Costuma dizer-se que não são os gráficos que fazem um bom jogo, mas muitas vezes ajudam, além do mais, outros até dizem que olhos também comem, mas por vezes, enganam.
No caso de Natural Doctrine, a Kadokawa Games quis criar um jogo focado essencialmente na jogabilidade, descurando um pouco tudo o resto, mas será que os pontos altos compensam os fracos?
Natural Doctrine é um jogo de estratégia por turnos ao estilo de coisas como Final Fantasy Tactics, ou mais precisamente, Valkyria Chronicles da PS3.
Aqui jogam com uma série de mercenários que lutam lado a lado com as pessoas que os contratam. Mas porque toda esta conversa? É mais que claro que história de Natural Doctrine não é um ponto dos mais altos e até demora bastante tempo a arrancar, algo que não é ajudado por parte das personagens principais.
A história e tema medieval servem então mais como propósito para um jogo ao estilo medieval e místico, onde existem motivos para as personagens usarem armaduras, espadas e carabinas do século passado.
Natural Doctrine tem pouca exploração, pois além do mapa mundo, a única zona onde se podem mover é nos mapas das masmorras ou zonas que visitam para realizar as missões. Se a início são coisas básicas como matar Goblins, em pouco tempo a acção começa a ficar mais complicada, pois Natural Doctrine é um jogo bastante difícil.
Tudo tem de ser pensado de forma estratégica e bem delineada. Se por acaso forem alvo de uma emboscada, ou deixam uma personagem que seja mais vulnerável demasiado exposta, é mais que certo que se avizinha um Game Over. O grinding é algo essencial e mesmo assim, é fácil ser esmagado quando a oposição surge de forma contínua, ou de surpresa.
Apoiado num sistema de grelha alargado, Natural Doctrine funciona como um jogo de Xadrez. Podem avançar um certo número de casas que depende da vossa personagem, posicionar consoante o cenário ou outras personagens que estejam no caminho, e delinear a estratégia que pretendem usar. Cada tipo de arma ou classe representa um estilo de jogo e todos em conjunto acabam por se complementar e obter vantagens sobre os outros.
A estratégia é ainda mais acentuada com a exactidão dada ao posicionamento. Ao posicionar as personagens em certas formações, elas ganham mais poder por atacar em grupo, podem fazer ataques em sequência e até ganhar ataques de oportunidade (ao estilo de um Dungeons e Dragons). Com uma organização bem pensada e os ataques ideias seleccionados, vão conseguir limpar salas recheadas de inimigos sem sofrer quase dano nenhum, o que é altamente recompensador.
E é aqui que voltamos à questão da dificuldade. Embora Natural Doctrine tenha alguns checkpoints que ajudam, é comum perder, e neste caso, basta que uma personagem morra para isso acontecer. Em muitos momentos os inimigos estão em vantagem mais que clara e a forma como são apanhados de surpresa é muitas vezes injusta.
Por seu lado, o sistema de evolução e aprendizagem de habilidades é altamente recompensador e flexível, criando várias hipóteses de jogo, variação nas habilidades e vantagens de cada personagem.
Além da campanha, Natural Doctrine ainda inclui um modo online baseado em decks de cartas que compõem o vosso esquadrão. O jogo online é igual aos combates da campanha e podem jogar contra jogadores das três plataformas.
Voltando ao “rato morto”, a apresentação é realmente o ponto fraco de Natural Doctrine. A versão a que tivemos foi a de PS4 e mesmo com um brilho adicional, parece quase um jogo de PSP. As bocas das personagens não se movem quando falam, os modelos de personagens, inimigos e cenários é fraco e até os efeitos não são nada por aí além. Nem a própria arte das personagens merece destaque, o que é uma pena.
A banda sonora e as vozes, tanto em japonês como inglês, não são dignas de grande nota, com destaque para o quão irritante consegue ser a voz da Vasilisa.
Natural Doctrine é um jogo feito a pensar nos fãs de RPG de estratégia e são esses mesmo que devem ponderar comprar o jogo. Se tivesse cross-buy, era um jogo mais fácil de recomendar, pois podiam levar para qualquer lado e jogar em todas as frentes, mas ao preço global a que se encontra, só os grandes fãs do género é que vão querer enfrentar este desafio.
Positivo:
- Combate altamente estratégico
- O impacto brutal dos combates
- Bom sistema de evolução
Negativo:
- Visuais que parecem ter saído de uma PSP
- História mal aproveitada
- Personagens pouco interessantes
- Dificuldade tem picos demasiado elevados
- Certas vozes dão cabo dos nervos
- Podia muito bem ser cross-buy
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