Análise – Horizon Call of the Mountain

Com a recente vitória no passatempo da Playstation com um vídeo sobre a minha vida com a Playstation, fomos galardoados com um PSVR2. Claro que não podíamos deixar escapar a hipótese de analisar alguns dos jogos de lançamento e Horizon Call of the Mountain era mais que obrigatório. Porém, embora seja uma experiência de qualidade, não é exactamente a experiência definitiva de VR.

Horizon Call of the Mountain é um jogo de ação e aventura em Realidade Virtual (VR) ambientado no mesmo mundo de Horizon Zero Dawn e Horizon Forbidden West. O jogador assume o papel de Ryas, um Shadow Carja que está em busca de redenção. É uma história que encaixa bem no universo e que até conta com o Cameo de outras personagens da série, sendo a mais óbvia a nossa Aloy.

Embora não seja exactamente On-Rails, Horizon Call of the Mountain é um jogo que limita bastante a capacidade da personagem de explorar livremente, é muito mais parecido com os segmentos de plataformas de Uncharted do que o espaço aberto dos jogos principais de Horizon.

O sistema de exploração e combate são os focos do jogo, visto que passamos maior parte do tempo a escalar ou explorar em redor para encontrar o próximo sítio para escalar. A escalada é o centro do jogo e faz uso de forma bastante forte dos comandos de movimento do PSVR2, ao ponto de funcionar de forma bastante convincente. Claro que não é perfeito e muitas vezes somos brindados com vários bugs, movimentações estranhas ou alturas que não fazem sentido, mas quando está perfeito, parece muito bem.

A interacção com o cenário também é impressionante, pois podemos interagir com coisas do cenário ou agarrar em objectos que podemos atirar ou investigar. Isto também faz parte da resolução da maioria dos puzzles onde temos de interagir com as “nossas próprias mãos”. A maioiria destes puzzles são bastante naturais e fazem sentido com os movimentos.

Depois temos o combate, o qual é essencialmente feito com o recurso ao arco e flechas. Em vez de ser feito de forma livre, quando encontramos um inimigo, entramos em tempo real numa espécie de arena onde o circundamos o inimigo num plano fechado. Podemos atacar com flechas, desviar dos ataques e aproveitar os movimentos dos inimigos para os atacar nos pontos fracos para dar mais dano. O interessante do arco é que este actua tal como um arco verdadeiro. Cada vez que usamos uma flecha temos de levantar a mão sobre o ombro para trazer uma nova para usar no arco. É um sistema natural e realista que embora não encaixe logo, faz todo o sentido.

Horizon Call of the Mountain não é um jogo enorme, especialmente quando comparado com a longevidade dos restantes, mas mesmo assim ainda consegue atingir mais de 7 horas, o que é não é raro para um jogo de acção/fps ou aventura fora do universo do VR. Mesmo assim, é fácil sentir em vários momentos que Horizon Call of the Mountain tenta fazer tudo para mostrar as verdadeiras capacidades do PSVR2, o que o faz parecer uma tech demo por vezes.

Visualmente, Horizon Call of the Mountain é um verdadeiro portento, especialmente por tirar partido não só do poder da consola, como dos ecrãs OLED nas lentes e acima de tudo do Foveated Rendering, uma tecnologia que permite ao jogo saber onde estão a olhar e renderizar com maior detalhe e qualidade essa área. Isto faz com que o jogo tenha espaço para não ter um processo tão intensivo e continuar a oferecer gráficos impressionantes. Com isto, é fácil ficarmos imersos no mundo e Horizon Call of the Mountain consegue fazer isso muito bem.

A nível sonoro, temos um bom rol de vozes de qualidade e um som ambiente que usa muito bem as capacidades da consola. É altamente recomendado que joguem com um headset para que a experiência fique ainda mais realista. Os sons dos animais, da água, do vento e das máquinas ganha ainda mais impacto caso usem tudo como deve ser.

Horizon Call of the Mountain é o primeiro grande jogo do PSVR2 que mostra o caminho de como deve ser feito e só tenho receio que seja um dos poucos a ir tão longe. A tecnologia está aqui e se for adaptada para outros jogos e experiências, o PSVR2 tem muito para oferecer. Quanto a este esforço da Guerrilla e da Firesprite, é um jogo altamente recomendado caso queiram um PSVR2, mas não é a Killer App ideal para quem ainda não foi convencido.

Positivo:

  • Altamente imersivo
  • Interacção
  • Foveated Rendering funciona lindamente
  • Mostra bem as capacidades do PSVR2

Negativo:

  • Ainda é bastante on-rails
  • Bugs ocasionais
  • Repetição só faz sentido para mostrar à família e amigos

Daniel Silvestre
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