Análise – Runner 2

A Gaijin Games foi fundada em 2009 e até hoje tem gozado de um sucesso baseado apenas em jogos que são um autêntico hino aos jogos retro. Este sucesso foi conseguido na criação da série Bit.Trip que começou com Bit.Trip Beat e até hoje foram lançados vários jogos após esta estreia. Um dos jogos de nome Bit.Trip Runner gerou uma sequela, sequela esta que está agora nas luzes da ribalta por ser um dos projectos mais ambiciosos do estúdio. O jogo chegou a grande parte das plataformas de hoje, sendo que a versão que nos fornecida para analisar é a da Wii U.

Narrada por Charles Martinet – voz de Mario, Luigi e muitas outras personagens da Nintendo – vamos conhecer a estória deste novo jogo da série, Bit.Trip presents…Runner 2. Commander Video e o seus compatriotas estão a combater um vilão robótico quando a nossa personagem é transportada para uma dimensão paralela, e nessa dimensão descobre um novo mal que terá de suprimir.

O jogo mantêm a mesma finalidade que o primeiro, teremos que levar Commander Video até ao final de um determinado nível. Ele irá correr sozinho sendo que a nossa tarefa baseia-se em desviar todo o tipo de obstáculos que nos aparecem à nossa frente com várias acções desde saltar, deslizar, pontapear e não só. O jogo consegue ensinar o jogador de uma maneira bastante simples dando-nos habilidades com o decorrer do tempo e irá explicar bem todos os perigos inseridos neste jogo.

É um jogo que mais para a frente desafia-nos com padrões de inimigos bastante diferentes do que temos encontrado. Em certos cenários consegue fazer uma mistura de obstáculos tão variada e por vezes complexa que irá testar ao máximo a nossa destreza. É jogável e divertido na dificuldade normal, mas se quiserem ter uma tarefa quase hercúlea, então aumentem a dificuldade do jogo para verem o número de objectos por nível a aumentar exponencialmente.

Runner 2 torna-se num jogo quase de reação ao ambiente, onde iremos fazer decisões a cada meio-segundo para evitar tudo o que se atravessa no nosso caminho. Apesar de se tornar num jogo bastante difícil e de prender a respiração, nunca abdica da sua mecânica simples. Penso que o jogo começa a ficar interessante e dá a capacidade de nos exibirmos assim que desbloqueamos a habilidade de dançar. Até a altura, toda a nossa preocupação centrava-se em desviar obstáculos e acabar o cenário, com a dança vamos poder acumular ainda mais pontos e conseguir até “gozar” com o jogo.

Como havia dito, o jogo transpira simplicidade, e esse é o tema chave deste jogo. Esta mecânica super simples de desviar obstáculos é o ponto crucial deste título, e graças a isso, o jogador ficará altamente curioso e colado ao jogo durante umas boas horas, tornando-se também num título bastante acessível para todas as idades. Caso queiramos disputar pontuações com outras pessoas que estejam na nossa lista de amigos, o jogo dá-nos automaticamente no início de cada nível a as três melhores pontuações pertencentes a essas pessoas. Graças a isso, iremos voltar várias atrás no jogo para tentar bater aquela pontuação que nós achamos que pode ser melhorada.

A vertente sonora cumpre um papel importante e espectacular neste jogo. Todos os inimigos no cenário estão colocados perfeitamente para que as nossas acções batam certo com certas notas e ritmo da música de fundo, e isso torna esta experiência praticamente única e quase impossível de não se acompanhar com o pé ou cabeça. Charles Martinet faz também um trabalho excelente na narração deste jogo, e em vez dos “it’sa mee, Mario!”, vamos ter uma narração mais épica a relatar os feitos do jogo e com uma entoação que rapidamente me fez lembrar o actor Robin Williams. A apresentação gráfica não ambiciona ser muito mais complexa do que é, mas mesmo assim podia estar melhor trabalhada e o efeito de luz na zona de lava obriga a esforçar um bocado a vista.

Runner 2 é uma experiência única. A Gaijin Games pegou no primeiro jogo da série e transformou-o em algo mais acessível e amplo para o público em geral. Simples e directo ao assunto, evitar objectos e tentar lutar por uma pontuação melhor são os pontos chave deste jogo que irão agarrar muitos jogadores.

Positivo:

  • É um jogo simples, o que o torna bastante acessível
  • Bom desafio
  • Altamente divertido
  • Charles Martinet
  • Mini-jogo 8-bit
  • Competição com amigos incita à repetição

Negativo:

  • Preço do jogo
  • Curto em conteúdo

Daniel Silvestre
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