Se forem jogadores minimamente informados, então conhecem certamente Hideo Kojima. Este é o senhor responsável pela série Metal Gear Solid, Zone of the Enders, entre muitos outros.
Além de ser conhecido pela sua criatividade, imprevisibilidade e inteligência, Kojima também é conhecido pela forma como gosta de brincar com os fãs, ao ponto de ser um verdadeiro troll em várias ocasiões.
Recentemente, Kojima foi alvo de notícias por tudo aquilo que se passou em redor do seu despedimento da Konami, após ter terminado funções com Metal Gear Solid 5: The Phantom Pain. Uns dizem que está de saída e já houve festa de despedida, outros que só começa a trabalhar em Dezembro, a Konami que ele está apenas de férias e quanto ao próprio Kojima, este continua sem confirmar ou desmentir seja o que for.
Afinal em que ficamos? Quem é que tem razão e o que se passa? Porquê toda esta novela? Será que não é mais do que isso mesmo? Uma novela?
“Onde é que estás a querer chegar Daniel?” perguntam vocês? “Porque razão é que não estás a criticar a Konami e coisas do género? Não estás chateado por causa do que andam a fazer? NÃO TE LEMBRAS DO SILENT HILLS?”
Calma, não é preciso gritar, eu sei disso tudo, mas e se não for bem assim? E se, mais uma vez, não estará a fazer das suas? E se na realidade, isto for mais uma das suas grandes artimanhas?
Tudo bem, tenho de reconhecer que até agora tudo aponta para o pior, mas ainda pode existir algo por detrás do silêncio de Kojima, das grandes confusões com a Konami que “não se defende” e deixa vestir o capote do “mau da fita”? Isto não é bom para ninguém, nem a Konami iria querer tal coisa.
Não será isto algo suspeito? Vamos então voltar atrás no tempo para pensar em coisas que já foram feitas no passado.
Lembram-se de quantas vezes Kojima disse que ia abandonar o Metal Gear Solid? Que já estava farto e que tinha de deixar para novas gerações? Foi assim para quase todos logo após o terceiro jogo, no entanto, Kojima continuou à frente da série.
Com Metal Gear Solid 5, Kojima foi ainda mais longe, ao ponto de se mascarar com ligaduras e fingir que era um estúdio Suéco. A farsa durou algum tempo, com teasers que apontavam para a inevitabilidade de ser o próximo Metal Gear.
Durante todo este processo, Kojima ganhou independência para ter o seu estúdio e criar todas estas “brincadeiras”, fazendo até sketches com os MEGA 64 e recebendo prémios de honra um pouco por todo o globo. É uma pessoa que está no Twitter e publica o que bem lhe apetece (muitas vezes mais comida do que outras coisas).
Mas a bolha estoirou com Silent Hills, um jogo que ia contar com a colaboração de Guillermo del Toro. A demo P.T. foi bem recebida, esmiuçada e deixou todos com água na boca, até ter sido retirada sem grandes explicações da PSN. Estranho? Sim, não é nada normal, nunca o foi e nunca o será.
Sim, a Konami tem feito alguns erros, mas nem tudo tem sido mau. Afinal, Metal Gear 5 teve luz verde e PES continua a melhorar. Serão assim tão maus? Será mesmo uma companhia tão diabólica? Uma companhia da qual Hideo Kojima faz parte e ajudou a transformar no que é hoje?
E se tudo isto não for mais um golpe comercial?
Qual é o objecto mais apetecido? Aquele que nos tiram ou que não podemos ter. Como é a melhor forma de ter publicidade e falarem do produto? Falar dele, seja bem ou mal.
Vejam o caso de Silent Hills, um jogo de terror, rodeado de uma história de infelicidade, problemas de produção e fins de contrato, onde todos lamentam, mas ninguém se mostra assim tão preocupado.
Alguns meses depois do cancelamento, Del Toro falou deste episódio e disse não querer trabalhar mais com videojogos, pois era um gerador de mau agoiro. Del Toro disse que Kojima tinha sido despedido, mas nessa altura ninguém da Konami desmentiu como foi feito recentemente, onde disseram que este estava a gozar umas grandes férias.
Depois, Kojima apareceu lado a lado com Mark Cerny da Playstation. Isto levantou suspeitas sobre a possibilidade deste poder vir a trabalhar para a Sony, no entanto, qual foi a consola onde P.T. foi lançado como exclusivo? Exactamente, a PS4.
Se a Konami era assim tão manipuladora e limitadora, como é que Kojima conseguiu o seu próprio estúdio e podia meter o que queria no seu próprio jogo. Remover o nome de Kojima da capa? Sim, fizeram, mas também ninguém impediu que ele pudesse meter o seu nome nos outros jogos todos. Se a Konami nunca respeitou os seus funcionários, porque razão era ele especial?
E se estas jogadas de apagar o nome de uma pessoa, o sentimento de perca, a privação, a cólera do público, não é mais uma vez uma jogada de Kojima para trolar os fãs e todos aqueles que querem mais Metal Gear Solid, Zone of the Enders e até o Silent Hills?
Kojima pode regressar à carga em Dezembro certo? Não é em Dezembro que acontece a Playstation Experience? Não é uma coisa no ocidente, onde podia subir Del Toro e Norman Redus ao palco para confirmar que estavam a brincar com os sentimentos dos jogadores tal como irá fazer Silent Hills?
O silêncio de Kojima e a passividade da Konami são estranhos e como se costuma dizer, onde há fumo, há fogo. Agora, que tipo de fogo é esse?
Trabalho é algo que não vai faltar a Kojima. Enquanto não se conhece a verdade, aposto que qualquer companhia já sondou a sua disponibilidade. Seja onde for que ele fique, ele é um produtor que precisa de muita liberdade para deixar a sua criatividade correr para onder quer. Olhando para os seus jogos, parece que isso nunca foi um problema para a Konami. Estranho não é?
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