Quando Middle-Earth: Shadow of Mordor saiu, o sistema de Nemesis foi bastante aclamado devido à sua maneira em como pegava nos NPCs e os moldava com a experiência do jogador. Alguém que tivesse matado o jogador seria promovido e tornaria-se num Orc importante, ganhando um título, diálogo, e mais, sendo que agora o jogador podia encontrar esse NPC no mapa ao invés de ser alguém aleatório.
Com a sua sequela, Middle-Eart: Shadow of War, o Sistema Nemesis foi melhorado, recebendo umas quantas adições para tornarem os Orcs mais únicos e mais complexos. Novas tribos foram criadas, oferecendo habilidades únicas, e outras mecânicas foram adicionadas aos Orcs para tornar cada encontro ainda mais único.
Honestamente achei que a minha experiência foi mais única no primeiro jogo, Shadow of Mordor, ao invés de no segundo jogo, Shadow of War. Lembro-me de no primeiro jogo encontrar mais Orcs que ficassem na memória, e de estes regressar dos mortos muito mais vezes, muitas vezes sendo afectados pela última coisa que os matou e tornando-os ainda mais únicos para o meu jogo.
Em Shadow of War encontrei vários Orcs, muito mais do que no primeiro jogo, mas poucos ficaram na memória ou tornaram a minha experiência única. Até porque no geral achei este jogo bastante fácil, comparado com o primeiro onde tive imensos problemas que acabaram por criar Orcs bastante fortes, que continuavam a fazer da minha vida um inferno.
Tive uns quantos encontros únicos em Shadow of War, mas não muitos que definissem a minha experiência com o Sistema Nemesis no jogo. Definitivamente tenho uns quantos momentos que ficarão na memória e que tornaram a minha experiência “melhor” enquanto jogava, mas no fim da minha aventura não senti que fosse algo tão único quando comparado com o primeiro jogo.
Para começar, anteriormente era possível transferir o Nemesis e o Follower de Shadow of Mordor para Shadow of War. Agora com os servidores do primeiro jogo encerrados já não é possível fazer isso, mas a presença que esses dois tem no jogo nem é muita, algo que deixou-me um pouco triste.
O meu Follower, Ota Bag-Head, apareceu na mesma missão onde todos os outros jogadores encontraram o seu velho Follower, e quando o resgatei decidi torná-lo num Overlord de um dos meus fortes, para evitar que ele tivesse um mau fim. Já o meu Nemesis, Gorfel the Killer, que muito gostava de chamar-me “Little Moth” (e sendo o único Orc que ouvi dizer isso) teve um fim diferente.
Ele aparece numa missão da história principal onde a sua morte é mandatária, mas mais tarde regressa à vida automaticamente e é aí que a nossa história recomeça. No primeiro jogo ele deu-me imensas dores de cabeça, em especial devido à sua habilidade “No Chance” que não oferece nenhuma oportunidade para sobreviver um ataque fatal.
Devido a isso, de cada vez que Gorfel the Killer deitava-me a baixo, ele matava-me imediatamente, o que lhe casou o título “the Killer“. De cada vez que Gorfel matava-me, ele ficava mais forte. E então tive que mudar a maneira em como o tentava encurralar, invocando a ajuda de animais, utilizando fogo e muito mais, mas ele acabou por criar resistência a isso tudo e no final a única maneira que tinha para o derrotar era de o enfrentar frente a frente. Mas ele era demasiado poderoso.
Vindo para Shadow of War, Gorfel definitivamente levou alguns debuffs, uma vez que o jogo mudou um pouco as mecânicas que o primeiro tinha. No entanto Gorfel continuava forte e possuía na mesma a sua habilidade “No Chance“, o que atrapalhou-me um pouco. Acabei por o derrotar na missão de história com fogo, mas não pensei que sua transformação fosse ser tão extrema o quanto foi.
