Análise – Parascientific Escape: Crossing at the Farthest Horizon

  • Plataformas: 3DS
  • Versão de Análise: 3DS
  • Informação Adicional:

No geral as visual novels já não são um género que apenas pertence aos computadores. A sua transição para as consolas já começou há alguns anos e em especial para as consolas portáteis, que a meu ver são a melhor opção no que toca a jogar visual novels em consolas. Provavelmente quando se fala em Visual Novel e consolas da Nintendo a maioria vai pensar em Ace Attorney, e com razão. Mas existe mais para além de Ace Attorney ou até Zero Escape.

Parascientific Escape: Crossing at the Farthest Horizon é o terceiro capítulo da série Parascientific Ecape e vem encerrar a história iniciada no primeiro jogo. Desta vez Hitomi Akeneno, a protagonista do primeiro jogo, e Kyosuke Ayana, o protagonista do segundo jogo, tomam o palco neste final em conjunto com outras personagens para lidar com os assuntos do Ghost e problemas que rodeiam o mesmo.

No mundo de Parascientific Escape existem pessoas com poderes, neste mundo as pessoas com dois poderes são casos especiais. Hitomi Akeneno é uma dessas pessoas, e após os eventos do primeiro jogo Hitomi está agora a tentar melhorar as suas habilidades nos laboratórios da ZENA com o intuito de ajudar a salvar pessoas. No entanto, Hitomi acaba por receber uma mensagem estranha, e associando essa mensagem à pessoa que se chama Ghost e que causou os eventos do primeiro jogo, Hitomi decide seguir essa mensagem. Entretanto, Kyosuke Ayana ao seguir uma pista durante uma investigação relacionada com o caso do segundo jogo acaba por chegar à mesma cidade que Hitomi.

Tal como os dois jogos anteriores este é um jogo bastante curto, durando cerca de 10 horas. Parascientific Escape: Crossing at the Farthest Horizon continua com a tradição de juntar elementos aventura e mistério no jogo, havendo pequenas secções onde é necessário investigar o local e resolver puzzles para poder escapar. A jogabilidade nestas secções requer a investigação dos vários objectos presentes, colecionar objectos, usar esses objectos ou até o uso do poder do braço direito de Kyosuke, que basicamente consegue ver o passado de um local até 5 dias atrás.

O número destas secções é bastante pequeno, o jogo podia usar mais umas quantas para oferecer longevidade, ou pelo menos para dar um melhor uso dos poderes dos protagonistas, porque os de Hitomi nem chegam a ser usados. No que toca aos puzzles, estes tanto requerem o uso de certos objectos, ou a interpretação das pequenas fontes de informação que são possíveis de colecionar durante a investigação; algo que irá agradar a muitos é o facto de ser possível selecionar uma dessas fontes de informação, que estão categorizadas como “Memos“, e fazer a mesma aparecer no ecrã superior para ajudar a decifrar os puzzles.

A dificuldade dos puzzles não é grande, o jogador pode receber dicas ao usar a opção “Think” tanto para locais que sejam necessários explorar ou durante a resolução destes puzzles, recebendo assim informação um pouco ambígua, mas é o suficiente para colocar o jogador no caminho certo. Mesmo que estas secções não tenham sido muitas, se o jogo pelo menos fizesse mais uso dos poderes dos protagonistas, ou se contá-se com uns puzzles mais elaborados, a necessidade de ter algo mais não estaria presente. Mas neste caso a presença destes puzzles leva a questionar se não seria melhor os mesmos não estarem presentes e haver apenas as partes de história nesta visual novel.

No que toca à história, apesar de ser o capítulo final de uma trilogia, metade do jogo parece ser um prólogo, e quando a história chega finalmente às partes finais, o conflito parece resolver-se rapidamente e com demasiada facilidade. No entanto, caso o jogador tenha vontade em voltar a visitar estas personagens, o jogo conta com cerca de 3 finais, sendo que tal como em todas as outras visual novels, é a escolha das respostas que dão que vem influenciar o final que obtém.

Infelizmente, apesar de ser curto, parece que a equipa de localização descuidou-se um bocado, a quantidade de erros de gramática é frequente o suficiente para a maioria dos jogadores notar que existe algo errado. Não é grave ao ponto de tornar a história incompreensível, mas é algo que não passa despercebido e acaba por incomodar à medida que se vai tornando mais frequente. A banda sonora não deixa nenhuma recordação e o design de personagens é o melhor ponto de destaque do jogo.

Ao fim e ao cabo não consigo dizer se Parascientific Escape: Crossing at the Farthest Horizon é o melhor final que a trilogia podia receber. Pode resolver os problemas que foram iniciados à dois jogos atrás, mas a facilidade como tudo é concluído leva a questionar se a jornada foi algo necessário. Existe algo presente que talvez com um pouco mais de tempo poderia ter-se tornado numa série mais reconhecida, mas com este produto final muito provavelmente acabará por ser uma série que irá passar despercebida a muitos.

Positivo:

  • Design das personagens

Negativo:

  • Conflito final resolve-se com demasiada facilidade
  • Puzzles podiam fazer mais uso dos vários poderes das personagens
  • Erros de gramática são um pouco frequentes

Mathias Marques
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