Análise – Megadimension Neptunia VIIR

  • Plataformas: PlayStation 4
  • Versão de Análise: PlayStation 4
  • Informação Adicional: Imagens e capturas de vídeo retiradas durante as sessões de jogo.

Mais um ano chegou e a série Neptunia está novamente de regresso com um novo jogo para os fãs, só que desta vez não é um jogo totalmente novo. Megadimension Neptunia VIIR é um remake de Megadimension Neptunia VII (“Vee-Two” e não 7) que vem melhorar o jogo em aspectos técnicos sem mudar nada em relação à história. Devido a isso esta análise vai focar-se apenas nessas mudanças, sendo que se estão à procura de uma melhor avaliação sobre a história e o resto que o jogo oferece, devem encaminhar-se para a nossa análise do jogo original feita pelo Daniel Silvestre.

Para tirar as dúvidas que muitos devem ter, não é necessário o acessório PlayStation VR para poderem usufruir do jogo e do que o mesmo oferece, os tais “eventos VR” que estão presentes em Megadimension Neptunia VIIR podem ser assistidos de forma normal apenas com a vossa PS4, comando e TV. Os eventos VR são sem dúvida um dos pontos de interesse nesta nova versão do jogo, e estão distribuídos por cinco personagens: Neptune, Blanc, Noire, Vert e Adult Neptune (ou tal como é conhecida nesta nova versão, Older Neptune) uma versão mais velha de Neptune que vem de outra dimensão.

Estes eventos não têm muito para oferecer para além do simples facto de as “waifus” estarem num cenário virtual e de interagirem com o jogador através de conversas. Não é uma interação ao nível do que é encontrado em Summer Lesson mas uma mais simples, o jogador fica sentado a ouvir o que a personagem em questão tem a dizer, abanando ou acenando com a cabeça quando é pedido. Para além destes eventos existe também a opção para mudar os objectos presentes no quarto do jogador para assim dar mais vida ao cenário, o único ponto negativo neste aspecto é o de não haver um modo à parte onde o jogador possa explorar livremente o quarto e observar as várias decorações que desbloqueou.

Durante o percurso da história principal o jogador vai ser obrigado a assistir a alguns eventos VR que vão aparecendo, sendo estes dedicados à versão mais velha de Neptune que vai comentando sobre o que aconteceu na história ou outras coisas que lhe venham à cabeça. Já para as outras personagens, os seus eventos vão sendo desbloqueados ao longo das suas respectivas histórias e o jogador terá de aceder aos mesmos através do menu principal, sendo que estes focam-se nas personagens em si sem apresentarem grandes ligações à história. Fora dos eventos VR, a história continua igual e sem mudanças notáveis para além de uma cena adicional no último capítulo, de os requisitos para o “True Ending” terem sido simplificados e a remoção do New Game +.

Atacando os aspectos técnicos, o jogo está melhor no que toca aos visuais, tanto as personagens como os cenários têm um melhor aspecto em termos de cor e detalhes, e o jogo agora está estável em termos de performance. A banda sonora por sua vez está maioritariamente igual, com uma ou duas novas músicas adicionadas. Neste novo jogo em vez de guardarmos o nosso progresso manualmente tal como no anterior, este fá-lo por nós, gravando automaticamente várias vezes durante a nossa aventura incluíndo no final de cada batalha, o que acaba por nos facilitar a vida caso um acidente aconteça e todas as personagens morram.

Tal como disse no início da análise a única coisa que não mudou foi a história, com tudo o resto a sofrer uma mudança notável e isso inclui os menus do jogo, estando agora mais organizados e com um melhor aspecto. Algo que também tem um melhor aspecto é o “world map” onde o jogador pode seleccionar a próxima dungeon a visitar, e uma das novidades deste remake que mais vai agradar aos fãs é o facto de as batalhas aleatórias terem sido removidas desta secção, dizendo assim adeus à chatice de ter que seleccionar novamente o percurso a percorrer de cada vez que éramos interrompidos por um destes encontros.

No que toca ao combate, é curioso ver que o do jogo anterior era uma mudança para melhor na série e que pouco seria necessário mudar para o tornar ainda melhor, Megadimension Neptunia VIIR decide então bater com o pé e dizer que consegue superar o que foi feito, dando um passo em frente mas dois atrás. As personagens agora têm mais espaço para se moverem no campo, e a maior diferença, uma que talvez não tenha sido para melhor, é que todas as acções feitas pelas personagens estão ligadas a uma unidade chamada “Action Points”. Quer seja atacar normalmente, usar habilidades, itens ou até transformar, tudo requer Acton Points ao contrário do jogo original onde estas acções estavam divididas entre “Special Points” e “EXE Drive”.

