Análise – Sackboy: Big Adventure

Apesar da última geração ter sido presenteada por poucas aparições de Sackboy, o herói de tecido continua bem vivo dentro da família Playstation. Embora Astro tenha ganho popularidade, foi Sackboy que teve direito a um jogo completo para a PS4 e a nova PS5. No entanto, Sackboy: A Big Adventure é bastante diferente do conceito original de LittleBigPlanet, pois embora retenha algum do conceito de personalização, este é essencialmente uma aventura de plataformas ao bom estilo clássico.

Neste jogo as pobres Sackpersons são atacadas por uma entidade maligna e como seria de esperar, o Sackboy é a última esperança para resgatar todos os outros. Por isso vamos entrar num mundo cheio de cenários feitos de tecido, madeira e cartão enquanto guiamos a nossa personagem até à meta final. É giro ver como tudo parece quase um teatro de cartão, mas existe uma certa magia que faz com que as coisas ganhem vida e não pareça tão vazio.

Ao contrário da maioria dos jogos de plataformas em 3D, Sackboy: A Big Adventure é jogado com uma vista aérea, o que facilita a jogabilidade no que toca ao contacto da câmara com as paredes e pontos mortos, mas que também dificulta um pouco no que respeita a manobrar algumas distâncias, especialmente quando envolve plataformas mais finas, como cordas e afins.

Os cenários são acedidos através de um mapa mundo que faz lembrar jogos como Super Mario, Donkey Kong e Crash. Este mapa também tem alguns segredos e actividades para descobrir que vão sendo desbloqueadas à medida que progridem. Gosto que o jogo tenha tanta coisa para coleccionar e apanhar, o que acaba por aumentar bastante a longevidade. Todos os níveis escondem esferas e objectivos para concluir que abrem ainda mais cenários principais e alternativos.

Controlar o Sackboy é simples e o estilo de jogo é exactamente aquilo que esperam do género. O Sackboy ataca, puxa coisas, rebola e salta. Dominar estas actividades é essencial em especial nos cenários cronometrados, o que me levou a descobrir que certos movimentos fazem com que a personagem seja muito mais rápida e versátil do que parece. Podem jogar de forma calma ou usando todos os truques da personagem, o que é uma mais valia.

Cada uma das várias zonas do mundo de Sackboy: A Big Adventure está relacionada com um tema e isso permite ter vários conceitos diferentes para cada zona específica. Curiosamente o jogo não arrisca muito em criar coisas demasiado diferentes, o que até acaba por ser uma pena. O que permite na verdade criar coisas novas são as esferas que apanhamos que desbloqueiam peças de roupa e acessórios que podemos equipar na personagem. Existe uma infinidade de coisas e tudo isto fica localizado depois para comprar na loja de um dos vendedores do jogo.

Como prometido, a aventura pode ser partihada com amigos, o que faz com que seja muito mais divertido. infelizmente não o consegui experimentar com outras pessoas localmente (só temos um Dualsense com a consola) e a versão para ligar Online ainda está limitada, pois o serviço só irá começar a funcionar no final do ano. Por isso mesmo não consegui fazer algumas das coisas que o jogo recomenda ser feitas com mais jogadores, ou simplesmente jogar pela diversão da coisa.

Apesar de ser um jogo a correr também na nova geração, Sackboy: A Big Adventure tem uma mistura entre elementos cheios de detalhe, como a textura do tecido do Sackboy e outros que podiam estar bem melhor. Adoro o design e conteúdo de corte e cola usado nos cenários e não há dúvidas que o legado de LittleBigPlanet foi respeitado. A versão que joguei foi a de PS5, que embora tenha um bom resultado na fluídez e velocidade de carregamento, não é um dos melhores exemplos do que a consola consegue fazer para já.

Algo que adoro neste jogo é a banda sonora. Posso não ser fã de todas as músicas escolhidas, mas existem aqui tantos temas “diferentes” do conceito tradicional deste estilo de jogos que fiquei sempre com vontade de passar ao próximo nível para ouvir o que vinha a seguir. Até foram incluídos níveis musicais ao estilo de Rayman Legends que encaixam que nem uma luva. Algo que não gostei tanto foi do facto de terem incluído sons e barulhos ao Sackboy. Preferia a versão muda da personagem.

Apesar de não ser um jogo extremamente longo, Sackboy conhece exactamente o público a que se dirige e esses vão ter muito com que se entreter. Para os veteranos do género, acredito que consigam ver e coleccionar tudo numa dúzia de horas mais intensas.

Sackboy: A Big Adventure preenche a necessidade típica de ter um jogo de plataformas tradicional para toda a família junto de o lançamento de uma consola. Embora me tenha divertido bastante com ele, é curioso como a presença de Astro’s Playroom como um extra gratuito faz com que este Sackboy perca um pouco do seu brilho. De qualquer forma, é um jogo que cumpre o pretendido, mesmo que não seja uma referência do género.

Positivo:

  • Mundos criativos
  • Direcção artística
  • Personalização interessante do Sackboy
  • Banda sonora

Negativo:

  • Bastante fácil
  • Plataformas algo imprecisas devido à perspectiva de câmara
  • O Sackboy não precisava de emitir sons

 

 

Daniel Silvestre
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