Entre imensos Soon e Soon™ chegou a vez de mais um artigo nesta rubrica. Hoje temos isto e aquilo, e coise e até mais de 1400 palavras (500 vezes mais que o normal).
-Assunto da semana-
Adaptações de light novels a anime
Ainda não é desta que vou falar do meu amor por light novels, mas está lá perto. Tal como sabem, as adaptações de livros para qualquer média acaba sempre por deixar alguns detalhes e outras coisas de lado. Ou melhor, as adaptações de livros para filmes.
Se formos a ver, as adaptações de manga para anime normalmente não deixam coisas de lado. Pode por vezes haver um ou outro capítulo que não são adaptados, ou raras vezes a modificação de uma cena. Caso contrário, por vezes até sofre de adições, fillers à parte, é normal nas adaptações de 4-koma ver as cenas mais completas do que no formato original, apenas precisam de pegar em K-On! ou Gekkan Shoujo Nozaki-kun e comparar tanto o anime como a manga, e poderão ver a diferença de uma adaptação “normal”.
Talvez as mangas tenham a vida fácil devido a já terem os desenhos, só é preciso ligar cada quadrado e o trabalho já está feito (isto na minha opinião). Agora adaptações de light novels incluem a imaginação do cenário a partir das descrições do autor, bem como as personagens em relação à situação que está a decorrer.
Qual é o ponto que quero demonstrar com o tema de hoje? Simplesmente quero falar em como algumas cenas/cenários são alteradas e outras deixadas de fora. E em como apesar disso alguns animes continuam a ser bons.
Talvez não seja importante para muitos, mas pelo menos para mim é, o cenário quero eu dizer. Em muitas adaptações o cenário por vezes acaba por ser um pouco modificado, e a razão pelo qual o mesmo acontece é-me desconhecida. Lembro-me de algumas situações em que cena X e Y deviam de acontecer num determinado local (sem demasiada importância) e acabaram por acontecer noutro. Metade dessas vezes perguntei-me o porquê de terem mudado de local, na outra metade perguntei-me se tinha interpretado a light novel de forma errada.
Mas sempre consigo viver com isso, Oregairu e Durarara!! por exemplo, dois animes que gosto, tem esse “problema“, e mesmo assim continuo a apreciar o anime pelo que é, e a fonte original por ser a fonte original. No entanto uma das maiores diferenças que acabou por me deixar confuso/chocado foi o primeiro episódio de Seirei Tsukai no Blade Dance, tinha decido ler o primeiro volume da light novel mais ou menos um mês antes de o anime estrear, e imaginei a situação inicial num cenário completamente diferente do que acabou por ser no anime.
Fiquei contente por não ter sido o único, já que li um ou outro comentário que estavam a dizer o que pensei. Mas chega a ser algo que tira um pouco a vontade em prestar atenção às descrições e detalhes ditas no conteúdo original. Para além dos cenários algumas das personagens por vezes também levam alguns retoques. Isso até agora não me aconteceu (excluindo Hikigaia Hachiman que tem um novo look em cada adaptação), mas num pequeno exemplo, algumas personagens secundárias de Hibike! Euphonium na novel tinham certo aspecto, no anime tem outro completamente diferente (prefiro a versão do anime, ponytail senpai).
O que mais poderá prejudicar um anime é sem dúvida nenhuma os detalhes e acontecimentos pequenos que ficam de lado. Acabam por ser informação que constrói o mundo, como no caso de Sword Art Online. Nunca se perguntaram o porquê de o poster de ALO no quarto da Suguha ter a imagem da Leafa, o seu avatar? Eu sim. Acontece que é possível encomendar posters com os avatares, entre outras coisas que envolvem as mecânicas dos jogos.
Ou a caracterização de personagens (para quem não sabe, caracterizar é dar “background info” sobre as personagens, é diferente de desenvolvimento), exemplo: O Kirito é fã de Senhor dos Anéis.
Já quanto a pequenos acontecimentos existe o exemplo de Saki Kawasaki em Oregairu, que na light novel teve um pequeno momento onde devido a uma má interpretação das palavras de Hachiman, ficou um pouco consciente do mesmo, e andou algum tempo nervosa por volta dele. No anime isso não aconteceu, nem a inclusão da sua irmã, nem outras cenas semelhantes (incluíndo a da Vita-chan, para desgosto meu).
