Análise – The Guided Fate Paradox

Se existe uma companhia com a qual os fãs de RPG europeus podem sempre contar para termos direito a alguns dos JRPG mais injustiçados, essa companhia é a NIS America.

Durante o ano que passou, estes tiveram a coragem de lançar na Europa um grande número de RPG que mais ninguém teria coragem para trazer até ao ocidente. Uns foram bons, outros nem tanto, mas é inegável que a enchente não vai parar e muitos ainda estão para chegar em 2014.

O mais recente desta fornada é The Guided Fate Paradox, um novo projecto criado pela Nippon Ichi e a vasta maioria dos elementos da série Disgaea.

Apesar de ter várias parecenças com Disgaea em muitos sentidos, The Guided Fate Paradox não é um RPG de estratégia por turnos, mas sim uma RPG de acção com movimentação por grelhas. Como é que isto acontece? A história é uma boa explicação.

Em The Guided Fate Paradox jogam no papel de Renya, o típico estudante ao qual acontece algo extraordinário. No caso de Renya, este acaba por ganhar uma espécie de lotaria que faz com que lhe seja atribuída a posição de Deus. Um Deus que ascende a uma espécie de paraíso habitado por anjos femininos vestidas com fatos de domesticas ao estilo japonês, para realizar o trabalho de conceder os desejos feitos em prece pelos mortais, os quais são escolhidos por uma máquina. Confuso? Não se preocupem, a início nem a própria personagem principal percebe o que está a acontecer.

Após várias horas de diálogos e exposição, a missão principal é explicada e entram na máquina de selecção dos desejos, que vos leva até mundos paralelos. Nestes mundos vão ver ter de matar monstros que alteram o destino da história ou personagem em causa. Como exemplo, a primeira história é a da Cinderella, a qual sofre imensas alterações e põem em causa a própria legitimidade do conto original. Foi aqui que The Guided Fate Paradox começou a fazer sentido para mim.

Apesar do começo complicado e entediante inicial, as ideias apresentadas para cada um dos desejos são realmente criativas e pertinentes, ao ponto de manter o jogador mais interessado nos desenvolvimentos de cada desejo do que nas próprias personagens principais.

Infelizmente, é na jogabilidade que se perde algum do entusiasmo de The Guided Fate Paradox. O estilo de jogo com movimento por grelhas não só é pouco funcional como engloba uma série de actividades que dão uso à maioria dos botões presentes no comando. Isto seria bom se não fosse tão complexo fazer algo tão simples como agarrar e atirar um objecto/inimigo.

É verdade que o combate começa a fluir melhor à medida que avançamos no jogo, mas a extrema proximidade da câmara assim como a presença de outros NPC que agem como bem lhes apetece acaba por fazer do combate uma actividade mais fácil, que muitas vezes está lá mais para tornar a viagem entre o ponto A e o ponto B mais longa e demorada.

Existem boas ideias como a utilização de energia que está ligada a todas as nossas acções e que precisa de ser restabelecida com comida, e o facto dos equipamentos serem visíveis nas personagens, mas no geral, nunca chega a ser tão bom como o jogo que corre no mesmo motor, ou seja Disgaea. Além do mais, em certas situações a dificuldade sobre abruptamente e pode acontecer até serem rodeados por uma enchente de inimigos. Caso morram nessa situação, ficam desprovidos de parte do dinheiro e grande parte do material, o que é algo injusto.

Visualmente The Guided Fate Paradox não é um jogo vistoso, tirando o caso de algumas cinemáticas ou arte desenhada das personagens. A nível de sprites, é bastante básico para esta geração e até já se viu melhor em Disgaea D2. Quanto às vozes e música, aqui sim posso dizer que gostei bastante tanto das vozes japonesas como inglesas e a banda sonora é bastante boa.

The Guided Fate Paradox é um jogo no mínimo estranho. Posso dizer que é divertido e tem muito boas ideias. Mas não passa de uma experiência sólida que não merece mais do que um Bom.

Positivo:

  • História de cada desejo
  • Personalização das personagens com equipamentos em tempo real
  • Boas vozes e música

Negativo:

  • Demora imenso tempo a arrancar a história principal
  • Visual bastante datado
  • Combate pouco desafiante na maioria dos cenários

Daniel Silvestre
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