Until Dawn, foi criado originalmente pela Supermassive Games e lançado 2015 para a PS4. Mesmo que não tenha sido um sucesso estrondoso, conseguiu conquistar uma boa audiência e boa reacção da crítica. A sua mistura de narrativa interativa, escolhas impactantes e mecânicas de jogabilidade estabeleceram um novo padrão para o género. Com a recente chegada do remake, os jogadores são apresentados a uma versão aprimorada e atualizada deste título. O remake já foi lançado há alguns dias, mas deixei esta análise para o testar perto do Halloween como devia ser.
Eu já o havia jogado antes (como podem ver através do link para a análise que se segue), por isso é fácil para mim perceber se está melhor ou não:
Análise – Until Dawn
O remake de Until Dawn traz um upgrade gráfico significativo. Os cenários são mais detalhados, com texturas aprimoradas que melhoram o ambiente no geral. A iluminação dinâmica e os efeitos de clima também estão bem melhores, o que ajuda a criar uma atmosfera tensa e mais envolvente. As personagens, agora com modelos 3D mais realistas e animações faciais mais trabalhadas, dão uma conecção mais emocional ao que lhes está a acontecer. O design de som também merece destaque pois a banda sonora e os efeitos ajudam a intensificar a tensão em momentos cruciais, elevando a experiência do terror psicológico e também visceral.
Se já o jogaram, sabem o que aqui acontece, mas todos os outros precisam apenas de saber que a história gira em torno de um grupo de amigos que se reúnem numa cabana nas montanhas para um fim de semana de diversão. Como seria de esperar, a diversão muda de tom muito depressa e as personagens são constantemente expostas ao perigo. As decisões que os jogadores tomam influenciam não só a sobrevivência das personagens, mas também o desfecho da narrativa. O jogo utiliza a estrutura de decisões em tempo real, onde cada decisão pode ter consequências inesperadas, aumentando o que aumenta bastante a longevidade.
Os personagens são interessantes na sua maioria, com personalidades distintas que se refletem nas suas interações e conhecimento prévio. O remake mantém a profundidade emocional dos protagonistas tal como original. A dinâmica entre os personagens, marcada por rivalidades e romances, adiciona aquela camada extra de complexidade à narrativa que nos faz gostar mais de uns e odiar os outros logo à partida.
As mecânicas de jogabilidade foram mantidas, mas com melhorias que tornam a experiência mais prática e interativa. O sistema de “Quick Time Events” (QTEs) está de volta, e com isto precisam de pensar e reagir rápido durante cada um dos eventos. Erros nestes momentos resultam quase sempre em danos ou mortes trágicas, o que aumenta a tensão para o vosso lado. O Until Dawn Remake também introduz novos elementos de exploração, incentivando os jogadores a investigar o ambiente em busca de pistas e itens que podem influenciar a narrativa.
A utilização do sistema “Efeito de Borboleta” continua a ser o pilar mais forte do jogo. As decisões tomadas podem desencadear mudanças significativas na história, afetando a vida ou a morte dos personagens e alterando o desenrolar dos eventos que são verdadeiramente impactantes. O sistema de totems também está aqui presente, o qual pode ajudar a evitar alguns desfechos mais negativos.
Until Dawn Remake ajuda a que o ambiente do original seja ainda mais sinistro. A visão opressiva e pesada da montanha, combinada com a escuridão ocasional e os sons inquietantes da natureza, cria uma sensação de isolamento e perigo iminente. A isto juntam-se os elementos de horror psicológico, explorando medos profundos, o que o torna mais do que apenas uma simples experiência com sustos, especialmente se tiverem a jogar acompanhados.
Until Dawn Remake é um bom exemplo de como criar um remake, embora não seja um salto colossal que se sinta justificável (existem tantos outros jogos da era PS3 e PS2 que precisam bem mais). O jogo sofre na PS5 o mesmo que os restantes remakes e remasters da PS4, ou seja, não é uma oferta que mereça um remake. Por outro lado, este é uma boa opção sim para quem nunca o jogou ou não tem consolas e joga no PC. Until Dawn é um jogo bastante bom e neste remake está ainda melhor, por isso não deve ser esquecido por quem gosta do género, especialmente se for a vossa primeira vez.
Positivo:
- Bom ambiente de terror
- Escolhas que impactam verdadeiramente
- Visual bastante melhorado
- Jogabilidade está um pouco mais responsiva
Negativo:
- Personagens ainda parecem estranhas
- Narrativa sofre com alguns diálogos
- Não se justifica para quem já o jogou antes
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