Halo novamente no bom caminho?

Outubro 28, 2015

Caso tenham lido a minha recente análise, Halo 5: Guardians mostrou-se como uma estreia de peso para a 343 Industries no que toca a jogos originais para a Xbox One. Depois do desaire que foi o lançamento de Halo: The Master Chief Collection, será que Halo está novamente no bom caminho?

Como afirmei na minha análise, e passo a citar: “o futuro de Halo mostra-se risonho” e esta frase está correctíssima. Apesar de passar um pouco despercebido, houve uma altura em que a série começou a entrar numa fase mais crítica e isto graças à fraca inspiração colocada no mutliplayer online. A campanha de toda a série desde o início tem mantido um certo padrão de qualidade, mas já falamos sobre isso.

O ponto mais forte de Halo desde os seus mais de dez anos de idade sempre foi o multiplayer. Desde o primeiro jogo, Halo: Combat Evolved, o jogo conseguiu consolidar uma fórmula de matar as pessoas que estão na sua consola em sua casa, ou então ao nosso lado, que criou uma legião de fãs que ainda hoje em dia existe.

Halo 2 foi sem dúvida a maior explosão da série nesse sentido. Com um sistema competitivo de se tirar o chapéu, foi desta maneira que o multiplayer da série criada pela Bungie ganhou asas e consolidou um estatuto de respeito dentro das competições profissionais de videojogos e chamou a atenção de muitos.

A meu ver o problema começou a surgir com um certo abuso desta fórmula vencedora. Halo 3 seguiu ao máximo as pisadas do seu antecessor e apesar de ter transportado este sistema quase obcecante de participar online, muitos dos fãs esperavam um passo em frente e não uma posição mais resguardada.

Com o lançamento dos seguintes jogos, os polimentos foram ainda maiores e grande parte das arestas polidas, mas o sentimento de déja-vu pairava como um dia de nevoeiro, tendo culminado com o lançamento de Halo 4 num estado de quase abandono por parte das grandes comunidades de Halo. Eis então que é lançado Halo 5.

Halo 5: Guardians é um jogo que dá um pulo enorme em frente e arrisca em várias frentes. Sem dúvida tornaram o jogo mais interessante e com uma dinâmica de jogo bastante interessante. Ouviram os fãs quando lhes foi pedido um sistema de ranking semelhante ao de Halo 3 e isso torna o jogo mais interessante com a subida e descida da nossa condecoração de acordo com a nossa prestação, voltando mais uma vez a destacar os bons dos maus.

Breakout é um modo que eu quase me canso de falar. Apesar de não ser propriamente inovador, encaixa que nem luva no multiplayer de Halo. Esta série sempre se destacou por uma certa perícia quando pegamos numa arma e abordagem de jogo e dos mapas muito específica. É quase obrigatório andar em equipa e a comunicação é imprescindível.

Neste modo de jogo por rounds, os mapas são muito mais fechados, pequenos e intensos, havendo pouco espaço de manobra e as falhas têm um preço altíssimo. Tiros no corpo não compensam como uma boa dose de headshots, e é um estilo de combate que vem desde dos primeiros jogos da série. Grandes batalhas de um para um irão acontecer e dão um gozo fenomenal.

Outros boas adições foram as habilidades que serão usadas com o nosso jetpack. Podemos usá-lo para nos desviarmos rapidamente para um dos pontos cardeais, ou então fazer o novo ground pound – ataque do ar para o chão que nos coloca vulneráveis mas causa a morte imediata de quem for atingido – e o estúdio não teve medo de mexer na jogabilidade desta maneira. A 343 Industries mostrou-se corajosa para introduzir estas mudanças e como se pode ver, deram frutos!

Eliminaram também o modo Big Team que colocava um número elevado de jogadores num mapa grande, e ao invés de andaram a matar-se simplesmente por pontuação, introduziram o modo Warzone que faz isso mas introduz muitos mais elementos. Temos agora objectivos como a conquista de zonas, temos um mini sistema de level up no qual poderemos fazer respawn com armas melhores.

Ao invés de embelezar o multiplayer online da série ou fazer algumas adições que não tiveram um grande futuro, decidiram dar um abanão nas coisas e o resultado está à vista, essa vertente de Halo 5: Guardians é considerada pela crítica especializada como uma das melhores da série e uma boa surpresa para os fãs mais fervorosos.

Até mesmo na campanha deram um passo em frente, apesar de um pouco tímido. Este modo fica sempre um pouco a desejar, e apesar de estar ainda demasiado formatada e sem momentos estrondosos, achei uma narrativa consistente e com mais personalidade que as anteriores.

Voltando à minha pergunta inicial: sim, Halo está novamente no bom caminho mas esperamos que a 343 Industries não se deixe adormecer sobre este louvor e ponha as mãos à obra para nos impressionar ainda mais em Halo 6.

E já agora fiquem com uma versão da Swarovski do capacete da armadura Spartan…porque sim: