Análise – Epic Mickey 2: The Power of Two (PS Vita)

Quando o primeiro Epic Mickey foi revelado, passei vários meses a apreciar as primeiras imagens de arte oficial e a imaginar a grande reviravolta que a mascote principal da Disney ia sofrer.

Epic Mickey chegou à Wii e mesmo sendo um bom jogo, a verdade é que ficou bastante aquém das minhas expectativas e longe da maravilhosa arte conceptual.

Segundo consta, Epic Mickey 2: The Power of Two foi ainda por piores caminhos, tendo transformado um bom conceito em algo mediano. Agora, com a versão PS Vita, posso perceber se Epic Mickey 2: The Power of Two é realmente tão mau como dizem, ou se a versão portátil consegue corrigir os erros das outras plataformas.

Epic Mickey 2: The Power of Two arranca pouco tempo depois do primeiro jogo. O mundo das criaturas esquecidas (Wasteland) vive agora tempos de paz e prosperidade. Como seria de esperar, esta paz não dura muito tempo e Mickey precisa de voltar para ajudar Oswald e as outras personagens.

Epic Mickey 2: The Power of Two é um jogo de plataformas em 3D típico, sendo que controlam Mickey, ou Oswald caso estejam a jogar com outra pessoa. Por vezes vão visitar alguns cenários extra onde a câmara é posicionada à moda antiga numa perspectiva em 2D.

Além dos saltos típicos e ataques físicos, a grande arma da série Epic Mickey é o pincel mágico, com o qual conseguem apagar objectos, inimigos ou fazer o papel inverso, dependo se usam tinta ou diluente. Esta mudança resulta em vários puzzles inteligentes e interessantes que precisam que recuperem um objecto perdido ou apaguem uma parede para poder avançar.

O grande problema da PS Vita começa nos controlos. A câmara não se move de forma fluída, assim como o jogo em si, arrastando ou acelerando o movimento da câmara dependendo da quantidade de confusão que está a ocorrer no local onde se encontram. Como é natural, isto também prejudica as sequências de plataformas, torando-as imprecisas e lentas.

Para compensar o facto de ser necessário movimentar a mira do pincel com o mesmo analógico que controla a câmara, podem usar o ecrã da PS Vita para apontar e disparar para o local onde carregam no ecrã. Esta novidade funciona bastante bem, mas sofre pelo facto de ser necessário largar ou os botões ou o analógico esquerdo, o que priva a personagem de movimento ou da possibilidade de saltar.

Outra coisa que não corre bem caso joguem sozinhos é a inteligência artificial de Oswald. O pobre coelho bem tenta estar ao nível da exigência, mas por diversas vezes não se posicionava no local certo para iniciar uma interacção com o cenário, ou fugia quando era necessário iniciar uma travessia a voar com as suas orelhas. Esta situação deve ser resolvida ao jogar em multijogador. Infelizmente não pudemos experimentar pois só tivemos acesso a uma cópia para análise.

Falando em Co-op, este é possível com o uso de duas PS Vita e dois jogos. O co-op é jogado tal como nas consolas e será certamente mais divertido jogar com um amigo do que com o um NPC que age como lhe apetece.

Visualmente, Epic Mickey 2: The Power of Two não está mal na PS Vita, mas podia estar bem melhor. O mundo de jogo está cá tal como nas consolas caseiras, mas falta aquela atenção ao pormenor e maior detalhe, já para não falar da fluidez que se arrasta constantemente.

As vozes estão bastante boas e são o que esperam ouvir de um jogo da Disney, porém a PS Vita faz com que estas pareçam algo engarrafas e pouco naturais. A música é um misto entre orquestra e ausência total de música, algo que não consigo perceber tendo em conta a qualidade que a marca costuma oferecer neste aspecto.

Embora só tenha experimentado pouco mais de uma hora de Epic Mickey 2: The Power of Two, a verdade é que a versão PS Vita também não é nada de especial e não oferece argumentos de peso para que seja um dos grandes jogos da consola. Tirando isso, e tendo em conta o preço mais reduzido de lançamento (19.99€), é um jogo de plataformas razoável que só vai interessar a quem procura algo do género na PS Vita.

Positivo:

  • Universo de Wasteland
  • Arte
  • Preço

Negativo:

  • Fluídez inconstante
  • Sequências de plataformas imprecisas
  • Vozes engarrafadas
  • Ausência de música duvidosa em certos locais
  • Fraca inteligência artificial
Daniel Silvestre
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