Análise – Voyage

O grafismo continua a ser hoje em dia um dos elementos de maior destaque dos videojogos mas existem estúdios que continuam a apostar em experiências com um maior rigor na beleza e mensagem do que propriamente no número de píxeis que estão no ecrã. Voyage é mais um desses jogos que foi produzido por dois irmãos oriundos da Suécia e que fundaram o estúdio de nome Venturous Games.

O minimalismo leva a que muitos aspectos do jogo estejam sujeitos a interpretação, mas no geral descobrimos que as duas personagens estão presas neste planeta misterioso e precisam de o explorar ao máximo para restaurante o poder de três estátuas que os farão regressar a casa. A aventura irá levá-los a inúmeras zonas do planeta, sejam elas na superfície como nas zonas mais subterrâneas.

As duas personagens possuem as mesmas habilidades e que se centram em trepar, agarrar e destacar zonas. Existe um elemento cooperativo entre as duas que é fundamental para o jogo, seja ajudar a resolver puzzles ou a chegar a zonas mais altas e estas aventuras podem ser feitas sozinhas ou com outro jogador em multiplayer.

Apesar de ser um sistema bastante intuitivo, a jogabilidade peca por variedade. A interacção com o planeta é bastante básica e por norma o conteúdo em si é bastante repetitivo e padronizado. O jogo foi feito para ser desfrutado sem grande esforço mas penso que se perdeu aqui uma boa oportunidade para oferecer uma maior profundidade no que toca à complexidade de todo este planeta alienígena.

É preciso frisar que Voyage é um jogo lindíssimo com uma direcção artística fantástica. Apesar de ser totalmente em 2D, a maneira como o estúdio tirou partido da profundidade havendo muitos detalhes longe e perto do centro da acção favorece completamente o jogo. Os cenários com localizações bastante abertas e variadas estão munidos de detalhes interessantes como símbolos, criaturas misteriosas, efeitos de ambiente e inúmeros rochedos variados.

A maneira como o jogo usa a palete de cores é simplesmente fantástica, havendo uma boa variedade nos biomas incluídos, mas também vários efeitos que dão vida a todo o mundo do jogo. É difícil não parar para apreciar o que está à nossa volta. Infelizmente as animações parecem um pouco rígidas e que me fazem lembrar um pouco o primeiro Prince of Persia em termos de movimentação. Já a banda sonora é também um complemento muito bom com composições que trazem um sentimento de calma, mistério 

Voyage é para mim sem dúvida um dos jogos mais belos deste ano, havendo uma conjugação muito forte entre apresentação bastante detalhada e banda sonora que nos faz levantar os pêlos dos braços. Claramente iremos desfrutar de Voyage, mas se procuram por algo mais complexo e que nos faça puxar mais pela massa encefálica, então estão a olhar para o jogo errado.

Se pretendem acabar um jogo num fim-de-semana com um amigo, familiar ou cara metade, então Voyage é algo que poderão considerar, sendo uma aventura que é melhor quando partilhada com outra pessoa e com um final que irá testar a nossa capacidade de segurar as lágrimas.

Positivo:

  • Uma aventura belíssima no panorama audiovisual
  • Jogabilidade simples e intuitiva
  • Vários biomas
  • Final

Negativo:

  • Pouca variedade no que toca a mecânicas do jogo
  • Animações das personagens um pouco rígidas
  • Longevidade

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