Sim, já todos falaram de quão estranho é o nome ocidental de The Legend of Legacy e de quão redundante pode ser, no entanto, este foi um daqueles JRPG que me saltou imediatamente à vista mal foi revelado.
Agora que já chegou e pude jogar para análise, The Legend of Legacy provou ser bem melhor que o seu nome, mesmo que fique um pouco aquém em alguns elementos e decisões feitas pela equipa de desenvolvimento.
The Legend of Legacy começa muito bem, permitindo escolher uma de várias personagens como a principal, o qual altera o início da narrativa e os primeiros colegas que vos acompanham, no entanto, a história é quase imediatamente posta de lado, servindo mais como pano de fundo. É uma pena, pois havia aqui muito potencial e existem mensagens crípticas que dão a entender mais do que é na realidade.
The Legend of Legacy foca-se muito mais na jogabilidade e exploração, do que em dar um verdadeiro objectivo. Mesmo que possa soar um pouco ao estilo de um Dark Souls, o seu ambiente e sistema de jogo não lhe permitem estar sequer perto disso, ou até do vazio do modo clássico de um Etrian Odyssey.
No geral, The Legend of Legacy faz lembrar os RPG de acção à moda antiga, onde exploram o mapa em busca de tesouros, derrotam inimigos e vão evoluindo as personagens para poder explorar áreas mais exigentes.
Os inimigos aparecem directamente no cenário, desencadeando um combate directo quando entram em contacto com eles. Embora sejam combates por turnos, estes usam dois sistemas como mecânicas primárias. O primeiro é a escolha de diferentes posições de combate e o segundo é a presença de elementos que influenciam os ataques e dão mais ou menos força às personagens.
O primeiro é fácil de perceber, podem, por exemplo, escolher um sistema de defesa, onde uma personagem ocupa a linha da frente e pode bloquear ataques aos colegas. Como existem várias classes, podem ter um como defesa e os restantes a combater, ou alguém a curar.
A presença dos elementos influência de forma directa os combates, pois é possível ganhar vantagem em certos ataques, ou até mesmo fazer pactos com os elementos, usando cristais que encontram a explorar os cenários.
Embora o combate seja bom e a exploração divertida, o facto de existir um grande vazio entre momentos de história, faz pensar que estamos a jogar sem um objectivo ou direcção. Sabemos que temos de recuperar a memória da personagem, mas não é incentivo suficiente. Por isso mesmo, só consegui desfrutar de The Legend of Legacy em curtos espaços de jogo de cada vez, mais pela jogabilidade, do que por tudo o resto.
Aliás, parece que a equipa de desenvolvimento tinha noção disso mesmo, pois é possível gravar em qualquer lugar com um quick save, além de que podem regressar ao início do mapa, fugindo apenas de um dos combates. No entanto, isto também é mau, pois obriga a matar sempre os inimigos caso queiram prosseguir.
Quanto ao visual, The Legend of Legacy consegue ser bastante apelativo, com todo o seu estilo colorido e os mundos desenhados. Quando caminham pelos cenários, as árvores, rochas e afins vão surgindo do solo, ao estilo dos livros recortados que levantam as imagens. É um efeito bonito que vale a pena ser visto. O desenho das personagens também é bastante bom, com traços bonitos.
Por seu lado, a banda sonora também é bastante boa, com muitas melodias épicas e que ficam no ouvido. É pena que as vozes sejam tão poucas, mas tendo em conta a parca história, dá para perceber.
Como já devem ter percebido, The Legend of Legacy dá constantemente “uma no cravo e outra na ferradura”, mas no geral, é um jogo que me conseguiu agradar e me prendeu à Nintendo 3DS, mesmo que fosse em pequenos espaços de cada vez, após as primeiras horas de maratona que faço sempre nas análises.
Com a quantidade de bons JRPG que estão a surgir, The Legend of Legacy não se torna numa prioridade, mas não deixa de ser um dos jogos mais curiosos e até divertidos do género. Se não se importam com histórias quase inexistentes e gostam de explorar quase sem destino, então vão gostar de The Legend of Legacy.
Positivo:
- Visual encantador
- Sistema de combate
- Boa banda sonora
- Muitas personagens para escolher
Negativo:
- História pouco profunda
- Missão parece desprovida de objectivo
- Quase não existem vozes
- Pouca explicação para a maioria das funcionalidades
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