Análise – Like a Dragon: Ishin!

Apesar da série Yakuza (agora conhecida por Like a Dragon), ser conhecida por ser um RPG de acção e aventura passada no Japão actual, existe uma vertente que se afasta desta era para contar uma história diferente no passado da saga. Este jogo era Like a Dragon: Ishin! e até agora só tinha tido espaço para chegar ao Japão. Com o crescimento constante de Like a Dragon e o sucesso dos jogos mais recentes, a sua conversão acabou por se tornar inevitável.

Temos assim mais um um spin-off da série Yakuza, desta vez passado no Japão feudal, durante a era Edo. A jogabilidade de Like a Dragon: Ishin! é muito semelhante à dos outros jogos da série Yakuza, com uma grande cidade para explorar, personagens para interagir e missões secundárias para completar. O jogador controla o personagem principal, Sakamoto Ryoma, um samurai que anda à procura de vingança por uma traíção cometida. Tendo em conta a viragem para os jogos por turnos que a série vai ter, o facto de Like a Dragon Ishin voltar ao core, significa que agora temos três tipos de Like a Dragon com jogabilidades próximas mas distintas, sendo este o mais próximo do clássico, Judgment o mais actual e Like a Dragon por turnos.

No global, o combate no jogo é baseado em lutas de espada e artes marciais, apresentando algumas mecânicas diferentes, como a possibilidade de bloquear ataques inimigos, fazer contra-ataques, e estilos de luta que dão um pouco mais de produndidade à acção. Além disso, Like a Dragon: Ishin! ainda tem a adição de poderem jogar com uma pistola, a qual pode ser o centro de um dos estilos de combate, ou ser adicionada a outros estilos mediante o que vão desbloqueando na árvore de habilidades.

Curiosamente, Like a Dragon: Ishin! parece muitas vezes um jogo ao estilo da série Dynasty Warriors, especialmente com os estilos de combate mais rápidos. Claro que está longe de ser um Musou, mas pelo menos é rápido o suficiente em combate para fazer lembrar esta franquia. Por outro lado lado, a exploração do mundo de jogo é que parece um pouco mais lenta do que nos outros jogos, sendo até prejudicada pelo facto da cidade tentar recriar os modelos antigos que tinham sempre muito menos edifícios e zonas de interesse.

Tal como os restantes jogos da série, este jogo também tem uma boa quantidade de mini-jogos e distracções para realizar. Como um bom jogo feudal que se preze, existe aqui pesca, karaoke, danças, cortar madeira, jardinagem e até momentos de culinária dignos de um Cooking-Mama (não tão profundo e variado claro). Existem sempre uma boa quantidade de missões alternativas e secundárias para fazer, com várias recompensas agregadas. Por isso mesmo, temos aqui um jogo longo e perto do que os fãs já se habituaram.

Algo que eu gostei bastante e que vai agradar a quem já conhece a história, passa pela forma como Like a Dragon: Ishin! usa as personagens conhecidas para lhes dar uma nova vida neste ambiente feudal. Cada um dos mais icónicos está cá representado e perto das suas personalidades dos outros jogos. A história é ajudada também pela forma como o Japão feudal e a Era são contados, adicionando muitas informações históricas que vão agradar aos fãs de coisas japonesas, embora possa aborrecer os menos pacientes.

Visualmente, Like a Dragon: Ishin! é claramente um jogo da geração anterior com uma pincelada da actual geração em cima. Os modelos de personagens estão muito bons e existem coisas aqui como a iluminação que foram claramente melhorados. Por outro lado, os cenários sofrem bastante nesta amalgama, havendo muitas zonas vazias, corredores muito similares uns aos outros e texturas que deixam muito a desejar. A fluídez do jogo é muito boa e acompanha bem o jogo. Os tempos de loading são rápidos na nova geração e gosto de ver que os menus estão bem organizados.

Em termos de banda sonora temos uma qualidade bastante elevada, puxando sempre pelos temas associados ao Japão feudal, mas com espaço para divagar por coisas mais energéticas com alguma frequência. Por fim temos apenas vozes em japonês, mas estão são muito boas e tendo em conta o estilo do jogo, acabam por até ser as ideais para criar uma maior imersão neste mundo de Samurais e afins.

É interessante ver o quão saudável ficou a série Yakuza nos últimos anos no espaço do ocidente. A início, tal como Monster Hunter, era uma saga que procurava a sua audiência e havia um segmento de jogadores curto, mas leal. Com o diversificar dos videojogos e com uma maior aceitação para conceitos “diferentes”, Like a Dragon acabou por se tornar uma referência e cada vez mais um jogo para um público em expansão. Like a Dragon: Ishin! é um óptimo Spin-off para a série e sem dúvida um jogo a jogar para os fãs da série.

Positivo:

  • Japão feudal funciona bem nesta série
  • História interessante ajudada pela época
  • Combate mais rápido e constante
  • Bom trabalho sonoro

Negativo:

  • Visual não foi melhorado em todo o lado
  • Muita exposição em momentos de história
  • É preciso um glossário para perceber tudo o que está a ser dito

Daniel Silvestre
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