Análise – Disgaea 7: Vows of the Virtueless

A série Disgaea é daquelas que tem vindo a acompanhar a minha demanda dentro da indústria dos videojogos. Ao longo dos anos a Nippon Ichi tem vindo a lançar novos jogos e eu tenho espremido várias centenas de horas de vida com todos os que já me passaram pelas mãos.

Com Disgaea 7: Vows of the Virtueless a conta de horas voltou a aumentar e com bons motivos, pois embora a fórmula esteja a precisar de ser refrescada de alguma maneira, o facto de mudar o seu ambiente e introduzir algumas novidades, faz com que se torne tão viciante quanto os anteriores.

Ao contrário de quase todos os anteriores, o ambiente mudou bastante, pois o mundo de jogo de Disgaea 7: Vows of the Virtueless leva o tema para o Japão Feudal, trazendo outro estilo de personagens e zonas, no entanto a história mantêm muito daquilo que é o clássico da série. Os temas continuam a ser rebuscados e o humor é uma constante, com personagens que dizem coisas sem nexo ou outras que basta olhar para o seu aspecto para perceber para onde a acção vai.

Embora use muitos elementos de arte e visuais dos jogos anteriores, Disgaea 7: Vows of the Virtueless faz uma transição bastante necessária para modelos em 3D, isto quer dizer que tanto a explorar o mapa como nas arenas ou até nas cinemáticas, as personagens estão totalmente animadas com o motor de jogo. Isto não impede que continuem a ser usados modelos chibi que representam o visual e estilo da série, acabando por fazer uma boa transição.

Os combates continuam a manter o mesmo seguimento de acção táctica por turnos com acesso a habilidades e ataques monstruosos à medida que vamos ficando mais fortes ou realizamos ataques em grupo. Neste episódio, temos a chegada das transformações Jumbo que dão mais poder à personagem para atacar vários inimigos no mapa ou outra pesonagem no mesmo estado.

Para que tudo isto funcione, Disgaea 7: Vows of the Virtueless oferece várias formas de melhorar as personagens com o seu já clássico requisito de evoluir personagem. Para isso podemos fazer e repetir algumas missões, treinar personagens específicas, entrar no Item World ou até recrutar/criar novos aliados para a nossa equipa com um rol de classes disponíveis. Existe também aqui a hipótese de lutar com Auto-Battle, mas esta função está muito mais limitada e só pode ser usada em missões já concluídas, o que é algo positivo.

Claro que até aqui estamos a falar da ponta do iceberg, pois Disgaea 7: Vows of the Virtueless tem muita coisa para fazer e muitas ferramentas nos seus menus. O tribunal, por exemplo, está de volta e permite passar leis ou sugestões que influênciam várias coisas no mundo de jogo. A exploração do mapa continua a permitir encontrar items, mas agora estes cenários também têm NPC que nos podem oferecer missões ou juntar à nossa equipa. Tudo isto pode ser um pouco avassalador para novatos da série, mas existe algum espaço para aprendizagem.

Quanto ao departamento visual, o que salta à vista de forma clara são os modelos 3D das personagens que chegam para substituir as suas versões 2D. As suas animações são simples no terreno embora tenham vida, mas são muito mais dinâmicas nos combates, cinemáticas e habilidades especiais. A arte continua a ser muito boa, com todo o seu estilo visual típicamente Anime, bons menus e encadeamento de ideias que recorrem a um humor constante. É uma pena que o desenho de algumas personagens seja o mesmo de sempre e que a versão Nintendo Switch (onde fiz a análise), sofra bastante com alguns problemas de quebras de fluídez, especialmente quando se usam habilidades com partículas que enchem os cenários.

A selecção musical continua a ser igualmente boa, com as músicas a manter um ambiente caloroso e festivo na grande maioria do tempo, havendo composições mais séries ou “agressivas” para alguns combates. As vozes estão muito boas e o elenco escolhido faz um grande trabalho em manter a coisa credível no meio de tanta confusão e piadas.

Disgaea 7: Vows of the Virtueless faz um avanço em certos pontos, mas é igualmente penalizado por não dar uma nova vida ao seu sistema em si. Parece o mesmo jogo de sempre, embora com uma roupagem mais gira. Se não são fãs da saga, não existe aqui nada que vos consiga cativar. Todos aqueles que já gastaram centenas de horas em Disgaea vão adorar certamente este jogo.

Positivo:

  • Passagem para modelos em 3D
  • Animações em combate
  • Muito para fazer
  • Auto-battle ajustado

Negativo:

  • Quebras de fluídez
  • Arte reutilizada
  • Evoluiu muito pouco

Daniel Silvestre
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