Now Loading #2 – Desgostos amorosos

Oh hey! Pensavam que já não havia mais loadings após a edição da semana passada não ter aparecido? Infelizmente houve um conflito de horários e então o segundo artigo teve de ser adiado para hoje, sendo essa também uma das razões pela qual optámos por um formato quinzenal.

Esta semana temo novamente um tema, excepto que desta vez vamos contar as nossas desilusões enquanto fãs em vez de explorar o bom e o mau de um assunto. Muito provavelmente vocês já tiveram alguma vez em que ficaram desapontados com uma coisa que gostavam. Videojogos, séries TV, família, por aí adiante, e é devido a isso que o hoje o nosso tema vai ser:

Desilusões enquanto Fãs!

 

– PlayStation Vita –

Tecnicamente não é a PlayStation Vita que me desiludiu mas sim a maneira em como a Sony a tratou. Um a dois anos após o seu lançamento no Ocidente a Sony America decidiu matar a sua portátil sem razão aparente, e a Sony Europe que não sabe pensar por si própria seguiu a decisão da sua irmã.

Honestamente continuo a achar que a PS Vita é uma boa consola com bom hardware e isto é algo que não se pode discutir. Então o que correu mal? Na minha opinião é o facto de a Sony America ter decidido cortar no suporte do software da consola tal como é óbvio. Isto porque no Japão a maioria é composta por visual novels (anime) e JRPGs (e anime), e por alguma razão estes dois géneros (ou anime em geral) ainda é vista com maus olhos por parte desta industria Ocidental. Devido a isso a consola foi imediatamente assassinada pelos seus tios, excluindo as poucas produtoras que insistiram em trazer jogos até cá ainda até no ano que vem, tudo porque os fãs pediram e estas ouvira. A Sony por outro lado? Nem insistiu nos seus first-party.

O que me chateia ainda mais é que as únicas vezes em que a Vita é menciona é apenas para “cross-buy/play” com a PlayStation 4, em especial os jogos do Plus. Neste últimos 3 anos 99% dos jogos são jogos indie cross-buy com a PS4 apenas para assim os jogadores experimentarem na PS4 e não na Vita. Entretanto, tudo o que era exclusivo da Vita saiu para PC e PS4 ou até Switch e Xbox, isto mais uma vez porque as produtoras/distribuidoras Ocidentais decidiram ouvir os pedidos dos fãs. Olham para o Japão e a maioria dos jogos são anunciados para PS4 e Vita, olham para o Ocidente e esses mesmos jogos são lançados na PS4, Xbox One, Switch e PC porque as produtoras conhecem a sua fanbase. E a única razão pela qual não apoiam tanto a Vita como faziam antigamente é porque a Sony oficialmente anunciou que ia eliminar tudo o suporte à mesma.

“A Vita não tem jogos.” é mentira. Tem. Pode não ser para todos mas por outro lado quem é que até agora comprou consolas da Nintendo para jogar jogos que não eram da Nintendo? Agora sim compensa porque a Nintendo está a apoiar mais jogos third party e devido à portabilidade da consola, mas antes? Nem por isso. A Vita contava com vários exclusivos bons que agora são multiplataforma, e nem assim esses chegam ao Plus, o que acaba por ser o maior insulto que a Sony America/Europe podia fazer.

Por mais que tenha gostado da Vita, e por mais interessado que esteja numa possível Vita 2, a atitude que a Sony tomou na altura e a atitude que a mesma está a tomar agora certamente não é uma que demonstre estar preocupada com o que os fãs quer ou sequer o mercado para além de jogos AAA Ocidentais. Apenas estou à espera que a Sony tenha a decência de fazer uma última promoção enorme aos jogos digitais da consola para finalmente poder arrumar com a mesma, se anunciaram terminar o suporte da mesma, então façam um bom enterro pelo menos, e não venham dizer que a consola foi um falhanço pois foram vocês que falharam.

 

– JRPGs –

Honestamente poderia destacar muita coisa, mas isso seria mais desapontamento em geral do que uma desilusão enquanto fã. No fundo sentimento é igual de todas as formas, uma pessoa está desiludida porque espera algo melhor do que o que foi obtido No que toca a JRPGs não fico descontente com o que me é entregue, mas pelo menos metade dos que meto a mão deixam-me um pouco desapontado pois consigo ver possibilidade de tornarem-se melhores do que o que são, mas as produtoras decidem jogar pelo seguro e simplesmente apresentam a mesma história habitual e jogabilidade simples, não querendo arriscar muito.

