Caso tenham olhado para as imagens antes sequer de ler esta análise, muitos de vocês poderão pensar: “Mas este não foi o Super Mario Bros. 2 que joguei na NES há muitos anos atrás!” e a verdade é mesmo essa. Depois do enorme sucesso que a Nintendo teve com o lançamento de Super Mario Bros. nos Estados Unidos, a companhia começou a trabalhar num segundo jogo. A primeira sequela do primeiro Super Mario Bros. nasceu e foi lançado na Famicom Disk System no Japão, mas na altura de ser lançada no Ocidente, a Nintendo America reprovou-o afirmando ser demasiado difícil, frustrante e parecido com o anterior.
Para o Ocidente recebemos uma nova versão de um outro jogo de plataformas criado pelo próprio Miyamoto de nome Doki Doki Panic. Colocaram as personagens e certos aspectos do mundo Mario, e assim chegou Super Mario Bros 2 ao nosso território. Mesmo assim, a versão japonesa do jogo acabou por chegar ao nosso território a partir de outras versões, mais precisamente Super Mario: All-Stars na Super Nintendo, Super Mario Bros. Deluxe no GameBoy Color, no Virtual Console da Wii e agora na eShop da Nintendo 3DS, sendo esta última a que vamos analisar.
Começando pela história, esta não possui grandes novidades quando comparada com o seu antecessor. Bowser capturou novamente a princesa Peach, e cabe a Mario atravessar os vários níveis para salvá-la. Em cada um desses níveis vamos ter que evitar todo o tipo de adversidades que nos serão impostas, desde buracos, vários inimigos, bolas de fogo e até o tempo limite nos irá matar.
Mal iniciamos o jogo podemos reparar que este já não possui a opção para dois jogadores, sendo possível escolher apenas entre os dois canalizadores italianos. Cada um deles possui características únicas que iriam tornar-se mais frequente no futuro da série, sendo que Mario é uma personagem mais ágil mas com uma capacidade mais fraca de saltar, enquanto que Luigi oferece uma jogabilidade diferente conseguindo saltar mais alto mas é menos ágil. Essa falta de agilidade será facilmente perceptível pelo simples facto de Luigi escorregar mais do que o normal quando pára.
Não vamos precisar de muito tempo para perceber que este jogo é bem mais difícil que o primeiro, e iremos entender rapidamente o porquê da Nintendo America ter rejeitado o jogo. O primeiro nível começa por nos introduzir o cogumelo envenenado, e que para além de ter o mesmo efeito que uma colisão contra um inimigo irá colocar o jogador a correr que nem um desalmado numa situação caricata para não colidir com um. Com o passar dos níveis vamos descobrindo um design dos mesmo bastante difícil e punitivo para os jogadores menos cautelosos.
Mesmo para jogadores que estejam familiarizados com a mecânica do primeiro Super Mario Bros. e já possuam aquele certo “calo” vão morrer várias vezes sem conta. Para além de existirem saltos muito difíceis em cada um dos mundos, existem muitos inimigos à espera na outra margem desses saltos, sendo necessário ter muito cuidado com os passos que damos. A dificuldade começará a aumentar conforme a nossa progressão, chegando a um nível de dificuldade quase absurdo a partir do 5 mundo para a frente. A partir desse mundo encontramos também um novo elemento no jogo, vento. Este vento irá empurrar a personagem, tornando-se mais uma adversidade no jogo que pode ser usada para nosso proveito mas também poderá prejudicar-nos.
Infelizmente, a companhia na altura não se esforçou praticamente nada para tentar fazer com que este jogo fosse esteticamente diferente do antecessor. Tudo é familiar neste jogo, havendo apenas alterações no design dos sprites, mas de resto, são os mesmo inimigos, mesmas plataformas, mesmos arbustos. Pegaram simplesmente nos mesmos sprites, e misturaram-nos mais para parecer diferente. O mesmo se pode dizer da música onde os temas intemporais de Super Mario Bros. criados por Koji Kondo voltam a aparecer, havendo apenas uma nova música no final do jogo. O comportamento das personagens e alguns inimigos estão ligeiramente diferentes, mas nada de relevante que se deva destacar.
Super Mario Bros. 2 é um desafio autêntico e uma experiência espectacular para qualquer amante de jogos de plataformas ou da série Mario, havendo certas decisões interessantes no design de alguns níveis. Infelizmente é um desapontamento enorme no departamento visual e musical, reciclando por completo aquilo que já havia sido feito.
Positivo:
- Um clássico que oferece um bom desafio
- Mario e Luigi possuem características diferentes
- Introdução de novos elementos
- Restore Points darão um grande apoio
Negativo:
- Picos de dificuldade muito acentuados
- Apresentação no geral demasiado reciclada
- Impossibilidade de alterar o layout dos botões
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