Análise – System Shock Remake

System Shock é um clássico dos jogos de ficção científica e exploração que inspirou grandes nomes nos anos seguintes. A visão do produtor Warrent Spector e do estúdio LookinGlass Technologies lançada em 1994 recebeu um remake através do estúdio Nightdive Studios e está agora disponível para todos. Será que esta conjugação entre o presente e o passado resultou?

System Shock Remake é um jogo de tensão, inquietude e exploração. Estes elementos podem não ser a melhor combinação, mas são os que nos dão para podermos progredir e tentar travar Shodan. Cada bala que gastamos conta para a nossa gestão meticulosa, portanto iremos medir bem as nossas acções para que estas não sejam em vão.

O diferente número e tipo de inimigos irão determinar a nossa abordagem: saltamos para cima de arma em punho? Colocamos uma mina de proximidade e chamamos o inimigo à atenção? Pura e simplesmente evitamos o conflito e corremos noutra direcção? Todas essas perguntas irão correr a nossa mente e por vezes teremos de actuar em segundos ou até em pânico quando alguns deles correm na nossa direcção a uma quantidade insuportável.

Para além de todos os ingredientes acima descritos, a exploração da Citadel e dos seus vários pisos é uma tarefa de paciência e cautela. Grande parte dos pisos são facilmente transitáveis mas muitas secções estão protegidas por sistemas de cartões de acessos, inacessíveis por danos ou problemas de energia, ou até bloqueadas pela própria Shodan. A fragilidade da nossa personagem também é um factor importante que nos impede de ter uma abordagem despreocupada, isto porque com o passar do tempo a frustração irá assentar quando começarmos a morrer.

A nossa exploração será auxiliada pelo mini-mapa que se completa sempre que atravessamos uma zona, sendo este um dos pontos de maior atenção. Sendo um jogo que requer uma investigação a fundo dos vários cantos e quartos, o mini-mapa dá-nos uma grande ajuda a evitar que fiquemos perdidos seja a identificar portas que ainda estão por abrir ou sítios por explorar mais a fundo.

Para mudar um pouco de ares temos também alguns mini-jogos de hacking que nos dão acesso a portas trancadas. Um deles faz lembrar o clássico PipeDream onde precisamos de gerir fluxo de energia até um nível específico para destrancar a porta em questão e outro é um simples shooter num espaço virtual composto por vários tipos de vírus que temos não só de evitar como também de destruir.

Mesmo assim, não deixa de ser um jogo que mostra algumas rugas feias. A arrumação do nosso inventário é feita manualmente sendo possível rodar items dentro de um espaço específico que se equipara a uma mochila. Não acho que este sistema tenha transitado da melhor forma e o mesmo pode ser dito do combate. Combater com inimigos é agora uma tarefa mais rápida e fluida, mas mesmo assim ainda se mantém um pouco rija e com pouca profundidade.

Este é um jogo cuja temática encaixa-se perfeitamente no status quo da actualidade, seja na estética ao estilo cyberpunk até à temática que mostra os perigos das Inteligências Artificiais e nesse sentido é sem dúvidas um remake certo na altura certa e o estúdio conseguiu criar uma conjugação entre actual e retro de uma maneira bastante inteligente. Gostei do pormenor do uso de modelos do jogo antigo nas alucinações do nosso protagonista sempre que usamos a droga Berserk.

Sendo assim, a apresentação é por norma fenomenal, com um bom jogo de iluminações que enfatizam o clima de tensão, a toda à estética cibernética e futurista da nave, mas também existem elementos retro como é o caso de algumas texturas propositadamente pixelizadas e alguns usos inteligentes de modelos antigos. Foi feita uma excelente transição de um ambiente frio e sinistro com este remake

Há que dar mérito a quem o tem e o trabalho feito pela Nightdive Studios é notável. Em grande parte do tempo este projecto parece tudo menos um remake, é uma aventura intensa com um ambiente espectacular e tirando um ou outro pontos que se parecem um pouco datados, System Shock é um dos remakes mais notáveis deste ano. System Shock continua a ser um jogo que gera um grande ambiente de tensão

Positivo:

  • Ambiente sinistro e espectacular
  • Temática actual e interessante
  • Recriação muito boa
  • Conjugação entre a apresentação retro e moderna

Negativo:

  • Profundidade do sistema de combate
  • Menu de arrumação de items

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