Análise – Middle-Earth: Shadow of Mordor

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Numa era em que é normal lançar milhares de trailers e criar o máximo de hype em redor de um jogo, casos como Destiny e Watch Dogs são claros exemplos de bons jogos prejudicados por grandes expectativas.

Depois existe Middle-Earth: Shadow of Mordor, um jogo que tinha tudo para correr mal, que prometia ser um jogo mais ou menos, mas que no fundo, acaba por beneficiar deste efeito negativo, sendo um bom jogo e uma grande surpresa.

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Middle-Earth: Shadow of Mordor conta uma história alternativa dentro do universo de Tolkien. Desta vez jogam com Talion como personagem principal, um Ranger assassino pela Black Hand numa espécie de ritual que envolve também a sua família. Este será ajudado no pós-vida pelo espírito de Celebrimbor, o criador dos anéis do poder, que por certos motivos, também ficou preso no limbo.

Isto é o mote para uma história de vingança, que vai levar Talion a percorrer as zonas circundantes à montanha de Sauron, para destruir a Black Hand e todos os Uruks (Orcs) que vivem nestas zonas. A narrativa pode não ser algo inovador, mas o elenco principal e o aparecimento de outras personagem clássicas são bem-vindas.

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Curiosamente, Middle-Earth: Shadow of Mordor é um misto de vários jogos, e não tem qualquer problema em mostrar que os imita bastante bem, dando alguns passos diferentes e próprios. A exploração do mapa em mundo aberto faz lembrar bastante Assassin’s Creed, especialmente na forma como podem trepar a maioria das paredes e estruturas, além de ser possível viajar montado em algumas bestas.

Já no que toca ao combate, este está dividido em três vertentes, acção furtiva, combate livre e arco com flecha. Dependendo do botão em que carregam ou da forma como se aproximam do inimigo, Talion pode saltar para o ataque directo, dar uso à sua adaga para matar pela calada ou disparar flechas à distância.

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Embora o jogo incentive a uma aproximação mais silenciosa para matar o máximo possível antes de realizar o objectivo, mais tarde ou mais cedo vão ser apanhados por um qualquer Orc ou chamar a atenção de um guarda. A partir desse momento, Talion passa para o combate directo, bem ao estilo de um Batman Arkham, ou seja, atacam para acumular pontos de combo, bloqueiam ataques. usam poderes em vosso favor, ou para acabar com a vida de um pobre Orc de imediato.

Embora não seja grande fã de usar o arco e flecha, tanto a acção furtiva como o combate de Middle-Earth: Shadow of Mordor são bastante divertidos e recompensadores. Entrar numa fortaleza e limpar todos até ao objectivo sem dar nas vistas é tão gratificante como entrar a matar e dizimar centenas de Uruks de seguida.

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Middle-Earth: Shadow of Mordor faz um excelente trabalho em recriar o clima hostil e bárbaro dos Orcs. Mordor está recheado de pontos de interesse, ruínas, acampamentos e fortalezas habitadas por estas criaturas, o que é bom, pois os Orcs são o melhor que existe no jogo. Estes são bastante imprevisíveis e movem-se consoante as suas hierarquias e lacaios, algo que é extremamente mutável à medida que jogam, ainda para mais, porque podem apoderar-se da sua mente para recolher informações sobre as cadeias de comando e descobrir pontos fortes e fracos de cada Orc.

Abater um Orc líder significa que abrem espaço na hierarquia para que outros tomem o seu lugar e cada vez que não terminam com a vida de um ou este vos mata, o seu escalão muda e podem voltar a encontrá-lo mais tarde, ainda mais forte e com memórias do encontro anterior. Este sistema de hierarquias é bastante divertido e até cheguei a gastar mais tempo a limpar Orcs do na história em si.

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Além da campanha, Middle-Earth: Shadow of Mordor engloba alguns desafios extra ocasionais, mas estes não estão sempre disponíveis e alguns estão já bloqueados atrás de portas que são abertas apenas por DLC pago. A história demora mais de 10 horas a terminar, mas por si só, o sistema de Orcs vale mais do dobro disso.

Visualmente, Middle-Earth: Shadow of Mordor não puxa totalmente pelas capacidades da PS4, já se viram jogos bem mais bonitos, detalhados e agradáveis que este. É claro que o PC consegue ser um pouco melhor, mas a versão que recebemos, não é um portento visual, embora cumpra os requisitos esperados e seja bastante fluído.

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No departamento sonoro, um grande louvor vai para Troy Baker (Joel de The Last of Us) na voz de Talion, Alastair Duncan como CelebrimborNolan North (Nathan Drake de Uncharted) como Black Hand. Não é Andy Serkis que dá a voz a Gollum, mas o actor que o representa também faz um bom trabalho. A banda sonora é muito boa e tem bastante impacto, estando dentro do que se espera, especialmente para quem viu os filmes.

Abram então alas para Middle-Earth: Shadow of Mordor, aquele que é um dos grandes jogos revelação do ano e que ensinou uma valiosa lição à indústria. Por vezes, demasiado hype, pode ser prejudicial.


Vejam também a nossa vídeo-análise de Middle-Earth: Shadows of Mordor!

Se gostam de bons jogos de acção, do universo de Senhor dos Anéis e gostam do que leram sobre o sistema de hierarquias dos Orcs, então Middle-Earth: Shadow of Mordor é altamente recomendado.

Positivo:

  • Personagens principais interessantespn-recomendado-ana
  • Bom sistema de combate
  • Mordor parece estar em constante actividade
  • Combate e acção furtiva satisfatórios
  • Sistema viciante de hierarquias entre Orcs
  • Nolan North e Troy Baker em conjunto mete respeito

Negativo:

  • Visual não se sente Next-Gen
  • História não é tão boa como a permissa
  • Alguns conteúdos aparecem bloqueados por DLC

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Daniel Silvestre
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