PróximoNível ao Domingo T2 – Artigo 3 por Nirvanes

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Boas a todos e sejam bem-vindos a um novo PróximoNível ao Domingo (ou PND). Depois da estreia com o Silver4000 e seguimento feito pelo membro _GM_ eis que o Nirvanes chega como o terceiro participante. Estamos perante mais um grande PND. Divirtam-se!

PróximoNível ao Domingo T2 – Artigo 3

por: Nirvanes

 

Olá, sejam bem-vindos de novo ao PND.

Como já devem saber nesta nova ‘temporada’ são os utilizadores que trabalham enquanto o Daniel, o Lemos e o resto da redacção descansa da semana dura que tiveram. (Preguiçosos! :P)

Cabe-me a mim – Nirvanes – a edição desta terceira semana, precedendo ao Silver4000 e ao _GM_ que me deixaram um legado difícil!
Eu aviso que o meu PND pode ser menos soft que o costume. Uma leitura mais ou menos pesada ao Domingo também faz bem para exercitar o cérebro!

Para recordar:

Quando há 3 semanas me propuz a escrever esta rubrica uns rumores surgiram de que Yu Suzuki e dirigentes da Sony tinham andado reunidos – aparecendo inclusivé fotografias desses momentos. Mais recentemente apareceu isto https://twitter.com/PlayStation/status/403234775604797441, o que fez com que me crescesse a esperança de uma coisa que eu espero há muito tempo… o lançamento de Shenmue 3. Yu Suzuki é o nome do criador da série, que tem a sua história em suspenso há mais de 10 anos, história que continua sobre a tutela da SEGA.

Para os que não estão familiarizados com o sentimento, imaginem estarem a ver um filme espectacular sobre vingança da morte de um familiar que tem em vista um confronto épico entre o herói e um vilão. Está? Agora imaginem que nunca viam esse confronto final porque nunca vos davam o filme até ao fim. Ok. Não se esqueçam é de imaginar que entretanto gastaram mais de 80h neste filme… esto é o sentimento de quem hoje não tem Shenmue 3! Algo incompleto.

Eu pessoalmente nunca joguei o primeiro jogo que foi exclusivo Dreamcast, mas bastou jogar Shenmue II (que foi lançado também para a Xbox) para ficar completamente encantado e nunca mais esquecer esta experiência. Joguei-o emprestado de um vizinho, tinha-lhe custado 10 euros na Worten – novo. Lembro-me ainda hoje que a Worten fazia um top 3 com os jogos mais vendidos de cada consola (ainda o faz mas antes tinha muito mais destaque) e o Shenmue II esteve em primeiro durante meses porque era vendido a 10 euros, numa estranha promoção.
Eu acho que isso acontecia porque o jogo tinha uma capa com péssimo aspecto na Xbox, parecia um dos jogos de acção mais rascas que uma pessoa poderia comprar. Daí a magia de descobrir que um jogo que parecia mau é na verdade um dos mais profundos já feitos.

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Para quem não sabe Shenmue foi, na sua altura (1999/2000), o jogo mais caro de sempre (47 milhões de dólares). A SEGA investiu muito dinheiro, no que se tornou um jogo pioneiro no open world 3D (mesmo antes de GTA) onde se podia interagir ou entrar em praticamente tudo o que estava ao alcance da nossa vista… tudo num espectacular visual 3D para a altura. Podíamos falar com as pessoas na rua e fazer perguntas – de uma forma muito mais realista que em qualquer RPG que joguei – podíamos jogar joguinhos, comprar mementos (bonequinhos japoneses, muitas vezes com referências à SEGA) e as actividades mais básicas tornavam-se crediveis… por vezes procurar a loja tal na rua tal era mesmo uma aventura incrivel, porque passava por perguntar às pessoas da rua por direcções!

Por último – e foi a principal razão para escrever sobre este tema – foi com Shenmue que nasceu o termo QTE‘s (Quick Time Events) e foi Yu Suzuki que o inventou e introduziu.
Este é hoje um sistema conturbado, já que os jogadores mais ‘puristas’ consideram que os QTE‘s são limitados e retardam a jogabilidade e interactividade num jogo. Casos que saltam à vista são os jogos da Quantic Dream (Fahrenheit, Heavy Rain e Beyond: Two Souls) e até mais recentemente Ryse da Crytek na Xbox One.
Mas apesar de ter cenas de acção automáticas com QTE‘s, Shenmue também soube introduzir o sistema fazendo bom uso do mesmo. Em Shenmue falhar vários QTE’s podia levar à morte, e carregar ou não num QTE podia fazer a diferença na progressão dos acontecimentos.

Deixo aqui então uma pequena cena que exemplifica o bom uso dos QTE‘s no Shenmue:

Shenmue (I e II) tem uma história de vingança, um bocadinho para o cliché na verdade, com um voice acting (pelo menos em inglês) péssimo, mas é de uma profundidade espantosa dentro do seu mundo, o que o faz tornar-se um titulo obrigatório para todos.
Foi um dos poucos jogos que eu completei mais do que uma vez!

E vocês jogaram? Do que se lembram? Se não jogaram, porquê? O que vos parece?

