Realização: Dan Trachtenberg
Elenco: Mary Elizabeth Winstead, John Goodman, John Gallagher Jr.
Género: Drama, Terror, Mistério
Duração: 1h 43min
Possível referência a Breaking Bad: Sim
Da mesma forma inesperadamente como o monstro de Cloverfield surgiu em Nova Iorque, 10 Cloverfield Lane também apareceu de surpresa quando foi revelado oficialmente a poucos meses da sua estreia, algo bastante raro nos dias de hoje. Este é o primeiro filme de Dan Trachtenberg como realizador e funciona como um sucessor espiritual de Cloverfield, 8 anos depois de ser lançado.
Seguimos uma mulher chamada Michelle (Mary Elizabeth Winstead) que saí de casa depois de uma discussão com o marido e sofre um acidente de viação que a deixa inconsciente. Ao acordar, ela encontra-se presa num quarto e é abordada por um homem de meia-idade chamado Howard (John Goodman).
Ele explica-lhe que salvou-a após o acidente e trouxe-a para um abrigo nuclear debaixo da quinta dele porque ocorreu um ataque na superfície que contaminou o ar. Para além de Michelle, também está Emmett (John Gallagher Jr.), outro sobrevivente presente no abrigo que diz ter testemunhado o ataque. Michelle não fica muito convencida com a explicação e sente que Howard está a esconder alguma coisa, iniciando uma relação tensa entre o trio.
Apesar de participar em filmes há vários anos, eu recordo-me sempre de John Goodman em papéis mais amigáveis como Fred Flinstone. Em 10 Cloverfield Lane, ele é tudo menos amigável, com um ar que transmite desconforto e até nos momentos em que está mais calmo, dá a sensação que algo não está bem com ele. Isto também não é novidade nenhuma para a Mary Elizabeth Winstead, ela já teve que lidar com aliens na Antártida e com 7 ex’s maléficos portanto ela já está habituada a este tipo de companhias.
Quase todo o filme decorre dentro de um único espaço e é aqui que assistimos à interação das personagens que agora têm de aceitar a ideia de ficarem presos juntos durante meses até supostamente ser seguro ir para a superfície. Há alguns momentos de alívio mas, no geral, o filme tem um tom sério e a atmosfera vai ficando cada vez mais pesada.
Tendo em conta o título do filme, não é surpresa nenhuma que haja uma presença alienígena no filme, por isso já assumimos que Howard pode estar a dizer a verdade quanto a um género de ataque na superfície. No entanto, este contexto acaba por acrescentar mais uma camada interessante à premissa do filme ao demonstrar que até um ser extraterrestre pode ser um monstro tão perigoso como um simples homem.
Em relação a Cloverfield, 10 Cloverfield Lane é um filme com poucas semelhanças e até os elementos extraterrestre não correspondem ao que já vimos no primeiro filme. Não sei se o guião original quando chamava-se The Cellar já contava com aliens na história, mas como está agora, parece que foram acrescentados à última hora para integrar o filme no mesmo universo de Cloverfield.
Isto é mais evidente no acto final onde o filme muda de tom e parece que estamos a ver algo completamente diferente . Pessoalmente não tenho grandes problemas com esta transição, mas imagino que haja pessoas que vão ficar insatisfeitas com esta mudança, e até mesmo estragar-lhes o filme.
Mesmo que não seja a sequela que alguns possam estar à espera, 10 Cloverfield Lane tem mérito próprio e é preferível vê-lo como um filme isolado. Sendo o primeiro filme do realizador, está um trabalho bem feito e o elenco tem uma boa prestação. Vale a pena ser visto se tiverem curiosidade.
Positivo
- John Goodman
- Ambiente de tensão
- Premissa da história
Negativo
- Não tem muito a ver com Cloverfield
- John Gallagher Jr. não se destaca tanto
- Final podem não agradar a todos
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” Não sei se o guião original quando chamava-se The Cellar já contava com aliens na história, mas como está agora, parece que foram acrescentados à última hora para integrar o filme no mesmo universo de Cloverfield.”
E é por isso que nem sequer quero ver o filme 🙂
Obviamente vai vender muito mais com Cloverfield no nome mas acho uma manobra de marketing nojenta.
Achei o filme interessante. É uma prova daquilo que se pode fazer com um orçamento “reduzido” e com uma só localização, desde que exista um bom argumento e atores empenhados. Para além disso, é um filme que nos mantém tensos do princípio ao fim.
Estou-me a cagar para o Cloverfield (que btw, não gosto) achei o filme brutal em todos os sentidos, gere as expectativas de uma forma incrível, e nunca deixa de surpreender.
Só não gostei da banda sonora em alguns momentos.
É um filme no qual se deve mergulhar sem saber um único pormenor de preferência.
Acho que vai ser um dos meus queridinhos este ano 🙂