- Plataformas: PlayStation 4, Xbox One, PC
- Versão de Análise: PlayStation 4
- Informação Adicional: Imagens retiradas durante as sessões de jogo. Análise feita com base no update 1.04.
Um dos maus sinais que um jogo pode dar quando o iniciam é o de serem obrigados a criar uma conta para poder usufruir do que este tem para oferecer, outro é o de ser necessário estar sempre ligado online para jogar mesmo quando este possui um modo singleplayer. Finalmente, a razão que me levou a crer que Warhammer 40.000 Inquisitor – Martyr é um jogo que deixa imenso a desejar é o facto de a produtora querer apresentar uma junção de ideias que apenas se encontram a meio caminho, deixando imenso a desejar.
A série Warhammer é popular. Popular ao ponto de já ter criado uma sub-série com o nome de Warhammer 40.000, que por sua vez tem os seus próprios spin-offs. Com temas inspirados pelas obras de Tolkien, Lovecraft e mais, a série Warhammer tem vindo a explorar novos horizontes e a tentar agarrar mais jogadores ou apenas a saltarem para as mais recentes ideias populares. Warhammer 40.000 Inquisitor – Marty acaba por ser um jogo semelhante a Diablo mas que tem a pseudo-ideia de tentar ser um MMO, algo em que acaba por falhar redondamente.
O jogo estava disponível para PC há já algum tempo, chegando agora até às consolas caseiras. Não é que o jogo esteja mal optimizado nestas plataformas mas nota-se que a imagem que a produtora tinha em mente era a de um jogo que funciona melhor no computador. Não existem complicações neste aspecto, mas infelizmente os problemas recaem em algo mais importante, o aspecto central do jogo.
Warhammer 40.000 Inquisitor – Martyr tem lugar num local diferente dos outros jogos mas os inimigos que os jogadores vão encontrar são os mesmos. A nossa personagem é um Inquisitor que está a lutar pelo Imperador, enfrentando várias ondas de adversários afectados pelos Deuses do Caos. O jogador pode escolher entre três classes de personagens, cada uma com uma sub-especialização que também é possível seleccionar e partir então para a aventura.
Não existe muito por onde pegar, o jogador selecciona uma missão e enfrenta várias hordas de inimigos, com os objectivos a variar entre matar tudo e todos a recolher informações no mapa. O jogo oferece uma campanha a solo que segue este formato do início ao fim e depois temos o habitual post-game neste tipo de jogos onde o jogador selecciona uma missão, enfrenta várias hordas de inimigos e recolhe loot para assim enfrentar missões de nível maior.
Existe um modo co-op para até 4 pessoas online ou caso tenham alguém ao vosso lado podem jogar até dois no mesmo ecrã. Para além de um modo cooperativo, que não está disponível para a campanha do jogo, também existe a possibilidade de combates entre jogadores num modo PvP onde é necessário capturar zonas e obter uma certa quantidade de pontos. Tudo isto é acessível a partir do hub principal (algumas opções vão estar bloqueadas a início) que é uma pequena sala cheia de objectos ou personagens para interagir, ao invés de um mundo mais aberto que fosse possível explorar.
As missões transportam o jogador para uma zona onde é necessário explorar o mapa, por vezes formado por corredores de naves, ou lugares abertos em vários planetas que estão recheados de inimigos, que por vezes são inimigos a mais para uma pessoa só e que apenas fazem uma missão demorar mais do que devia. No que toca à apresentação dos locais visitados, o aspecto grotesco está presente tal como é habitual na série Warhammer, mas irão ver corredores semelhantes vezes sem conta, e os planetas que acabam por visitar podiam ter uma melhor apresentação.
Em relação às personagens e história do jogo, apesar de ter um tom pesado não existe muito por onde pegar. O trabalho feito nas personagens é levado demasiado à letra no que toca a fazê-las sentir-se em casa no mundo de Warhammer 40.000, o que infelizmente não as torna carismáticas. Tanto a história como as personagens não têm grande interesse e são demasiado monótonas para motivar o jogador. É certo que combinam com o universo do jogo, mas podiam ter recebido uma atenção especial para que o jogador também consegui-se criar uma ligação às mesmas.