São pequenos detalhes que tanto acabam por dar alguma informação, ou contribuir para a história, eu não peço tudo, se for possível compreender bem as personagens, certas partes da caracterização pode ficar de fora. O mais importante acaba por ser alguns detalhes que explicam como o universo criado pelo autor funciona, um dos exemplos é Danmachi, onde várias coisas essenciais são explicadas na light novel mas no anime nunca são mencionadas.
Depois a exclusão ou alteração de algumas cenas é algo que também me incomoda, não falo de mudanças do cenário, mas por exemplo a remoção de uma personagem ou interação entre X e Y. Que sempre serviam para um pouco de desenvolvimento entre as mesmas, exemplo, praticamente a segunda temporada de Oregairu, uma vez que decidiu apressar um pouco as coisas, acabou por deixar bom desenvolvimento de lado bem como algumas cenas confusas.
Ainda assim, gosto imenso de algumas adaptações a anime, e consigo dar boa nota às mesmas (tendo em conta a informação dada). Apenas acho que por vezes existe conteúdo que não devia ser deixado de lado, e que o pacing devia ser correcto.
-O que vi (a semana passada)-
Tokyo Ravens
Curiosamente, meti Tokyo Ravens na lista com o objectivo de trazer mais análises que não fossem slice of life para o site, isto já no ano passado, ou no ano anterior… sim não tem havido muitas análises a anime por minha parte, mas é uma daquelas fases.
Já passei por outras duas parecidas, uma quando uma boa parte das minhas análises e motivação foram ao ar quando o site teve aquela semana com erros, que acabou por apagar as imagens, e a solução do problema acabou com algum conteúdo no back office que ainda não estava online eliminado, e também foi nessa altura que o meu portátil se avariou.
A segunda vez foi quando fiquei com um bloqueio em relação a análises a anime. A terceira foi quando estava para me iniciar nisso, e fiquei sem internet durante 2 meses e pouco. Fico a pensar se não existe uma força maior por detrás disto. E ao olhar para trás, apenas fiz umas sete ou oito análises, e era sempre uma por mês, é algo que quero corrigir, mas ainda não me sinto preparado para o fazer.
https://www.youtube.com/watch?v=qYz2lAWD6VQ
Mas desculpas à parte, vamos falar de Tokyo Ravens, uma outra curiosidade é que decidi ler a light novel primeiro (daí o tema desta semana), uma vez que o anime adaptava 9 volumes do mesmo. E apôs ler 6 volumes em coisa de um mês, fiquei com uma pausa de meio ano e tal até ler mais 5. E um mês apôs ter apanhado a história adaptada a anime, decidi ver o anime.
Consigo entender o porquê de terem apressado um pouco as coisas, afinal a história não tinha um bom ponto de conclusão com a exceção do volume 9. E os Japoneses raramente quebram as regras que tem quanto ao número de episódios que cada anime recebe, porque verdade seja dita, Tokyo Ravens tem imensos momentos óptimos para fazer cliff hangers para o próximo episódio, coisa que não pôde aproveitar bem.
Não estou a dizer que é uma má adaptação, está bastante boa e cobre bem a história. Com alguns acontecimentos um pouco alterados não ficou muito em falta, e é algo com que se pode viver. Mas como pessoa que leu o conteúdo original primeiro, gostava mesmo que tivessem levado o seu tempo em certas partes.
https://www.youtube.com/watch?v=F68ECLYHVvk
Para dizer a verdade, a história tem momentos sem muita acção e com muita conversa, e se o anime fosse assim, talvez acabaria por cair de forma negativa para os espectadores, e enquanto eu percebo terem acelerado com a parte lenta, fiquei um pouco desapontado com as batalhas rápidas.
Ao ler as batalhas tive outra sensação do que ao ver, consegui sentir o impacto e “ver” cada acção, e ao mesmo tempo sentir que eram longas. Já o anime não conseguiu oferecer essa sensação, apesar de ter um visual de alguns movimentos que não percebi (ou imaginei de forma errada).
Gostava de me alongar mais pelo assunto, bem como de descrever melhor o anime, mas o artigo já está grande e pelo menos consegui transcrever o que me incomodou com o mesmo. De todas as histórias de magia/escolas de magia (embora a escola em si não seja muito o ponto central, apenas o local de alguns acontecimentos), Tokyo Ravens é a que tem o seu mundo bem definido e sabe o que quer fazer.
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As personagens Dekomori e Kumin são originais da KyoAni e não existem na light novel. Acabei de vos estragar duas temporadas de Chuunibyou.
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