A Creative Assembly tem estado muito ocupada estes últimos anos conseguindo jogos em espaços de tempo bastante curtos. Este ano de 2022 trouxe um novo jogo da vertente Warhammer de Total War que promete ampliar todos os aspectos positivos que tornaram esta série tão famosa e bem sucedida. Sendo assim, eis Total War: Warhammer 3.
Logo no início somos atirados para tomar conta de um exército focado numa missão com ramificações divinas. Ursun, o deus que rege os climas na região de Kislev desapareceu subitamente o que originou um longo e interminável inverno em toda a região. Yuri, juntamente com o seu irmão Gerik, precisam de investigar esta situação e trazer de volta Ursun para que as suas terras prosperem.
Apesar da história estar focada no deus Ursun e mais virada para a facção de Kislev, as restantes facções do jogo estão interligadas e também possuem objectivos específicos para com o enredo principal. Ursun é o deus responsável por controlar a estabilidade climática da região mas encontra-se emprisionado e enfraquecido, e agora todos têm um objectivo seja para ganho pessoal ou para um plano maior. Iremos então ver como é que as várias facções tentam apoderar-se deste deus.
Algo que eu sempre achei interessante na série Total War é a maneira como facilmente explica conceitos básicos das batalhas entre exércitos, explicando facilmente conceitos como posicionamento, movimentação e até a maneira de como devemos utilizar o terreno. Em certas partes da história o jogo aproveita para nos dar uma pequena lição desde abordagens que antecedem o confronto seja em esconder unidades em zonas florestais ou aproveitar cumes dos montes.
Cabe também ao jogador saber usar cada ponto forte e fraco das unidades, saber posicionar os arqueiros um pouco mais atrás da linha de combate para poder tirar partido do que sabem fazer melhor sem sofrer muito dano, avançar ou recuar certas unidades para eliminarmos um batalhão específico, são todas essas movimentações que precisamos de fazer. No final de cada confronto podemos colher os louros não só em formato de experiência, mas também decidir o que fazemos com os prisioneiros e bens.
Se a situação ficar complicada, precisamos de tirar partido não só das habilidades especiais do nosso general, como também reforçar unidades mais fracas com outras mais experientes e numeradas. Após cada combate as nossas unidades ficarão mais conhecedores e experientes o que significa que existirá uma maior eficácia em combates futuros. O nosso general torna-se quase como uma personagem de RPG que precisamos de cuidar e evoluir, seja com o desbloquear de habilidades através de cada level-up como também equipando-a com mais armaduras e adornos específicos.
Cada batalha traz o seu nível de dificuldade e problemas específicos, portanto cabe ao jogador saber adaptar-se e dar o seu melhor no que toca ao conhecimento de combate. Dado à escala deste tipo de jogos, é fácil ficarmos um pouco perdidos ou sentirmo-nos que não estamos completamente em controlo de tudo o que está à nossa frente, mas a verdade é que toda a interface ajuda-nos a perceber exactamente o que está a acontecer, seja por avisos como também por ícones em cima das nossas unidades.
Dificilmente encontrei dificuldades a manusear o meu exército e apesar do planeamento que antecede o combate colocar-nos mais concentrados, os combates em si transportam-nos para outro estado de espírito. Conduzir o nosso exército e dizimar os oponentes é uma tarefa extremamente divertida e ver unidades voadoras e grotescas como as da facção Khorne são um autêntico regalo. As Sieges continuam a ser monumentais seja no ataque ou defesa de fortalezas e o sistema de construção das nossas fortalezas requer um planeamento meticuloso.
A gestão adjacente aos combates é outro ponto de grande destaque que irá requerer outra grande porção do nosso tempo. Apesar de podermos jogar nos vários reinos do universo Warhammer, a expansão e gestão do nosso reino é feito através dos vários menus que permitirão controlar o sistema de diplomacia que está bastante bem trabalhado e mais simplificado em relação aos jogos anteriores, e isto irá determinar como nos damos com os restantes inimigos, e até se for preciso reforçar o nosso poder bélico pedindo emprestado unidades ou até exércitos inteiros.
Também foi interessante ver aspectos como a corrupção neste jogo que afectam a funcão Control do jogo. Esta funcionalidade influencia a nossa exploração no mapa afectando onde o ambiente evolvente beneficia ou afecta o nosso exército. Sempre que sairmos da nossa zona de conforto precisamos de ter este aspecto em questão e torna-se quase como um equilibrador mais generalizado.
No que toca a modos existem bastante variedade que traz variedade para vários tipos de estilos de jogo. Apesar da campanha single-player ser o prato principal, existe também a possibilidade de jogarmos batalhas específicas ou então o novo modo Domination que adiciona mais elementos de controlo do mapa e torna o multiplayer muito mais interactivo e complexo.
Toda a apresentação torna este jogo bastante especial. O trabalho é notável desde à palete de cores até ao detalhe de cada uma das personagens. Todas elas estão bem trabalhadas e têm características bastante distintas e detalhadas. Os combates são impressionantes mas vi-me algumas vezes a ter alguns problemas de performance em certas alturas do jogo que no geral não atrapalharam muito a experiência.
A sonoplastia também desempenha um papel fundamental em toda a beleza do jogo. Temos actuações de voz que tornam as personagens bastante credíveis e que conseguem transmitir bem os sentimentos que estão a viver. Como seria de esperar, a banda sonora composta por composições sinfónicas dão um ar de grandeza e de escala que nos transportam para um lugar épico.
Este terceiro lançamento viu a The Creative Assembly a adoptar as boas decisões que tomou ao longo do percurso e poliu grande parte das que ainda tinham algumas arestas por polir. A simplificação da diplomacia é um dos exemplos que veio tornar a experiência mais simples e menos entediante em pontos específicos e que de uma certa forma não vieram tirar nada da profundidade do jogo.
Total War: Warhammer 3 é um dos jogos mais coesos e bem conseguidos deste ano. Descobrir as várias fações e absorver a energia e mensagem que transmitem é algo que o estúdio conseguiu fazer e os combates continuam a ser épicos.
- Um melhoria em praticamente todos os aspectos dos jogos anteriores
- Tutorial/prólogo muito intuitivo
- Domination Mode é uma adição muito bem vinda
- Sistema de diplomacia está bem melhor
- Enorme variedade nas facções
Negativo:
- Alguns problemas de performance
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