Sabiam que o inconfundível som de arranque da PlayStation original – aquele que ecoava de televisores em todo o mundo, transportando milhões de jogadores para horas de aventura assim que a ligavam (e alguns ainda devem fazer) – não foi criado ao acaso, mas sim com um propósito muito claro? Aquela sequência de áudio que muitos de nós temos gravada na memória auditiva é, na verdade, uma peça de design sonoro cuidadosamente elaborada para evocar sensações muito específicas nos seus utilizadores.
O grande responsável por essa melodia icónica foi Takafumi Fujisawa, um dos nomes por trás da identidade sonora da Sony Computer Entertainment. A sua visão era que o som de arranque da consola transmitisse uma sensação de confiança, estabilidade e, acima de tudo, antecipação nos jogadores. Não era apenas um aviso de que a consola estava a ligar, mas sim um convite sonoro para uma experiência. Fujisawa e a sua equipa focaram-se em criar algo que fosse ao mesmo tempo acolhedor e futurista, utilizando tons que evocassem a ideia de uma máquina robusta e inovadora, pronta para entregar entretenimento de ponta.
A escolha precisa das notas e do ritmo não foi aleatória. O timbre foi desenhado para ser cativante, mas sem ser intrusivo, servindo como uma marca auditiva instantaneamente reconhecível que se tornou sinónimo da marca PlayStation. Este som não só ajudou a solidificar a identidade da consola no mercado altamente competitivo dos anos 90, como também demonstrou o poder do áudio na criação de uma experiência de utilizador completa.
É fascinante pensar como um detalhe tão pequeno e fugaz, de poucos segundos, pôde ter um impacto tão profundo na memória afetiva de uma geração de jogadores e no legado de uma das consolas mais influentes de todos os tempos. Prova de que, no mundo dos videojogos, cada pormenor conta.
Ainda nos dias que correm, este som continua a causar arrepios na espinha e cada vez que é possível tê-lo numa das consolas Playstation, é o som que escolho sempre.
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