior às restantes

Daniel Silvestre
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