Não vou mentir, desde a primeira vez que vi Valiant Hearts, fiquei automaticamente apaixonado pelo conceito. Sabia que seria daquele tipo de jogos bastante forte emocionalmente mas também uma aventura bastante interessante entre várias personagens que tentam sobreviver este evento incontornável da história do ser humano, a Primeira Grande Guerra.
É disso mesmo que fala Valiant Hearts, da guerra que explodiu em 1914 e vitimou milhões de pessoas. Não é só nesse assunto que o jogo se foca, pelo que vamos conhecer algumas das almas cujo destino ficou fortemente marcado pela sua intervenção nesta guerra. O nome do jogo dá um perfeito sinónimo para aquilo que vamos conhecer durante todo o jogo, pessoas valentes mas com um coração muito grande e com uma capacidade de compaixão enorme.
O jogo irá acompanhar as várias personagens deste jogo que se cruzam, trabalham em conjunto e separam-se algumas vezes durante o jogo. A união que partilham é notável e torna-se num dos pontos mais fortes e atraentes deste jogo cheio de tragédia e terror, apesar de cada um deles ter a sua motivação e objectivos neste evento mundial trágico. Uma das personagens que funciona quase como elo de ligação entre personagens é o cão médico que cria uma afinição com as mesmas e ajuda na jogabilidade.
Apesar da história muito forte que nos acompanha, o jogo funciona como uma experiência de aventura com vários elementos puzzle. Existe uma certa simplicidade em torno da maneira como jogamos este jogo que o torna natural e bastante apelativo. Teremos tarefas como apanhar alicates para cortar grades, atirar granadas para limpar destroços, até tarefas mais simples como encontrar uma meia para um soldado que tem um item que precisemos como dar pão a um pombo para conseguir uma pena para escrever uma carta.
Para além de procurarmos items e resolvermos simples puzzles, existem secções de acção furtiva onde temos que mantermo-nos longe dos olhares de soldados. Os arbustos e outros objectos funcionarão como nossos esconderijos e o cão poderá ser usado para desviar a atenção de um soldado em questão. Adorei as secções de condução da personagem Anna, onde vamo-nos desviar de objectos e outros carros ao som da música.
Valiant Hearts não é um jogo difícil, é na verdade um título bastante acessível que mesmo com elementos que requerem muito paciência e inteligência, conseguem tornar esta experiência bastante fluída e nada frustrante. Para secções mais importantes como bosses e afins, aí já precisamos de nos esforçar mais um pouco, mas kudos para Ubisoft Montpellier por conseguir esta conjugação entre complexidade acessível, pois torna o jogo muito mais saboroso.
A Primeira Guerra Mundial é um evento trágico e deprimente para o ser humano, mas mesmo assim o estúdio da Ubisoft conseguiu abordar o tema sem parecer demasiado gráfico ou violento. Para conseguir isso, o jogo tem uma apresentação digna de uma banda desenhada e uma vista em 2D. Explosões e sangue não sofrem grande censura, mas cenas como amputações ou alguém a ser alvejado já são inteligentemente suavizadas.
O jogo pretende também oferecer informações apuradas do confronto mundial, colocando as personagens em situações marcantes da guerra e trazendo também histórias mais particulares. Fotografias, texto e objectos estarão incluídos no jogo, e que contam pequenas histórias verídicas desta Primeira Guerra Mundial.
Valiant Hearts consegue ter esta dualidade que é bastante interessante, uma conjugação entre violência e o amor, guerra e compaixão que conquista o nosso coração rapidamente. É uma história com um componente emocional muito forte e uma jogabilidade que o torna bastante acessível para qualquer tipo de jogadores.
Este é um daqueles tipos de jogos que não é para todos, mas que irá facilmente conquistar o coração da maioria de pessoas que o jogar. É um título que me deu muito gozo jogar e que recomendo vivamente.
Positivo:
- Mistura de elementos interessante
- História apaixonante
- Jogabilidade simples
- Direcção artística bem conseguida
- Personagens interessantes
Negativo:
- Jogabilidade poderá ser um pouco repetitiva
- Apesar de bem aproveitado, o tema é deprimente
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