Para jogar do passado:

JET SET RAAAAAADIOOOOOOOOOOOOO

Responsável, a par de Shenmue II, pela nostalgia que sinto pela Xbox. Jet Set Radio Future foi um dos primeiros jogos que joguei na minha Xbox – também emprestado pelo vizinho – e foi sem dúvida um dos jogos mais COOL que joguei até hoje.
Jet Set Radio Future era uma sequela de Jet Set Radio (Dreamcast) – jogo que podem jogar agora em versão HD no PC, PSN e Xbox Live Arcade – mas sem tempo e num mundo aberto lindíssimo. O cenário é uma Tóquio futurista onde uma mega empresa corporativa domina a cidade, a par de vário grupos de ‘sakters’ teenagers. Vocês representam um desses grupos que irá salvar o mundo fazendo grinds espectaculares e grafittis em quarteirões inteiros… tudo isto com a introdução de uma técnica pioneira na altura: cel shading!
Graças a JSR e à SEGA hoje podemos ter esta técnica em jogos espectaculares como, The Legend of Zelda Wind Waker, Okami, Sly Cooper, Killer 7, e mais recentemente Borderlands. Jogos que envelhecem muito bem devido às propriedades do cel shading!

Este jogo transpira estilo por todo o lado, tem velocidade, tem truques porreiros, tem saltos altos, áreas diversas, tem combate com grafittis (para derrotarmos os policias temos de lhes fazer uma tag na cara!), personagens carismáticos que dançam… e música perfeitamente adaptada ao estilo. Hip-hop e electrónica, com um toque futurista. Tudo misturado pelas mãos do senhor Hideki Naganuma que conta com participações de Beastie Boys entre outros o que a torna numa das bandas sonoras (não orquestradas) mais originais e inesquecíveis que já ouvi (e não sou grande fã dos estilos em si!).

Para jogar do futuro:

Vou um bocado à boleia do _GM_ e vou recomendar o outro produto Nacional com lançamento aí à porta: Inspector Zé e Robô Palhaço em Crime no Hotel Lisboa. Um jogo da recém nascida produtora de videojogos portuguesa Nerd Monkeys, constituída por Filipe Pina (produtor do jogo PS3 Under Siege) e Diogo Vasconcelos (dono da loja PressPlay).

Recomendo porque joguei a demo e adorei, e acho que é um jogo que vale a pena dar uma olhadela porque tem um potencial enorme. Se quiserem ler a antevisão do PN podem ler aqui:

Antevisão – Inspector Zé e o Robot Palhaço em Crime no Hotel Lisboa

Se ainda não votaram votem na Greenlight do Steam, para conseguirem chegar a esta grande plataforma online.

O jogo sai por via digital dia 5 de Dezembro, e está a ser vendido por 8 euros ao preço de lançamento para PC e Mac!

Fiquem com uma pequena lets play do próprio Diogo Vasconcelos:

Para ler:

Como leio poucos livros não vos poderia recomendar grande coisa… mas sou um fã de BD.
Quando se fala em BD para mim o primeiro nome incontornável é o Alan Moore, um génio a escrever histórias negras com profundidade filosófica e politica dando ao mesmo tempo ao leitor um bom fio narrativo que o deixa preso até ao fim.

Com isto, recomendo a leitura de Watchmen, a derradeira história de super-heróis. Moore reflecte em Watchmen sobre questões como o factor humano dos heróis, onde são retratados como alcoólicos, violentos e loucos muitas vezes. É uma história incrível sobre um assassinato de um dos heróis e uma conspiração a nível nacional e mundial, envolvendo temas históricos como a guerra fria, a guerra do Vietname e a iminência de um desastre nuclear… mas Watchmen é sobretudo uma história sobre a humanidade.

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Existe também o filme que é na minha opinião uma boa reprodução, mas o livro é melhor e é o original por isso recomendo! (Têm também a série de animação que reproduz quadrado a quadrado a BD, é muito boa, o único se não são as vozes que são inteiramente reproduzidas por um senhor – sim até as femininas – mas se quiserem ver a história em vez de ler recomenda-a!)

Fica aqui o primeiro capitulo animado (da série animada):

Vocês conhecem Watchmen? O que acham? Estão interessados?

Para ouvir:

Como bajulei tanto a banda sonora do Jet Set Radio Future vou deixar a música que mais nostálgico me deixa pelo jogo.
Liguei muitas vezes o jogo só para ter a oportunidade de a ouvir na altura, era completamente viciado. Ainda gosto muito – aliás estou a ouvir enquanto vos escrevo isto, e mesmo passando tantos anos continuo a achar que é muito boa… tem uns instrumentos estranhos por trás que criam o clima e tom perfeito para o jogo.

A música chama-se ‘Aisle 10‘ e é original dos Scapegoat Wax, mas o senhor Hideki Naganuma meteu-lhe a mão e tornou-a perfeita para o jogo!

Para ver:

Como estou farto de falar de coisas sérias e tenho escrito texto mais pesado que é costume no PND deixo-vos com uma das maiores gargalhadas que dei esta semana.
Já viram o novo episódio do especial do Black Friday dos South Park?

Fiquem com a versão da OST de Game of Thrones por George RR Martin, o weiner lover!

Vejam o episódio completo aqui:
South Park Studios

E é tudo! (Já é demais!)
Já sabem, comentem tudo, perguntem tudo, opinem tudo. E se estiverem ainda interessados em bater o meu record de texto no PND falem com o Daniel!
Obrigado pela vossa atenção, e boa sorte ao próximo utilizador (desculpem, não me lembro de quem é, a culpa é de quem estava na shoutbox e não me soube informar)

Bye!

PND da próxima semana por: Tylath

Daniel Silvestre
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