Posso dar o exemplo da Compile Heart/Idea Factory e da sua série Neptunia que apesar de ser fã é notável que podiam oferecer muito mais caso a produtora fosse exigente. E numa altura onde a minha fé começava a desaparecer eis que a companhia lançou Mary Skelter, um jogo que me surpreendeu de várias formas devido à sua produção, jogabilidade, história e mais, devidamente mostrando que se uma companhia assim o quer, consegue fazer um bom trabalho fora da sua zona de conforto.

 

– Reboots –

Existem desilusões gerais e desilusões específicas, especialmente quando pensamos em grandes séries. Curiosamente só este ano já me partiram o coração umas quantas vezes.

Desde o reboot de Tomb Raider que a série estava num caminho ascendente, nem todos ficámos contentes e até tivemos quem se chateasse a sério e parti-se para outras terras. Uma das minhas sagas favoritas é sem sombra de dúvidas Uncharted, a mistura de mistério, acção e história é bastante boa e viciante. Tomb Raider para mim sempre fora algo esquisito, não tendo jogado os originais com muita atenção, o meu primeiro Tomb Raider foi uma verdadeira desgraça. Quando anunciaram o reboot lá acabei por voltar a jogar os originais e até gostei, datados mas bons. Quanto ao reboot… adorei. A sequela? Gostei ainda mais mas no fundo eu sabia, desde que Shadow of the Tomb Raider foi anunciado eu pressenti que o trambolho da série estava a caminho.

O jogo acabou por ser totalmente insípido e desprovido de motivação, estamos aqui porque sim, apesar de um início interessante toda a progressão me retirava vontade de jogar. Não estou a mentir quando digo que cheguei ao fim apenas e só porque ainda me custou uns euros. No geral um jogo mau ou um jogo bom são sempre muito mais fáceis de identificar e de explicar a outros porque é que é bom ou mau, mas um jogo medíocre… É o pior que me podem apresentar. Com um jogo mau é fácil rir, praguejar e até aprender a desfrutar aquilo que realmente vale a pena, num jogo medíocre estamos presos a algo de que não gostamos mas até tem os seus momentos e pessoalmente saio derreado destes encontros. Shadow of the Tomb Raider leva para casa o meu prémio do ano de desilusões, ou quase.

 

– Sequelas –

Red Dead Redemption II foi o próximo jogo da lista a dar-me um coice no estômago, um presente envenenado. O primeiro é o meu jogo favorito da passada geração de consolas, terminei o jogo várias vezes e desfrutei de cada uma delas, infelizmente a sequela com ar de prequela conseguiu o que eu achava impossível… Ao longo de meia dúzia de capítulos aturei desilusão após desilusão. No horizonte levantava-se outrora o Sol da manhã, por entre a neblina da incerteza. Os raios de Sol tocam um mundo fantástico, uma jogabilidade soberba (tirando talvez os cavalos voadores) e nós mal conseguimos acreditar no que vemos, mas é também aqui que tudo muda de figura. As nuvens adensam-se com o ribombar de trovões e a subsequente tempestade que promete não deixar pedra sobre pedra ataca. A história nunca alcança o prometido, ficando quase sempre aquém do esperado. As cavalgadas tornam-se mais pesadas com a repetição e se para um lado vamos acompanhados a desfrutar de uma boa conversa, também corremos o risco de fazer a viagem de retorno sem companhia, esperando encontrar algo novo que nos entretenha.

O passo mais lento do jogo funciona a favor e contra o mesmo, o desenvolvimento das relações entre Arthur e os restantes personagens acabam por ser o ponto alto da narrativa do jogo, enquanto a história sofre. Mas quem mais sofreu fui eu, pois aquilo que realmente me chateia é ver em Red Dead Redemption II tudo aquilo que podia ter sido e aquilo que é. Todas as situações em que somos colocados raramente atingem a escala prometida e apesar de uma recta final brilhante, com vários pontos altos também tem muitos pontos baixos.

Até posso estar sozinho na minha opinião de Red Dead Redemption II, mas está dito. Obrigado e boa noite!

 

– Veredicto Final –

Custa muito ser fã. Por um lado uma pessoa fica contente com novas entradas de uma série que gosta imenso, com o entusiasmo a subir e a espera a ser cada vez menos possível de aguentar. Por outro o receio de que algo pode ser estrago é enorme, o sentimento após concluir tal coisa é indiscritível e a única coisa que nos fica na cabeça é o quão melhor o produto final poderia ter sido. Se podia deixar de ser fã de algo para não receber mais desapontamentos? Podia, mas não seria a mesma coisa.

Mathias Marques
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