Gorfel reapareceu, e desta vez largou a sua armadura (que até tinha bom aspecto) e decidiu apresentar o seu peito um pouco queimado por minha culpa, e também deitou fora o título “Gorfel the Killer“, adaptando agora o título “Gorfel Flame of War“. O seu discurso foi também um dos melhores que ouvi durante todo o jogo, e que honestamente ofereceu mais para esta personagem que anteriormente era um random NPC, mas que acabou por tornar-se no meu inimigo mortal.
O mais engraçado era que agora Gorfel tinha adaptado o atributo de fogo nas suas armas, e continuava a ser forte o suficiente para dar cabo de mim. Felizmente, ou infelizmente, os meus encontros com ele não foram muitos. Planeei um assassinato a Gorfel a ver como me safava, mas ele imediatamente limpou o chão comigo, ficando ainda mais forte. E quando mudei-me para outra área para avançar com a história, ele veio atrás de mim, e foi aí que num terrível “acidente” Gorfel viu o seu fim. Algo que nem pensei ser possível.
Neste momento, mesmo após ter terminado o jogo, Gorfel continua presente no menu de Nemesis, morto, mas com os seus olhos verdes e uma aura negra a sair dele. Isto está associado à magia undead do jogo, mas desde o momento em que ele morreu até ao final do jogo, Gorfel nunca ressuscitou ou veio atrás de mim, apesar de ter concluído todas as missões extra. Quem sabe um dia… porque passou tempo mais do que suficiente para o jogo o eliminar e dar lugar a um novo Orc, algo que nunca aconteceu.
Pondo o meu destinado Nemesis de lado, existem mais três histórias de Orcs que deram-me dores de cabeça. Um deles era Ogbur the Deranged, um Orc que teimou em regressar dos mortos de cada vez que o visitava. Ele acabou por vir umas quantas vezes que comecei a pensar que ele seria o meu novo Nemesis, mas a história foi outra.
Uma vez que ele estava sempre a regressar dos mortos decidi fazer “Shame”, e não foi necessário muito para ele imediatamente perder a cabeça. No fim, Ogbur imediatamente fugia de mim porque o tornei demasiado fraco, e acabou por acidentalmente levar com um pedregulho na cabeça quando que a minha intenção era recurá-lo.
Por outro lado, Skoth the Unashamed teve uma história bastante semelhante a Ogbur, iniciando-se nos momentos finais de Ogbur. Skoth teve a mesma origem, sendo um Orc que recusava-se a ser “Shamed” e também a morrer, regressando vezes e vezes sem conta. Por fim decidi recrutar Skoth para a minha equipa e quem diria, ele até salvou-me uma ou duas vezes.
Um inimigo final foi Muzu the Bitter. Inicialmente o seu título era outro (já me esqueci), e ele tinha sido recrutado como um aliado. Mas Muzu foi tecnicamente o único Orc que decidiu traír-me, e ao invés de o eliminar decidi envergonhá-lo perante o mundo inteiro, ao ponto em que o seu cérbero e voz foram feitos em papa.
Não queria muito matar Muzu pois ele era um Blood Brother de outro Orc meu, mas no final Muzu ficou tão fraco que morreu instantaneamente quando outro Orc meu o atacou. Encerrando assim a sua história de traição e também a minha aventura com múltiplos Orcs que marcaram a minha história com o jogo.
Tirando estes poucos não tive muitos encontros que na realidade marcassem o jogo ainda mais que o primeiro. E tendo em conta que Shadow of War falava imenso da sua melhoria no sistema Nemesis e muito mais, esperava um pouco mais. No entanto, como podem ver pelos vários vídeos que coloquei neste artigo e que fazem parte da minha experiência de jogo, existe personalidade para estes NPCs, e cada Orc acaba por destacar-se um pouco (por vezes existem “repetidos”), o que torna o Sistema Nemesis em algo interessante e que gostaria de voltar a ver no futuro de uma forma mais profundo e melhor explorada.
Talvez um dia regresse ao jogo apenas com o intuito de explorar o Sistema Nemesis sem fim, e numa dificuldade mais elevada para tornar estes Orcs numa dor de cabeça ainda maior.
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