Este ano vemos ser lançado um título no Steam que está a passar um pouco despercebido mas causa algum furor e conquista os que acabam por experimentá-lo. Falo de Odallus: The Dark Call, um jogo de acção e exploração com uma apresentação muito ao estilo Castlevania da NES e uma mecânica de jogabilidade semelhante a Metroid. Será que este hype justifica-se?
O jogo conta-nos a história de uma vila que foi atacada e completamente destruída por uma força maligna. Haggis é o protagonista desta história, pelo que vê todo este caos cair sobre o seu lar e testemunha o desaparecimento do seu filho. Este fará então de tudo para normalizar a situação e recuperar o seu amado filho.
Odallus coloca-nos num sistema de escolha de mapas que irá desbloquear novas zonas assim que passarmos as restantes. Funciona bastante bem pelo que divide as várias zonas da aldeia e mostra uma versão em miniatura ao estilo Ghosts & Goblins. Apesar de haver uma certa linearidade no jogo, este oferece um bom elemento de exploração livre, no qual poderemos descobrir várias saídas que nos dão acesso para outras zonas do mapa.
Desta maneira o jogador não ficará restrito a um único caminho, pelo que se ficará preso na sua progressão poderá sempre tomar alguma alternativa puxando um pouco pela cabeça, tentando assim descobrir algum segredo ou tomar uma rota diferente.
Com ataques simples da nossa espada iremos fazer o nosso caminho e eliminar os vários inimigos. Os golpes são perfeitamente normais, mas também temos alguns items que nos oferecem ataques diferentes, como a possibilidade de atirar machados, lanças e até tochas de fogo que serão fundamentais em certas zonas do jogo. Estas poderão ser encontradas em arcas ou então comprados em mercadores que estão espalhados pelo jogo para auxiliar o nosso protagonista.
O jogo pega sem dúvida a um estilo meio Metroidvania, onde a exploração fica um pouco ao nosso critério dentro das suas limitações, mas que mesmo assim abre um pouco de espaço para podermos descobrir os vários segredos e até repetir o nível mais tarde se assim o quisermos.
Mesmo assim a jogabilidade absorveu alguns aspectos retro que não são muito bem vindos neste jogo. Digo neste caso a movimentação algo rígida da personagem. Tanto nos saltos como na deslocação, notamos alguma rigidez e limitação que irá levar algum do nosso tempo até conseguirmo-nos habituar facilmente.
Odallus consegue criar bons momentos com as várias zonas que iremos encontrar, a introdução de monstros e inimigos interessantes e acabam por dar de uma ponta à outra uma experiência bastante fresca. Existem secções onde a mecânica de jogo muda um pouco com o é o caso de termos de evitar pedaços mortíferos do topo do cenário ou até andar a saltar entre vagonetas.
Tal como as imagens desta análise conseguem confirmar, a apresentação deste jogo é bastante retro e inspirado em jogos 8-bit. Mesmo assim não se deixem enganar por esta – por assim dizer – limitação gráfica. O jogo consegue apresentar bons cenários e criar ambientes bastante convincentes. Existiu um bom cuidado em transmitir um clima de caos e terror, e isso está bem assente na apresentação muito forte.
O mesmo acontece com todo o trabalho sonoro de Odallus: The Dark Call. Chiptune é um género de música que eu adoro e neste jogo está fenomenal. É uma banda sonora bem consistente com temas que lembram os clássicos Castlevania da NES, mas existem outras adições como voz sintetizada e um charme bem retro mas que é eficiente naquilo que tenta transmitir.
Odallus: The Dark Call é aquele tipo de jogo que talvez ninguém “dê um chavelho” por ele, mas que sem dúvida é uma surpresa excelente. Se gostam de hack and slash com um toque bem clássico mas que seja consistente no que faz, então têm aqui um bom jogo para ficar marcado neste ano de 2015.
Positivo:
- Ambiente muito bem conseguido
- Apresentação bem trabalhada mesmo sendo retro
- Variedade no comportamento dos inimigos
- Vários segredos para descobrir
Negativo:
- Jogabilidade um pouco rígida
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