Análise – Toki Tori 2

Toki Tori é uma série de puzzle e plataformas bastante desconhecida e que deu os seus primeiros passos em 2001 no Gameboy Color, contando a história de um pequeno pintainho de nome Toki Tori que terá que salvar os seus irmãos resolvendo os vários puzzles que irá encontrar. Toki Tori 2 foi então tornado oficial e recentemente foi lançado na eShop da Wii U. O jogo será também lançado no PC via Steam.

Assim que começamos o jogo, vamos esperar que faça loading enquanto nos são explicadas por imagens as duas acções que a nossa personagem conseguirá fazer, e que se baseiam em assobiar e atingir o chão com força fazendo-o estremecer. Logo de seguida somos transportados para o mundo de Toki Tori 2, um cenário aparentemente pacífico, mas tudo muda assim depois de andarmos um pouco no cenário, pois veremos uma substância negra a sair da terra com toda a força. Teremos então descobrir o que está a causar este efeito e remover este mal da terra da nossa personagem.

Com poucos minutos de jogo começamos a descobrir que este possui um minimalismo que está presente na sua totalidade. Não existe qualquer tipo de texto ou diálogo em todo o jogo, por isso tudo passa pela percepção do jogador. O jogo na sua essência, desde a exploração até os puzzles, está bem concebido não sendo necessário qualquer tipo de fala ou texto para percebermos o que temos de fazer. O jogo funciona porque nos pontos fundamentais consegue transmitir muito bem aquilo que pretende sem proferir uma única palavra, mas existem certos aspectos que este sistema não funciona muito bem.

Existem partes no jogo em que não possível entender o que está a acontecer, como é o caso do mapa e dos pequenos fumos que saem de lá, até às pedras brilhantes que iremos activar no nosso caminho. De resto, aspectos como os save-points, músicas que poderemos assobiar, tudo isso está bastante explícito. Com os assobios, a personagem irá chamar na sua direcção alguns dos animais que estão no cenário e até efectuar acções como voltar ao mais recente save-point, tirar fotografias de inimigos para completar um álbum especial de fotografias, enquanto que as investidas no chão afastam os inimigos na direcção oposta e abrem plataformas no chão.

Os puzzles estão espectaculares. A nossa personagem é limitada fisicamente, mexe-se devagar, é muito pouco ágil e por isso teremos que usar os animais que estão no cenário para nos movimentarmos. A início são de fácil resilução, sendo bastante simples levar a personagem a zonas inacessíveis, mas com o passar do tempo vemo-nos em situações mais complexas em que teremos não só de nos transportarmos pelo cenário, mas também os animais necessários para progredirmos. Vamos ver alguma variedade, desde puzzles no escuro, com água, conseguido impressionar-nos durante bastante tempo.

Neste jogo não existe um caminho pré-definido para o nosso objectivo, sendo que temos um mapa para explorar e escolher o caminho que quisermos. É possível voltar atrás e tomar um novo rumo no jogo, mas quanto mais longe formos da nossa zona inicial, mais difícil ficam os puzzles.

Toki Tori 2 é um jogo muito minimalista, mas na apresentação não entrou em poupanças. A direcção artística e a qualidade gráfica está bem ao estilo desenho-animado, mas mesmo assim consegue ser bastante espectacular e muito agradável de se ver. Em detrimento da falta de diálogo, teremos os nossos sentidos bastante apurados para tentar acumular o máximo de informação visual, algo que Toki Tori 2 consegue transmitir muito bem. Infelizmente esperava que a Two Tribes conseguisse tirar um partido ainda maior do ecrã táctil do GamePad.

Minimalista, agradável de se ver e um excelente desafio, podiam bem ser as palavras que resumem na totalidade Toki Tori 2. A Two Tribes deu uma nova vida a esta série de puzzle adicionando uma vertente de exploração e uma série de quebra-cabeças excelentes. Bom trabalho Two Tribes.

Positivo:

  • Apresentação bastante agradável
  • Design dos puzzles
  • Simplicidade na jogabilidade
  • Desafiante

Negativo:

  • Pouca comunicação poderá deixar coisas por explicar
  • Lentidão geral do jogo

Daniel Silvestre
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