Análise – Vampyr [Nintendo Switch]

Vampyr é um jogo que estava certamente debaixo do meu radar há algum tempo. Além de ser um RPG com um mundo semi-aberto e muitas escolhas para tomar, é um projecto da Dontnod, estúdio de Life is Strange que me conquistou com algo bem mais antigo, nada mais nada menos que Remember Me. Depois de o ter experimentado no PC, pensei que a versão Nintendo Switch seria uma boa forma de o jogar, mas acabei por ficar decepcionado.

Como jogo, Vampyr faz um excelente trabalho de contar uma história de vampiros com um ambiente sinistro, tenebroso e cheio de personagens que podem ser aliados, inimigos ou comida. A história segue o género, mas fica bem mais interessante por ser possível dialogar com as personagens e construir amizades. Quem preferir, pode sempre mordiscar as pessoas para ganhar experiência mais depressa, mas desencadeia acontecimentos secundários que podem facilitar ou dificultar o jogo.

Os diálogos são tidos ao estilo de um jogo de aventura como Life is Strange ou até como acontece em Mass Effect. Existem várias formas de falar com as pessoas e quanto mais interagimos com as coisas, mais pistas podemos ter para desbloquear certas conversas ou outras pistas. Existe alguma exploração e investigação aqui colocadas à mistura, mas nada que seja assim muito exigente.

Em muitas situações vamos ser confrontados com inimigos que temos de combater. Para isso a nossa personagem dispõem de um rol de habilidades e armas que podemos usar em combate. Existem as convencionais e as habilidades que usam o sangue da personagem para serem realizadas. Como o sangue faz parte do sistema de jogo, é possível também atingir os inimigos de forma a conseguir morder e sugar algum do seu sangue. Como a personagem dispõem de uma espécie de sexto sentido que lhe permite detectar sangue e inimigos, podemos sempre tentar atacar pelas costas de forma furtiva.

No global, Vampyr traz aquilo que é a sua base de jogo para a Nintendo Switch, no entanto, a conversão para consola ficou bastante abaixo do que seria de esperar, especialmente agora que temos jogos como The Witcher 3 na consola. O primeiro impacto começa logo com o visual, que fica bastante aquém do que seria de esperar. Afinal, Vampyr até nem é assim um portento visual tão grande e este port perde muito detalhe pelo caminho, criando uma Londres ainda mais feia, mas pelos motivos errados.

Outra coisa que ajuda a prejudicar a experiência é a incosistência real da fluídez do jogo, a qual corre entre o aceitável e o mau. As zonas menos carregadas de Londres até que são pacíficas de visitar, mas quando entramos em áreas mais populadas como é o caso do hospital que serve de base, ou entramos em combate com vários inimigos, a fluídez desce para valores bastante baixos. Com isto, também a câmara acaba por ter problemas, pois ela não roda sobre a personagem, é mais uma questão de tentar acompanhar o analógico sem parecer que se está a arrastar demasiado, isto tudo, faz também com que o combate sofra.

O que é estranho no meio de tudo isto é que a Saber foi a responsável pela conversão do The Witcher e fora o visual, esse Port parece bem mais estável e mesmo assim, até se pode justificar por ser muito mais exigente. Isso não deveria ser um problema tão grande com Vampyr, especialmente depois do downgrade visual. A juntar à festa, temos ainda alguns loadings avantajados em certos momentos.

Aquilo que faz de Vampyr um bom jogo de vampiros está cá. Apesar do downgrade, o cenário continua a ter um ambiente opressivo e violento. A história é boa e os diálogos são normalmente acompanhados de boas vozes. Além disso, a música é arrepiante e mantém um timbre sombrio ideal para este jogo. A versão portátil tem um pouco melhor aspecto por correr num ecrã mais pequeno, mas não parece tão sinistra.

Se este é um jogo que queriam muito jogar e só o podem fazer na Nintendo Switch, então é uma opção razóavel para o fazer, todos os outros devem optar por outras plataformas, onde o resultado final é mais digno do conteúdo que a Dontnod construiu para Vampyr.

Podem ler a nossa análise à versão original de Vampyr escrita pelo Alexandre Barbosa aqui:
Análise – Vampyr

Positivo:

  • Boa história
  • Interacção com o mundo
  • Ambiente

Negativo:

  • Downgrade visual pesado
  • Problemas de fluídez
  • Câmara com arrastamento

Daniel Silvestre
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