Análise – SOMA (por Marco Correia)

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Tenho de admitir que quando comecei a jogar SOMA eu nunca pensei sequer chegar a 20% de jogo. Eu sou o que se pode chamar de “autêntico pussy”, o meu coração e jogos de terror simplesmente não se dão. Mas fiquei contente quando terminei SOMA pois tinha acabado de jogar um dos meus jogos preferidos dos últimos anos.

SOMA é um survival horror desenvolvido pela Frictional Games, criadores de Amnesia: The Dark Descent. Ao contrário de Amnesia, muito do terror provém dos cenários e da atmosfera criada pelo jogo. Não quero dizer que não tenha momentos assustadores com monstros, porque tem, mas não é tão exagerado.

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Interpretamos Simon Jarrett que, após ter sofrido um acidente de automóvel que o deixou com danos cerebrais permanentes, decide alistar-se como cobaia para testar um protótipo de scan cerebral. Após o scan acordamos num local totalmente diferente, algo que mais se parece com uma base do que um escritório. Eventualmente encontramo-nos com Catherine que nos explica que estamos em PATHOS-II, um centro de pesquisa no fundo do oceano.

Eu poderia explicar mais sobre a historia mas é algo que não quero fazer, uma vez que entrei para este jogo sem saber nada do que se iria passar e isso ajudou muito na experiência que tive com o mesmo. Todos os detalhes que fui descobrindo, quer em conversas com Catherine quer em notas espalhadas na base, incentivaram-me a saber mais o que se passava.

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Sendo um jogo da Frictional Games, SOMA não tem propriamente “combate”, utilizando antes a evasão ao inimigo como método de progressão no jogo. Os inimigos são vários e a maneira de os evitar também, desde seres robóticos para os quais não devemos olhar até abominações em que apliquei um dos meus métodos preferido de evasão, o “Tudo ao molho e fé em deus”.

Na presença de inimigos entra em efeito uma espécie de distorção visual para avisar o jogador. Algo que fica aquém é a inteligência artificial que se limita a manter vigia no último local que nos viu ou ouviu. Quebrarem a rotina e procurarem noutro local ajudaria a tornar a situação ainda mais aterradora.

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No departamento sonoro SOMA possui uma qualidade de outro mundo, todos os sons são realistas e encaixam perfeitamente nas mais variadas situações. Dei por mim aterrorizado dentro de condutas devido ao som que derivava das salas adjacentes, e em muitos dos casos era só som ambiente, e acabei por adorar a maneira como conseguia sentir o “peso” das portas ao abrir, e isto só através do áudio.

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SOMA é mais do que outro survival horror criado para ser “youtuber clickbait”, nunca acontece um jump scare parvo. Toda a opressão que o jogo cria sobre o jogador é através da claustrofobia, depressão, e até mesmo a solidão. Ao terminar apercebi-me que passei mais por um drama psicológico do que por um jogo de terror. Um jogo que insiste em colocar dúvidas no jogador sobre o que é real ou não e acima de tudo, o que nos define como Humanos.

Agora se me dão licença, tenho de ir à casa de banho, é que as minhas calças estão a cheirar um bocado mal.

 

Positivo

  • Narrativa fantásticapn-recomendado-ana
  • Atmosfera criada suplementa tudo o que se passa
  • Departamento sonoro fantástico
  • Inimigos muito bem detalhados e assustadores…

Negativo

  • …embora sejam um bocadinho idiotas

 

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