Esta mudança não vem do nada, uma vez que agora as personagens recuperam a vida toda no final de cada batalha, algo que não acontecia no jogo anterior, e que por sua vez torna o jogo bem mais fácil, sendo que então esta opção foi o melhor que o jogo encontrou para balançar um pouco com algumas das novas mecânicas, incluíndo o facto de agora cada personagem apenas poder usar 4 itens por batalha. No entanto por vezes senti que algumas batalhas estavam bastante fáceis, incluindo as boss battles, enquanto que outras vezes eram mais complicadas, é algo diferente em comparação ao jogo anterior que apresentava mais desafio e se esta mudança foi para melhor ou pior apenas cabe a cada pessoa decidir.

Fora do combate existe uma mudança ainda maior que vai ocupar o tempo do jogador, quase mudando o género do jogo de RPG para gestão. A construção dos combos para usar em combate é feita durante as batalhas agora, sendo uma tarefa a menos que o jogador não tem que se preocupar com, no entanto agora é necessário adquirir habilidades e ataques através de outros métodos para além de evoluir de nível. Esta tarefa é realizada no menu da personagem, sendo necessário cumprir alguns dos requisitos para poder adquirir essas habilidades e ataques, embora alguns desses requisitos (em especial o dinheiro) possa demorar algum tempo a cumprir caso o jogador não tenha a coisa debaixo de olho. Algo que também é realizado no menu de personagem é a distribuição de pontos para melhorar as personagens a nível de defesa, ataque e etc, algo que não existia no jogo original.

Fica difícil de dizer se algumas destas acções acabam por afectar a personagem uma vez que existe ainda mais por fazer no que toca a preparar as personagens para o combate, estou a referir-me às armas que neste jogo acabam por ter um novo sistema por detrás das mesmas. Megadimension Neptunia VIIR optou por usar o método de duas armas serem iguais em aparência e nome, mas que oferecem bónus diferentes e com os seus tipos de combo fixos. Se isso não bastasse, também existe a oportunidade de agora aumentar o rank de cada arma ou peça de equipamento para assim a mesma ficar ainda melhor. São várias mudanças que dão um ar novo ao jogo, mas muitas delas ficam um pouco no escuro ou até mesmo esquecidas, e a maioria destas tarefas acaba por depender que o jogador dispense ainda mais tempo para poder obter os materiais necessários para melhorar quer a personagem quer o equipamento que a mesma use.

Algo que tem mais presença ao contrário da versão original, apesar de também consumir mais tempo, são os “Planos“, que para quem jogou os jogos anteriores já os conhece como sendo uma espécie de sistema de “cheats” e “crafting“. Neste jogo os “planos” estão mais focados no crafting em comparação ao jogo anterior, onde o jogador necessita de recolher materiais para criar outros materiais para assim os tornar em itens, e combinado com isso também está de regresso as scouts, companheiros que podem ser enviados para explorar dungeons. Não existe grandes mudanças neste aspecto, desta vez apenas dois scouts podem ser enviados para cada dungeon e as habilidades de cada um foram melhores distribuídas para combater essa mudança e ajudar com o grinding que a nova versão do jogo exige por parte do jogador.

Basicamente o interesse de Megadimension Neptunia VIIR fica dividido dependendo da pessoa, se for um jogador que não tocou na versão anterior, então esta é a escolha ideal para o mesmo. Caso seja um fã que já tenha jogado o original, então não existe grandes razões para regressar em relação à história, incluíndo o facto de o save do jogo original não oferecer nada nesta nova versão. Os eventos VR apesar de serem uma boa edição não justificam muito ter que passar novamente pelo mesmo cenário que ainda dura um bom par de horas, por outro lado, a jogabilidade fez-me sentir que estava a jogar um jogo novo (que tecnicamente até o é) e passei bons momentos agarrado ao comando. Algumas das mudanças são para melhor, enquanto que outras necessitam de uma revisão, mas mais uma vez fica provado que a série consegue andar em frente e aproveitar as ideias dos seus mais recentes jogos e ao mesmo tempo atacar novas oportunidades, que espero ver aplicadas a futuros jogos da franquia.

Positivo:

  • É possível assistir aos eventos VR sem ser necessário o PS VR
  • Auto save após cada batalha facilita a vida
  • Remoção de encontros aleatórios no world map
  • Menus estão mais organizados e com melhor aspecto

Negativo:

  • História é completamente igual ao jogo original
  • Remoção do New Game +
  • Algumas mudanças no combate não foram para melhor

Mathias Marques
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