A banda sonora também deixa a desejar, não tendo grandes motivos de destaque. E em aspectos técnicos o jogo apresenta vários ecrãs de loading que ainda duram uns segundos, já para não falar das cinemáticas onde o diálogo e as legendas não estão em sincronização. Falando em cinemáticas, estas são feitas de forma igual às que poderão encontrar em MMOs como World of Warcraft ou Final Fantasy XIV, estão cheias de detalha e com uma qualidade de produção enorme, só que não é isso que realmente encontram no jogo.
Passando à jogabilidade, esta é semelhante ao que irão encontrar em Diablo. O jogo é apresentado com uma vista aérea e as personagens possuem um leque de habilidades que podem usar contra as várias hordas de inimigos. Cada classe conta as suas próprias habilidades mas estas por alguma razão estão ligadas aos tipos de armas que as personagens usam em vez de as próprias personagens. De certa forma é exclusivo para cada personagem, mas não faz grande sentido ter as habilidades presas às armas, o jogo funcionaria melhor se separa-se ataques de armas das habilidades que cada classe possui, mas não é o caso.
Por outro lado, a longo curso não faz muito sentido selecionar a personagem Assassin ou a classe Psykers que possui ataques psíquicos, pois à medida que avançam, as hordas de inimigos que enfrentam são maiores e a sua vida ainda maior, o que faz da classe Crusader a melhor opção pois possui melhores ataques e uma maior onda de dano. Apesar de o jogo estar mais virado para um modo online a falta de personagens suporte ou semelhante para realçar o foco que a produtora teve em tornar este jogo num pseudo MMO.
O jogo conta com um sistema de cover que tanto se aplica aos jogadores como inimigos, mas este não tem grande utilidade a não ser para apenas ganhar alguns segundos para o jogador se orientar. Existem também várias skill trees que ao invés de estarem disponíveis desde o início cada uma requer que o jogador realize um determinado número de acções, como fazer um determinado número de dano a inimigos ou até completar um certo número de missões.
O loot é uma parte central deste género, mas não existe uma grande variedade de modelos. Apenas umas três ou quatro versões de armas ou armaduras, e tudo o resto é apenas uma cópia com o mesmo aspecto mas um nível e estatísticas diferentes. Para um jogo onde o objectivo é colecionar loot, devia de haver uma maior quantidade de itens com visuais diferentes para dar um aspecto mais único aos mesmos, o que não é o caso.
Apesar de o jogo ser totalmente online, apenas é possível jogar até 4 jogadores ou participar num clan, não sendo realmente uma razão digna para a produtora tomar esta acção. O jogo em si nunca explica o motivo de tal escolha e a produtora já veio ao decima com as suas razões, explicando que planeia oferecer várias actualizações e novos conteúdo como missões, história e inimigos, o que basicamente reforça a minha ideia de que este jogo devia ser 100% um MMO em vez de ser um pseudo MMO com elementos de Diablo. Da maneira como está feito os jogadores apenas são punidos sem razão aparente, apenas para algo que outras produtoras fizeram com os seus jogos de uma melhor forma.
Warhammer 40.000 Inquisitor – Martyr não me agradou. A jogabilidade torna-se repetitiva ao fim de algum tempo e a mesma necessita de sofrer algumas alterações. A história e personagens fazem o jogador adormecer apesar de o mundo do jogo querer dar a impressão de que estamos numa missão épica. Mas mais que tudo, Warhammer 40.000 Inquisitor – Marty é apresentado como um jogo singleplayer que na realidade foi desenhado com mais pessoas em mente, e essa decisão limita imenso o que o jogador pode retirar desta experiência.
Positivo:
- Mundo de Warhammer…
Negativo:
- …podia ter sido usado de melhor forma
- Requer uma ligação constante à internet
- Loadings demoram um pouco
- Jogo torna-se repetitivo
- Personagens e história monótonas
- Jogo funcionaria melhor como MMO
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