Análise – Dragon’s Crown

Quem não se lembra de Double Dragon? Quem não se lembra de Streets of Rage? Battletoads, The Avengers e do grande Golden Axe? Apesar dos jogos de Beat’em Up em 2D não estarem propriamente nas bocas do mundo, coisas como Castle Crashers ou Scott Pilgrim Vs The World conseguiram trazer de volta à memória todos estes grandes clássicos.

Porém, existe sempre um “mas” com cada lançamento digital mais barato. Embora todos estes jogos sejam clássicos dos tempos modernos, não são lançamentos com conteúdo digno de ser apelidado como um jogo Triple A.

Dragon’s Crown está cá para colmatar esse vazio e preencher esse buraco com alguns dos melhores elementos clássicos do género, numa aventura épica e digna de ser lançada tanto em formato físico como digital como um jogo de alto gabarito.

Apesar de todas as referências a clássicos que já fiz nesta análise, é gritante à primeira vista que Dragon’s Crown vai buscar forte inspiração a Golden Axe. Seja pela selecção de algumas personagens, tema e cenários, existem aqui até algumas referências ao jogo da Sega.

Quando começam a aventura em Dragon’s Crown escolhem uma das várias personagens disponíveis, com classes que incluem o Fighter, Amazon, Wizard, Elf, Dwarf e Sorceress. Cada uma destas classes é totalmente diferente das restantes e algumas exigem muito mais do jogador que as outras. Cada personagem criada tem direito a começar a história de início e ganhar a experiência e items respectivos.

Uma das grandes forças de Dragon’s Crown é a sua forte vertente RPG que possibilita que personalizem a vossa personagem com uma quantidade enorme de armaduras, armas e outros objectos, assim como um sistema de experiência que permite que a personagem aprenda mais habilidades e fique cada vez mais forte.

Esta vertente faz com que Dragon’s Crown pareça uma mistura entre Golden Axe e Diablo, pois existe sempre o incentivo para voltar a zonas já visitadas para fazer missões alternativas, ganhar mais experiência e tentar obter melhores equipamentos para a vossa personagem, uma necessidade ocasional tendo em conta que alguns bosses conseguem ser realmente imponentes e desafiantes.

Já que falamos em combates, todo o mundo de Dragon’s Crown é visto num plano em 2D com o movimento da personagem a ser feito apenas dentro desse cenário seja em profundidade ou a movimentar para trás ou para a frente. Como sempre, este sistema não é o mais preciso para ter a noção da posição de ataque para acertar num inimigo, mas tal como em todo o estilo de jogos, passa apenas por alguns minutos de habituação.

O combate recorre ao clássico sistema de Hack and Slash de sempre, embora com algumas alterações estratégicas que dão muito mais variedade ao combate e a cada uma das classes disponíveis. Se o Fighter exige apenas que se defendam e ataquem, a Elf já requer que contabilizem a quantidade de flechas restantes e a vossa posição no cenário.

Jogar na PS3 e na PS Vita é bastante similar. Tivemos acesso às duas versões e seja em qual das consolas for, Dragon’s Crown corre de forma bela e fluída. A grande vantagem da PS Vita passa apenas pela utilização do ecrã táctil para investigar os cenários ou dar ordens ao ladrão que nos acompanha que consegue abrir portas e baús. De qualquer forma, a versão PS3 permite que joguem até quatro pessoas na mesma consola e com um ecrã maior. Só é uma pena que tenham de pagar o preço completo pelos dois jogos quando a maioria destes lançamentos são Cross-Buy.

Falando em belo, é inegável que o aspecto visual é uma das grandes armas de Dragon’s Crown. Basta olhar para estas imagens para perceber a vertente artística escolhida para este jogo e como todos os desenhos conseguem ter tanto de exagerado como de imponente e apelativo. A cor utilizada na pintura dos cenários e personagens e o desenho são realmente únicos e dão bastante charme ao jogo.

Quanto ao som, seja pela banda sonora ou presença de vozes em inglês e japonês, Dragon’s Crown tem tudo o que precisam para uma experiência sonora de alto gabarito com bastante impacto. Por vezes o narrador consegue falar por mais tempo do que devia, mas até a sua voz é agradável.

Dragon’s Crown pode pertencer a um género que já não tem tanta força como antigamente, mas a sua chegada à PS3 e PS Vita são razões mais do que suficientes para que os veteranos e novatos passam embarcar nesta aventura, que só não leva uma nota maior pela ausência do Cross-Buy.

Positivo:

  • Estilo clássico em 2D
  • Arte e visual arrebatador
  • Sistema de RPG viciante
  • Personagens variadas
  • Ideal para jogar com amigos
  • Boa longevidade

Negativo:

  • Inteligência artificial dos colegas
  • Utilizar analógico como rato na PS3
  • Podia incluir Cross-Buy
Daniel Silvestre
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