Análise – Jak and Daxter The Precursor Legacy

Jak and Daxter The Precursor Legacy é um dos grandes clássicos da PS2 e chega agora à PS4 na sua forma original. Depois de ter sido convertido para HD na passada geração, este lançamento deixa algumas questões: Porque é que estamos perante o original se já temos uma versão HD? Porque é que este jogo tem as limitações do original se já temos uma versão HD? – Estão a ver onde quero chegar?

Não se iludam, esta versão é muito semelhante ao original, desde as texturas ao FOV (Field of Vision) tudo está exactamente como na era da PS2, até as frame drops. No geral o problema que eu vejo nesta versão de Jak and Daxter é mesmo o facto de já termos uma versão HD e esta voltar à qualidade do original. Quando foi lançado foi um mau jogo? Não. Longe disso, foi um jogo que marcou imenso a geração da PS2. No entanto, hoje em dia quando já vi uma versão HD, até me custa olhar para certos pontos do jogo no que toca ao visual.

O aspecto dos menus é bastante fraco tendo em conta a “actualização” da resolução e de todo o jogo diria que é mesmo o aspecto mais fraco. Não só a sua navegação envelheceu mal, mas também o seu aspecto repleto de ícones pixelizados torna-o desagradável à vista. As texturas têm um aspecto bastante esbatido, a menos que estejam mesmo à frente da nossa personagem num raio de 2 metros, e os frame drops não são incomuns. Algo que também acaba por saltar à vista é a forma dos objectos à distância, que é bastante simplificada nomeadamente: os Precursor Orbs parecem piões em vez de terem o formato oval, os portais circulares são um pentágono e por aí a fora, mas claro que quando nos aproxima-mos ficam com o aspecto correcto.

Ora bem, acabou aqui a minha negatividade para com esta versão do jogo. Todos estes problemas à parte o que aqui temos é um jogo extremamente divertido no que toca a plataformas. Sim, as mecânicas são as mesmas do original, não há mudanças nenhumas e algumas acrobacias não são propriamente fáceis, mas é bastante divertido.

A nossa cartoonesca aventura começa com Jak e Daxter a meterem o nariz aonde não são chamados e como consequência Daxter acaba por ser transformado num Ottsel, se não sabem o que é, é o bicho laranja no ombro de Jak. A aventura acaba então por levar os nossos dois heróis numa jornada para encontrar a cura para Daxter. Assim desde praias, florestas, ilhas assustadoras e cidades perdidas vamos explorar um vasto mundo. Jak and Daxter, ao contrário de muitos jogos até então de plataformas, não tem níveis delineados, tem áreas. Estas estão interligadas e não têm loadings entre si.

Em cada área existem Power Cells, que são o coleccionável mais importante do jogo e também Precursor Orbs que acabam por agir como a moeda do jogo. Jak vai então ter que completar certas tarefas/desafios para coleccionar as Power Cells e assim prosseguir na aventura. O jogo não exige que apanhem todas as Power Cell mas para chegarem ao fim terão que apanhar bem mais de metade.

O jogo está repleto de desafios variados, sejam simples percursos de obstáculos ou secções com um veículo motorizado o jogo vai-se re-inventando em cada nova área, sempre a acrescentar mecânicas ou conjugações interessantes. As áreas são também bastante distintas não só em termos de ambiente mas também nas várias personagens que vamos encontrando pelo caminho e que compões este mundo.

A aventura vai subindo de dificuldade mas nunca chega a ser realmente complicada, existem alguns saltos que exigem um pouco mais do jogador ou plataformas que se apresentam como desafios e exigem alguma destreza mas duvido que seja uma aventura que vos vá dar muitos problemas. Mesmo para crianças penso que este seja um desafio à altura, aliás lembro-me bem da 1ª vez que joguei Jak and Daxter, foi uma aventura que me durou largas horas e que me proporcionou desafios na medida certa e quando cheguei ao fim fui a correr em busca dos coleccionáveis todos, uma vez que só assim poderia ter o verdadeiro final.

A receita para o sucesso do jogo não está apenas nos desafios propostos e rapidamente se irão aperceber disso. A relação entre Jak e Daxter acaba por ser o centro das atenções, sendo que na maioria das vezes o espectáculo é completamente roubado por Daxter. É uma receita cómica que resulta e acaba por se tornar memorável.

Para além da jogabilidade sólida, excepto a câmara que tem os problemas bem característicos da altura mas que mesmo assim até se comporta bastante bem, um dos grandes destaques do jogo é a banda sonora. Desde Sandover Village até ao último local do jogo a banda sonora ficou-me cravada na memória e agora, tantos anos depois de ter jogado a versão HD, a banda sonora continua a ter um grande impacto. Algo que também irá agradar aos jogadores foi o suporte para troféus que foi inserido nesta versão, tal como na versão HD, não é uma lista muito desafiante e tudo o que têm que fazer para ter a platina é concluir o jogo a 100%, algo que é simples de fazer.

Como um todo é uma aventura que vale sempre a pena reviver, no entanto se tiverem a oportunidade e o interesse pelo jogo recomendo que se fiquem pela versão HD já que esta elimina os problemas visuais do jogo. Se por acaso não tiverem essa oportunidade e querem reviver esta aventura ou até descobri-la pela 1ª vez esta é uma versão muito próxima da que foi lançada na PS2 e continua a ser bastante positiva nos dias que correm. Na minha opinião, Jak and Daxter: The Precursor Legacy é uma aventura que todos devem experimentar, só precisam de escolher uma das 4 versões disponíveis (PS2, PS3, PSVita, PS4), ligar a vossa consola e desfrutar, pois todas elas são competentes no que mais interessa, a diversão.

*Dado este jogo ser um port para a PS4 a nota desta análise reflecte a qualidade do mesmo e não apenas o jogo em si.*

Positivo

  • Bastante divertido
  • Banda sonora continua fantástica
  • Jogabilidade sólida
  • Suporte para troféus

Negativo

  • Problemas de performance
  • Visual da era da PS2 parecerá estranho a quem jogou a versão Remaster HD entretanto

Alexandre Barbosa
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